Diversificação de investimentos: como fazer com eficiência!

Entenda por que a diversificação de investimentos é importante e como reduzir riscos e manter sua carteira balanceada!

Escrito por Melissa Nunes

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Para quem está começando a atuar no mercado financeiro, é fundamental aprender o que é a diversificação de investimentos e como colocá-la em prática.

Você já deve ter ouvido falar para não colocar todos os ovos na mesma cesta, certo? Esse conceito também se aplica a uma carteira de aplicações financeiras, permitindo que o investidor tenha mais segurança e reduzindo os riscos aos quais ele está exposto durante suas operações.

Além disso, uma carteira eficiente e completa não deve se concentrar somente em um produto ou classe, pois perderá oportunidades de ganhos.

No entanto, muitos iniciantes podem ter dúvidas sobre como realizar esse processo. Pensando nisso, preparamos um conteúdo especial com o que você precisa saber para distribuir seu patrimônio de maneira segura e com menos chances de prejuízos.

O que significa diversificar investimentos?

Diversificar investimentos significa distribuir a renda em diferentes tipos de ativos, não relacionados, de modo a reduzir os riscos das aplicações.

Essa prática é fundamental para quem deseja garantir uma rentabilidade positiva a médio e longo prazo, sem comprometer o patrimônio e se expor a perdas desnecessárias.

É possível realizar essa variação de diversas formas, como em uma mesma categoria de investimentos ou em mercados distintos.

A estratégia visa se prevenir para eventuais acontecimentos que podem afetar seus ganhos e capital alocado. Assim, mesmo em cenários menos favoráveis, parte dos ativos não será afetado, reduzindo as chances de prejuízo.

A necessidade de diversificação de investimentos surgiu de uma análise conduzida inicialmente pelo economista Harry Markowitz, que revolucionou a forma que os investidores montavam seu portfólio. Segundo a sua Teoria Moderna do Portfólio, é necessário que exista a combinação de 2 ou mais ativos de risco descorrelacionados para ter uma alocação com menor volatilidade.

Por esse motivo, investidores iniciantes devem conhecer essa prática e considerá-la desde o início da sua atuação, para se proteger contra prejuízos com relação a algum dos nichos.

Além disso, é importante entender o conceito antes de colocá-lo em prática, pois nem todo tipo de aplicação variada consiste em uma diversificação de investimento.

Por exemplo, investidores que adquirem papéis do Tesouro Selic, CDB pós-fixado e cotas de um Fundo de Investimento DI podem não estar diversificando sua carteira. Afinal, todos possuem modalidades influenciadas pela taxa Selic, assim, as variações da taxa afetam o portfólio por inteiro.

Por esse motivo, é essencial entender como realizar esse procedimento para se proteger contra riscos de maneira efetiva.

Diversificação x pulverização

Além disso, é essencial conhecer a diferença entre diversificação e pulverização, dois conceitos relacionados ao ato de aplicar capital em mais de um produto.

A pulverização consiste na prática de investir pouco dinheiro em uma quantidade muito grande de ativos, maior do que o necessário. Como o nome sugere, isso “pulveriza” o patrimônio, não contribuindo em nada para o seu crescimento.

Enquanto isso, a diversificação de investimentos não demanda que o gestor da carteira trabalhe com inúmeros papéis, mas sim com o suficiente para diluir os riscos de maneira satisfatória.

Assim, enquanto a diversificação visa uma estratégia mais eficiente voltada para a proteção do patrimônio, a pulverização foca na quantidade de ativos que a carteira dispõe.

Por que a diversificação dos investimentos é importante?

A diversificação de investimentos é uma prática importante para que os investidores possam reduzir a sua exposição a prejuízos no mercado financeiro.

Um cenário de oscilação é comum em diferentes produtos e categorias, mas existem técnicas que auxiliam o gestor da carteira a otimizar essas porcentagens e não comprometer todo o seu rendimento.

Veja mais sobre sua relevância:

Diminuir risco

Em um primeiro momento, a redução de riscos é o principal elemento de importância na diversificação de investimentos. Isso porque o mercado financeiro possui uma série de características que podem ser prejudiciais para quem não possui conhecimento ou mesmo para profissionais, pois não é possível prever todas as movimentações.

Produtos de renda variável estão mais expostos às oscilações, e podem ter seu preço variando de maneira considerável em questão de horas. Caso o investidor aloque todo o seu patrimônio nessa classe, pode ter prejuízos significativos se não conseguir recuperar o capital.

No entanto, isso não acontece quando existe uma diversificação de investimentos estratégica, pois mesmo que um ativo demonstre volatilidade negativa, parte dos rendimentos ainda estarão protegidos em outra categoria.

Mesmo perfis agressivos realizam essa divisão de ativos, seja para ter reservas, alcançar metas de prazo mais curto ou para diminuir a volatilidade do portfólio como um todo.

Aumentar potencial de ganhos

Além disso, a diversificação de investimento não auxilia somente na diminuição de riscos atrelados a perdas, mas também aumenta o potencial de ganhos.

Isso porque o investidor terá uma carteira mais variada com ativos aplicados em diferentes porcentagens, indicadores e valorizações. Dessa forma, é possível ter mais lucro ao praticar a diversificação, uma vez que a volatilidade do mercado também é parcialmente imprevisível.

Um bom exemplo está relacionado ao ciclo das commodities. Enquanto empresas que exploram esse tipo de produto prosperam e se valorizam, gerando ganhos aos seus acionistas, empresas de outros setores podem ser prejudicadas e sofrer valorização. Quando o ciclo se inverte, a situação também muda para os dois lados.

Dessa forma, é vantajoso que o investidor possa aproveitar os dois momentos, aumentando seu potencial de ganhos, em vez de prosperar em apenas parte do ciclo e amargar perdas durante a outra.

Diferentes objetivos

Ainda, vale mencionar que a diversificação de investimentos é fundamental para atingir diferentes objetivos ao longo da vida financeira.

Afinal, existem diversos propósitos para construir uma carteira e aplicar recursos em mais de uma categoria, pois suas características permitem essa flexibilidade.

Por exemplo, ativos de renda fixa são recomendados para objetivos curtos e médios, pois proporciona mais segurança. Enquanto isso, para quem deseja uma reserva de emergência, é preciso ter um produto que possa ser resgatado rapidamente.

No entanto, o investidor não precisa escolher apenas um objetivo para elaborar sua carteira, podendo atender a vários com a diversificação de investimentos.

Como diversificar uma carteira de investimentos?

Após entender a importância da diversificação de investimentos, é possível iniciar essa prática de maneira simples, por meio de estratégias no momento de escolher os ativos.

Mesmo iniciantes conseguem aderir a esse método conhecendo mais sobre as modalidades e formas de variar a carteira.

Para começar a diversificar seus ativos, veja algumas recomendações e saiba por onde começar:

Diversificação entre classes de ativos

A forma mais comum de diversificação de investimentos é por meio de uma variedade de classes de ativos.

No mercado financeiro, os produtos e papéis são divididos em diferentes categorias, que diferenciam não apenas suas características, mas também rentabilidades. Alguns exemplos de classes incluem:

Dessa forma, o investidor pode escolher entre diferentes produtos de cada classe para compor seu portfólio, respeitando seu perfil e objetivos.

Além disso, é essencial considerar o ciclo financeiro onde o investidor se encontra, para saber qual será a proporção de divisão entre as classes. Assim, evitará alocar mais do que seu patrimônio permite, e avaliar quais as classes que mais fazem sentido para o momento atual.

Geralmente, as categorias de ativos apresentam características consideravelmente distintas, o que facilita para o gestor da carteira escolher a composição. Entretanto, para quem possui dificuldade em realizar essa determinação, vale a pena seguir classes semelhantes, como ETFs e fundos de investimento, que trabalham com cotas e indicadores.

Diversificação dentro de uma mesma classe

Enquanto isso, os investidores também podem realizar a diversificação da carteira dentro de uma mesma classe, antes de procurar por outras categorias. Essa é uma alternativa para quem está começando sua atuação no mercado financeiro e deseja um método mais simples.

Nesse caso, existem algumas estratégias que ajudam a realizar a diversificação de forma segura. Afinal, o objetivo é reduzir os prejuízos e exposição a riscos, o que ocorre com a concentração de capital em somente uma modalidade.

Veja algumas alternativas para trabalhar somente com uma classe, mas diversificar a carteira de maneira eficiente:

Diversificar entre indicadores

A princípio, a forma mais comum de diversificação de investimento dentro da mesma classe é utilizar os indicadores como forma de variação.

Mesmo ativos e produtos de uma mesma categoria se diferenciam pelos índices que utilizam como referência. Eles determinam características importantes da aplicação, como porcentagem de rendimentos e volatilidade.

Por exemplo, títulos de renda fixa podem se basear na taxa Selic, IPCA ou no IGP-M, além dos produtos prefixados, que são interessantes em períodos de queda dos indicadores. Enquanto isso, fundos de investimento e ETFs utilizam uma cesta de ativos com base em diferentes índices nacionais e internacionais.

Além de diluir os riscos que o investidor pode ter, é uma alternativa para o investidor potencializar seus ganhos, pois os indicadores funcionam de maneira distinta, e podem apresentar lucros em diferentes momentos.

Diversificar entre empresas

A diversificação de investimentos entre empresas está mais ligada à bolsa de valores, afinal, é possível dividir os aportes em ações das mais variadas S/As. Esse é um conceito básico para quem deseja se tornar acionista de grandes empresas, pois protege contra prejuízos ligados à governança.

Por outro lado, também é possível diversificar entre empresas na renda fixa, optando por diferentes instituições emissoras de títulos. Por exemplo, é possível investir em LCIs e LCAs de diferentes bancos, diluindo os riscos ligados ao crédito.

O mesmo se aplica para diversos ativos, como ETFs, que podem ter uma cesta de criptomoedas, por exemplo, mas administradores por diferentes gestoras.

Diversificar entre setores

Os setores da Bolsa de Valores trazem as categorias de listagem de cada empresa que atua na plataforma. Essa é uma forma de organizar e classificar as companhias, além de facilitar as negociações e a análise de ações por parte dos investidores.

Nesse caso, é possível diversificar a carteira escolhendo produtos de diferentes modalidades. Por exemplo, ações ou fundos de investimento de mais de um segmento comercial.

Atualmente, os setores disponíveis na bolsa de valores incluem:

SetorCaracterística
Bens industriaisInclui desde transporte rodoviário até equipamentos industriais;
ComunicaçõesPermite investimentos nos nichos de Mídia, Telecomunicações e Telefonia Fixa;
Consumo CíclicoSão empresas que dependem de ciclos favoráveis para obter resultados. São serviços como automóveis, vestuário, hotéis e viagens;
Consumo não cíclicoEmpresas pouco afetadas pelos ciclos econômicos, pois são de consumo primário. Inclui alimentação, agropecuária e produtos de higiene;
FinanceiroUm dos setores mais fortes da bolsa, inclui serviços como seguros, holdings, instituições bancárias e intermediários.

Conhecendo os setores da bolsa de valores, torna-se mais simples realizar a diversificação de investimentos de maneira eficiente.

Além das ações, quem investe em fundos imobiliários também deve ficar atento para os diferentes tipos de ativos presentes nessa categoria. Mais amplamente, existem os fundos de papel, que adquirem títulos ligados ao mercado imobiliário, enquanto os fundos de tijolo são aqueles que adquirem imóveis, de fato.

Dentro dessa última categoria, podemos encontrar FIIs que compram shoppings, outros que compram balcões logísticos ou lajes corporativas, por exemplo. E ainda existem aqueles que misturam diferentes categorias.

Assim, a diversificação entre setores é mais uma forma de proteção que os investidores devem ficar atentos.

Diversificação entre mercados

Ainda, uma dica para realizar a diversificação de investimento é adquirir produtos de diferentes mercados. No segmento financeiro, trata-se de ambientes que reúnem diferentes instituições, como tomadores de recursos e investidores, e permitem a negociação de produtos específicos.

Entre eles, temos os mercados de crédito, de capitais e de câmbio. A renda fixa está representada no primeiro, enquanto as ações fazem parte do segundo. Já o mercado de câmbio é aquele que engloba diferentes moedas, como o dólar ou o euro.

A diversificação entre mercados também inclui o investimento no exterior, ou seja, no mercado internacional. Muitos investidores optam por esse tipo de alocação como forma de proteção do patrimônio em momentos em que o real está desvalorizado. Além disso, é uma forma de investir em ativos diferenciados, que não encontramos aqui no Brasil.

No entanto, para os iniciantes, as outras formas de diversificação são mais importantes, pois o investimento no exterior demanda mais conhecimento e burocracia.

Como fazer o balanceamento da carteira?

Finalmente, após conhecer as alternativas de diversificação de investimentos, é importante que o titular da carteira realize o balanceamento. Essa prática consiste em definir como ocorrerá a distribuição dos recursos disponíveis entre ativos selecionados.

Dessa forma, será possível manter o equilíbrio do portfólio, e reduzir, ainda mais, os riscos de perdas no patrimônio. Além disso, é uma forma de atingir seus objetivos mais rapidamente e ter uma carteira alinhada às suas expectativas.

Para balancear seu patrimônio de forma correta, confira algumas dicas para iniciantes e como avaliar suas possibilidades:

Defina seu perfil e objetivos 

Antes de mais nada, para realizar um balanceamento eficiente na sua diversificação é necessário conhecer seu perfil e objetivos. Isso permitirá entender qual a sua capacidade de assumir riscos, para atuar de forma conservadora, moderada ou arrojada.

Cada posicionamento recomenda uma classe de ativos que possa auxiliar o profissional a alcançar seus objetivos. Por esse motivo, é fundamental ter o portfólio alinhado com essas necessidades e com as características que definem cada investidor.

Nada impede que o perfil tenha produtos de várias categorias, como renda fixa e variável, na mesma carteira. Entretanto, o balanceamento deve priorizar suas metas e produtos que melhor combinem com a sua cesta.

Futuramente, se o perfil sofrer mudanças, o rebalanceamento também utilizará seus novos objetivos para indicar as aplicações mais coerentes.

Balanceando entre ativos e classes 

Na hora de aportar novos recursos ou fazer resgates e realização de lucros, é comum ter dúvidas de como alocar o dinheiro. Algumas dúvidas que podem surgir, são:

  • um ativo valorizou muito, continuo aportando?
  • um ativo caiu muito, aporto mais ou vendo?
  • surgiu uma oportunidade nova, posso aproveitar?
  • o cenário mudou, devo mudar minha estratégia também?

Independentemente do que aconteceu, é importante ter em mente a diversificação e a redução dos riscos. Por exemplo, se uma ação se valorizou muito, é possível que ela tenha tomado boa parte da participação na carteira. Assim, aportar mais pode aumentar sua exposição além do necessário.

Já quando há uma queda significativa, é preciso investigar se isso representa uma oportunidade ou é uma resposta do mercado a um problema mais sério.

A mudança de estratégia deve vir acompanhada dos seus objetivos, pois é esse o foco principal da sua carteira. “Girar” de acordo com o ciclo de mercado pode ser bastante custoso, além de exigir mais dedicação e estudo.

Assim, na hora de balancear, avalie sua carteira como um todo, em vez de olhar apenas para um único ativo. Um portfólio bem equilibrado é o método mais eficiente de manter seu patrimônio protegido, independentemente de fatores externos.

Atualize o balanceamento 

Além disso, realizar a diversificação de investimentos e balancear a carteira não é uma atividade única. Ela deve ser realizada periodicamente para continuar sendo efetiva.

Isso significa atualizar seu perfil, carteira e metas conforme as mudanças vivenciadas no período, que pode, inclusive, ser definido com base na sua disponibilidade. A recomendação é avaliar a cesta de ativos trimestral ou semestralmente, para manter o balanceamento segundo o que você busca.

Vale a pena realizar a diversificação de investimentos?

A diversificação de investimentos é uma prática que ajuda o investidor a:

  • reduzir os riscos relacionados à sua carteira;
  • potencializar seus ganhos; e
  • proteger seu patrimônio.

Ao começar no mercado financeiro, é fundamental se atentar para a concentração de renda, que pode comprometer a rentabilidade no caso de oscilações negativas.

Com a diversificação, a carteira se torna mais segura e mais eficiente. Por esse motivo, a diversificação de investimentos não apenas vale a pena, como é uma das principais recomendações para todos os tipos de investidores.

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Perguntas frequentes

  1. O que é uma estratégia de diversificação?

    Uma estratégia de diversificação de investimentos é um método adotado pelo titular da carteira para aplicar dinheiro em mais de um ativo ou classe. O objetivo é reduzir os riscos de perda, aumentar o potencial de ganhos e proteger o patrimônio.

  2. Como diversificar a carteira de investimento?

    É possível diversificar a carteira por meio de diversas estratégias, como aplicar dinheiro em ativos de categorias diferentes, ou considerando características distintas em uma mesma classe, como indicador ou setor. Mas é importante diversificar entre ativos de baixa correlação.

  3. Qual é a importância da diversificação nos investimentos?

    A diversificação de investimentos diminui as chances do investidor ter prejuízos com seus produtos por conta da oscilação do mercado, além de reduzir a exposição a um único segmento e aumentar as possibilidades de ganhos. 

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