Risco e retorno nos investimentos: como funciona e como se proteger!

Entenda a relação entre risco e retorno, conheça o tripé dos investimentos, como diminuir os riscos e calcular o retorno!

Escrito por Melissa Nunes

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Antes de iniciar qualquer atividade no mercado financeiro, é fundamental entender como funciona o risco e o retorno dos investimentos. Estes são dois dos pilares que influenciam as escolhas e os lucros de um ativo.

Muitas pessoas consideram começar a investir, seja para atingir objetivos específicos, compor uma reserva de emergência ou potencializar seu patrimônio. E com a variedade de produtos que existem no cenário atualmente, tradicional e digital, esse interesse aumentou exponencialmente.

No entanto, existem diversos conceitos que iniciantes devem se atentar antes de escolher seu próprio produto para a carteira. Caso contrário, pode vivenciar uma experiência menos positiva no mercado, além da possibilidade de prejuízos relacionados à rentabilidade esperada.

Por esse motivo, antes de começar a investir, vale a pena entender como o risco e retorno estão diretamente ligados, qual a função de cada conceito e porque é importante considerá-los na sua avaliação.

O que é risco nos investimentos?

O risco nos investimentos é a probabilidade de não atingir o objetivo esperado no momento da realização do aporte.

Este é um conceito simples, no entanto, muitas pessoas podem ter um entendimento errado, por conta da subjetividade na sua aplicação prática. Isso porque os riscos não estão atrelados somente à perda financeira, mas também a outras frustrações que podem acontecer durante a atuação do investidor.

De fato, o prejuízo é o principal risco avaliado em qualquer ativo ou produto adquirido. Afinal, a maioria dos investidores aplica seu dinheiro para ter lucros e uma rentabilidade positiva. Contudo, existem outras situações onde o risco e retorno se apresentam sem estar relacionado, necessariamente, a dinheiro.

Por exemplo, um risco comum é o de liquidez, onde existe a possibilidade de você não recuperar seu dinheiro no tempo que gostaria, seja por regras do investimento ou por não encontrar um comprador para vender seu título.

Por esse motivo, o risco no investimento deve ser entendido como a chance do seu objetivo não se concretizar, e não apenas a probabilidade de ter prejuízos financeiros.

Tipos de risco

A aplicação de risco e retorno nos investimentos é variada, e existem vários tipos de risco que influenciam a decisão de interessados em atuar nesse mercado. Por isso, vale a pena conhecer alguns dos principais tipos de interferências aos objetivos do investidor.

Risco sistemático e não sistemático

O risco não sistemático é entendido como aquele que afeta o investidor ou um setor de maneira individual, sem precisar, necessariamente, prejudicar outro perfil.

Trata-se de um perigo relacionado às condições de aporte, principalmente, e mesmo que um grupo de pessoas seja influenciado, não se trata do mercado na totalidade. Como o nome indica, é um risco não relacionado ao sistema.

Por exemplo, se um investidor adquire ações, existe o risco da empresa piorar e os papéis desvalorizarem. Todas as probabilidades associadas à instituição é um risco não sistemático, que atinge apenas as partes da negociação.

Enquanto isso, o risco sistemático é aquele que afeta o mercado em geral, e não apenas uma empresa ou determinada atividade.

É o caso de eventos políticos ou macroeconômicos, por exemplo, que fazem com que o cenário todo oscile. Esses acontecimentos não estão sob controle das instituições, mas afetam todas de modo geral.

Na prática, o investidor está exposto a essas duas modalidades durante suas operações, mas os riscos não sistemáticos possuem maior chance de se concretizar, visto que eventos em escala global são menos comuns.

Risco de mercado

Essa ameaça ao investidor é uma das principais e mais temidas, pois considera, basicamente, as variações do mercado financeiro e como elas afetam seus ativos.

Geralmente, são riscos que estão presentes nos produtos de renda variável, pois as oscilações são maiores, considerando elementos como:

  • mudanças nas taxas de juros;
  • mudanças no câmbio;
  • alteração no mercado acionário;
  • resultados das empresas;
  • inflação.

Todos os tipos de eventos e acontecimentos voltados para o mercado se concretizam em um risco e retorno para o investidor. Nesse caso, a recomendação mais comum é diversificar a carteira para diluir esse impacto.

Risco de crédito

Enquanto isso, o risco de crédito está diretamente ligado à capacidade da empresa ou instituição arcar com as suas responsabilidades. Em outras palavras, é a possibilidade do não pagamento de juros, rendimentos ou dividendos, por exemplo.

Todo investidor espera que a sua aplicação de dinheiro esteja protegida e ele receba os retornos aguardados conforme o produto. No entanto, já existiram situações onde a companhia declarou falência, impossibilitando uma ação rápida do investidor e, consequentemente, levando a prejuízos financeiros.

Assim, o risco de crédito é uma variável que deve ser considerada, especialmente para quem investe em renda fixa, pois esse tipo de risco está associado também a bancos e outras instituições credora. Os produtos mais expostos a esse perigo são aqueles sem proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Risco de liquidez

Enquanto isso, o risco de liquidez está diretamente relacionado à rapidez que o ativo pode virar dinheiro novamente. Assim, quanto mais demorada a conversão dos ativos, maior será essa ameaça para o investidor.

Isso pode ser aplicado em várias categorias, como renda fixa, fundos de investimento ou ações e outros ativos de menor movimentação.

Por exemplo, imagine que o investidor possui papéis com poucos compradores. Isso tornará a venda mais difícil, e, como consequência, terá mais riscos se demorar para retirar o capital daquela aplicação.

O mesmo acontece para títulos que possuem um tempo estabelecido para resgate, como um CDB com prazo de 2 anos ou um fundo de investimento que só devolve o dinheiro do investidor depois de 90 dias.

Assim, também é algo para o investidor considerar ao avaliar risco e retorno de um produto.

O que é retorno nos investimentos?

O retorno nos investimentos é a rentabilidade que o investidor pode, ou espera, receber dos seus aportes financeiros.

Na prática, é o conceito mais conhecido entre interessados desse mercado, pois representa os possíveis lucros e multiplicação de patrimônio após determinada movimentação. Por isso, o retorno costuma ser a principal variável avaliada ao realizar um aporte, seja em renda variável ou fixa.

Entretanto, é importante saber que essa métrica não deve ser a única razão para um investimento, mas sim parte de um conjunto de variáveis, inclusive o risco.

Na renda fixa, o retorno é mais garantido, pois temos investimentos que, em geral, são mais seguros. Já na renda variável, não há garantia de retorno, mas o seu potencial é muito maior também.

Nesse caso, o retorno não se concentra, necessariamente, em altos valores monetários, mas também na segurança e confiança de que o aporte permanece seguro e rendendo.

Como risco e retorno se relacionam?

Os conceitos de risco e retorno se relacionam diretamente no mercado financeiro, exigindo do investidor um conhecimento mais aprofundado sobre esses dois elementos.

Isso porque, quanto maior o risco de uma aplicação, maior costuma ser o seu potencial de retorno. O inverso também é verdadeiro. Assim, ao investir, é importante que nos atentemos para que o retorno projetado seja coerente com o risco que estamos correndo.

Por exemplo, para investir em uma empresa de baixa capitalização (small cap), cuja volatilidade costuma ser maior, precisamos entender o seu potencial de crescimento. Isso pode ser feito por um valuation, como o fluxo de caixa descontado, que vai nos dar um preço justo de referência. Caso as ações da empresa estejam acima desse valor, o risco aumenta e o retorno deixa de justificar o investimento.

Essa é a regra geral do mercado financeiro para que os investidores possam entender como avaliar cada tipo de produto.

A partir da relação entre risco e retorno, torna-se possível entender melhor sobre as categorias de produtos e sobre como elaborar estratégias que sejam interessantes para reduzir os riscos e aumentar os retornos, sempre que possível.

Como calcular risco e retorno?

Após compreender o conceito de risco e retorno, muitos investidores podem procurar saber como calcular esses fatores em suas análises.

Em um primeiro momento, não existem fórmulas determinadas unicamente para esse fim, pois se trata de uma abordagem subjetiva, de entendimento e aplicação. Afinal, cada perfil considera um risco diferente, podendo ser financeiro ou não.

Enquanto isso, nem sempre esses dois pilares andam diretamente relacionados, com proporções iguais.

Dessa forma, o cálculo exige mais um entendimento particular do investidor e das estratégias que ele deseja para atingir seus objetivos.

Fórmula de retorno

Para investidores que optam por uma fórmula mais concreta de avaliação de risco e retorno, é possível calcular o percentual adquirido em determinado produto por meio de uma conta simples, sendo:

Retorno = ((Preço final – preço inicial + dividendos) / preço inicial) – 1

Essa fórmula básica irá exibir qual o total de retorno obtido, e, ao multiplicar por 100, indica o valor em percentual.

Por exemplo, considere um investidor que adquiriu uma ação por R$ 100 e, depois de certo período, vendeu por R$ 120. Nesse tempo, obteve dividendos de R$ 10. Na fórmula, seu retorno seria de (120-100+10)/100 = 30/100 = 0,3. Ou seja, sua taxa de retorno foi de 30%.

De fato, o investidor deverá considerar mais variáveis do que essas, como quantidade de ações, qual o tempo de investimento e seus objetivos financeiros. Entretanto, pode ser uma maneira de basear seus cálculos no dia a dia, e ter uma visão concreta sobre o que está obtendo de retorno.

Risco, retorno e liquidez: o tripé dos investimentos

Entender o que é risco e retorno é compreender a estrutura que baseia os investimentos no mercado financeiro atual. Esse tripé é composto desses conceitos e também da liquidez, a velocidade que o ativo se transforma em dinheiro.

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Na prática, eles são responsáveis por sustentar, de forma consistente, as decisões de investimentos do indivíduo. Isso porque sua avaliação permite encontrar o custo-benefício que melhor combina com o perfil do investidor em determinado momento.

Assim, a realização dos aportes seja mais segura e terá mais chances de apresentar as rentabilidades esperadas.

A relação entre os conceitos é direta. Isso porque menos risco costuma estar atrelado à maior liquidez e menor retorno. De forma parecida, uma menor liquidez implica em mais risco e, consequentemente, um maior potencial de retorno. Assim, é pouco provável encontrar um ativo que tenha os 3 aspectos positivamente relacionados.

Com isso, avaliar esse tripé dos investimentos permite entender de que forma estamos dispostos a nos expor em relação aos investimentos, e qual o conceito prioridade nas avaliações do indivíduo.

Qual a importância de entender os riscos de um investimento?

Entender o risco e retorno nos investimentos é essencial para o investidor escolher os melhores ativos para atender aos seus objetivos e minimizar as chances de perdas financeiras.

Afinal, ao entender como o mercado se comporta e quais as verdadeiras chances de exposição, será possível se preparar para responder a essas oscilações com mais segurança.

Por esse motivo, conhecer melhor os riscos de um investimento é uma forma de tornar o investidor mais confiante em suas atividades.

Ele terá um entendimento mais sólido sobre o ativo, sem se deixar levar por fatores como apenas retorno. Assim, encontrará as melhores oportunidades que equilibrem o tripé dos investimentos, em vez de focar apenas em um ponto positivo.

Perfil de investidor

Além disso, é importante destacar que o risco e retorno são conceitos essenciais para definir o perfil de investidor.

Esse alinhamento é o que permite ao indivíduo entender como ele se posiciona no mercado diante de exposições à ameaças e maior volatilidade.

Por esse motivo, iniciantes devem realizar o teste do seu perfil de investidor, para receber e encontrar recomendações de produtos que combinem com esse posicionamento. Nesse caso, depende diretamente da relação entre risco e retorno.

Alinhamentos mais agressivos possuem maior tolerância aos riscos, porque buscam mais retornos. Do mesmo jeito, pessoas mais conservadores desejam menos riscos, e, por isso, se concentram em produtos com menor retorno.

O tripé dos investimentos é importante não apenas para criar estratégias interessantes de aporte, mas também para permitir que o indivíduo conheça suas demandas e suas características, e tenha uma atuação mais bem-sucedida no mercado financeiro.

Como diminuir o risco nos investimentos?

Finalmente, após conhecer mais sobre risco e retorno, existem algumas dicas que podem ajudar a reduzir os perigos aos quais o investidor está exposto durante as suas aplicações. Veja algumas sugestões para aplicar no dia a dia:

1. Não ignore a diversificação

Para diminuir os riscos dos seus investimentos, é fundamental não ignorar a diversificação da carteira.

Esse é um dos principais conselhos de pessoas experientes para iniciantes, pois é uma das formas mais eficientes de diluir as ameaças de oscilação e perda financeira.

Com uma carteira diversificada, seu patrimônio não estará concentrado em apenas um setor. Assim, você poderá ter ativos com mais risco, enquanto parte do seu dinheiro está aplicado em produtos mais estáveis, mesmo que tenha menor retorno, mas maior estabilidade e conservação de patrimônio.

2. Estude modelos matemáticos

Embora não existam fórmulas prontas para avaliar o risco e retorno de um investimento, diversas plataformas e especialistas publicam modelos matemáticos sobre os produtos.

Trata-se de estudos e projeções com gráficos e estatísticas, mostrando as probabilidades de cada ativo e sua relação no mercado.

Estudar essas previsões matemáticas dará uma base mais concreta para escolher os melhores produtos e equilibrar a relação entre perigos de exposição e lucros.

3. Não invista sem conhecimento

Muitas pessoas iniciantes podem começar a investir sem conhecimento sólido sobre produtos e conceitos como liquidez, risco e retorno. No entanto, isso pode ser um erro.

Sem entender como tudo funciona, o investidor estará mais suscetível a erros e decisões que, eventualmente, podem acarretar em perdas financeiras. Por outro lado, mais conhecimento permite elaborar estratégias mais concretas, tendo maior confiança nas suas escolhas e nas possibilidades de lucro.

4. Fuja de promessas suspeitas

Ainda, uma dica para diminuir os riscos dos investimentos é fugir de promessas suspeitas, especialmente que não sigam a relação diretamente proporcional de risco e retorno.

Dificilmente um produto irá oferecer grande lucro com pouca exposição, pois eles se influenciam mutuamente. Se encontrar propostas assim, desconfie, pois podem configurar golpes ou falsas promessas de ganhos, que levam a perdas financeiras ainda maiores.

Por que entender o que é risco e retorno?

Conhecer os conceitos de risco e retorno é um dos primeiros passos para quem deseja se tornar um investidor de sucesso. Esses elementos fazem parte do tripé dos investimentos, e definem não apenas como eles se comportam, mas também como o indivíduo irá se alinhar no mercado.

Todos os ativos possuem essa relação, e entendê-la, de fato, é uma das maneiras de elaborar estratégias de investimento mais concretas e com maiores chances de lucro.

Por isso, vale a pena entender o que é risco e retorno nos investimentos, e aplicar esse conhecimento, na prática, para se tornar um investidor profissional e ter mais chances de atingir seus objetivos.

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Perguntas frequentes

  1. Qual o investimento mais seguro?

    O investimento mais seguro é aquele que possui menos riscos, mas pode ter menos retorno. Alguns exemplos são títulos de renda fixa pós-fixados e Tesouro Direto.

  2. Como calcular o risco e retorno?

    O cálculo do risco e retorno é subjetivo, pois depende da comparação de cada ativo com os objetivos do investidor. Algumas dicas incluem estudar modelos matemáticos, como gráficos, e comparar a porcentagem de lucro do ativo.

  3. Quais são os investimentos de maior risco?

    Os investimentos de maior risco são os que possuem maior exposição a oscilações, principalmente renda variável, como ações, commodities e outros.

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