Previdência privada: como funciona esse investimento para a aposentadoria e outros objetivos

Após uma vida de trabalho, a previdência privada se torna uma opção para quem não quer depender somente do governo para garantir uma renda futura.

Escrito por Melissa Nunes

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Para quem está planejando a sua aposentadoria ou objetivos de longo prazo, a previdência privada pode ser uma boa opção. Conheça algumas alternativas abaixo e aprenda mais nesse conteúdo!

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Em meio a um cenário de crise, em que muitas pessoas estão trabalhando de forma informal ou desempregadas, muitos se perguntam: quando vou conseguir me aposentar?

A aposentadoria se torna ainda mais distante quando se leva em conta a Reforma da Previdência, que aumentou idade e o tempo de contribuição necessário para que homens e mulheres se aposentem. Nesse contexto, depender apenas do dinheiro a ser recebido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no futuro pode ser arriscado para quem quer garantir uma aposentadoria tranquila.

A previdência privada se torna, então, uma opção de complementação para os que não querem depender apenas do governo para garantir conforto na velhice. A dificuldade, porém, é escolher a instituição ideal. Todas elas são fiscalizadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), mas têm cobranças diversas, que podem corroer o seu rendimento.

Dito isto, vamos esclarecer como funciona esse tipo de investimento. Navegue pelos tópicos abaixo:

O que é previdência privada?

A previdência privada é um fundo de investimento onde o patrimônio de um conjunto de investidores é investido em busca de rentabilidade e proteção de capital. Basicamente, é uma opção de aposentadoria que não está ligada ao sistema INSS, mas que pode funcionar de forma suplementar à previdência pública.

A ideia é fazer aportes constantes e obter uma remuneração para que, no futuro, você possa ter um valor maior do que aquele pago pelo INSS, que está limitado, atualmente, a R$ 7.786,02.

Além da aposentadoria, a previdência complementar também é útil para a conquista de objetivos de longo prazo, como:

  • comprar um imóvel;
  • pagar a faculdade dos filhos;
  • fazer um intercâmbio.

De toda forma, é importante esperar o vencimento combinado para ter o máximo aproveitamento do seu dinheiro. Recomenda-se que este prazo seja de, no mínimo, 6 anos. Além disso, existem diferentes planos e regimes de tributação, que interferem na remuneração efetivamente recebida.

Por isso a importância de escolher bem dentre as diversas instituições bancárias, já que cada uma oferece diferentes planos de previdência privada, os quais diferem em relação ao valor pago ou tempo de resgate.

Qual a diferença em relação à previdência social (INSS)?

INSSPrevidência Privada
Oferecida pelo governoOferecida por instituições financeiras
Segue regras pré-estabelecidasPersonalizável para o investidor
Só pode ser usufruída após certo períodoPode ser resgatada antes do prazo
Exclusiva para o contribuintePode ter beneficiários além do investidor

A previdência social (ou previdência pública) é oferecida pelo governo e, portanto, segue um conjunto de regras que não cabem ao beneficiário decidir.

No caso da previdência privada, o cliente pode escolher o tipo de plano, o valor da contribuição e a periodicidade em que ela será feita.

Outra diferença é que, no caso da previdência social, o dinheiro só pode ser resgatado quando o indivíduo se aposentar, ou seja, quando atingir idade ou tempo de serviço comprovados. Quem opta pela previdência privada pode escolher exatamente quando o valor investido será resgatado, podendo o montante ser devolvido caso haja desistência do plano.

Ainda assim, vale salientar que a previdência privada não substitui a previdência social. Mesmo profissionais liberais devem continuar colaborando com o INSS para ter acesso a benefícios como auxílio-doença, auxílio-acidente, auxílio-reclusão, pensão por morte, salário-família e salário-maternidade.

Como funciona uma previdência privada?

Como falamos, a previdência complementar é um fundo de investimento. Esse é um tipo de investimento em que diferentes investidores aplicam seu dinheiro e o capital é administrado por um gestor especializado. É ele quem vai definir onde o dinheiro será aplicado, de acordo com a política seguida pelo fundo. Por exemplo, pode ser investido mais em renda fixa ou em renda variável.

Portanto, o nível de risco do plano depende desses fatores. Mas, em geral, os planos de previdência privada são investimentos bastante seguros, rentáveis e flexíveis, ideais para quem quer garantir resgates a longo prazo.

Existem duas fases principais nos planos de previdência privada:

  • o período de acumulação;
  • e o período de usufruto do benefício.

No primeiro, o cliente da previdência privada deve fechar um contrato com a instituição bancária de preferência, fazer um investimento inicial e decidir qual será a contribuição mensal e por quanto tempo. Depois, é só seguir o plano.

Quanto ao usufruto, é possível escolher como o dinheiro será resgatado:

  • de forma única;
  • mensalmente por um tempo determinado;
  • ou mensalmente de forma vitalícia.

A escolha da forma como dinheiro será resgatado depende muito do perfil do clienteAqueles que sabem lidar com investimentos podem preferir receber parcela única e gerir eles próprios o dinheiro para ele continuar rendendo. Já quem tem menos controle pode preferir o pagamento mensal. 

Quanto ao pagamento vitalício, é importante se informar o que ocorre com o restante do dinheiro caso o contratante venha a falecer. Em alguns casos, convém apontar um beneficiário para receber esse capital.

Vantagens e desvantagens da previdência privada

Assim como qualquer produto de investimento, a previdência privada também tem seus lados bons e ruins. Então, vale a pena entender se esse produto é, realmente, o que faz mais sentido para você ou se é melhor procurar outras estratégias.

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Vantagens

✓ é uma forma de juntar dinheiro para o futuro;
✓ seu capital é gerido por um profissional;
✓ os planos são bastante flexíveis;
✓ você pode fazer uma portabilidade caso esteja insatisfeito com seu plano;
✓ a renda da previdência privada pode servir para complementar a aposentadoria pública;
✓ dependendo do tipo de plano, pode haver benefício tributário;
✓ a cobrança de impostos se dá apenas no período de resgate ou usufruto do plano.
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Desvantagens

✗ cobrança de taxas de administração e carregamento que podem prejudicar a rentabilidade do fundo;
✗ dependendo do plano, pode ser mais vantajoso investir por conta própria;
✗ não há liquidez, ou seja, não é possível resgatar seu dinheiro a qualquer momento;
✗ para quem não precisa de benefício fiscal ou não faz sentido a sucessão patrimonial, geralmente não vale a pena.

Tipos de previdência privada: VGBL e PGBL

Ao escolher um plano de previdência privada, é necessário optar entre dois principais planos:

  • PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre
  • VGBL – Vida Gerador de Benefício Livre
VGBLPGBL
Vida Gerador de Benefício LivrePlano Gerador de Benefício Livre
– Para quem declara IR no modelo simples– Para quem declara IR no modelo completo
– Sem dedução tributária– Dedução tributária de até 12%
– IR incide sobre o rendimento– IR incide sobre o total acumulado
– Tributação progressiva ou regressiva– Tributação progressiva ou regressiva

Dica da especialista:

Uma informação importante é que, uma vez escolhido o tipo de plano, não é possível trocar de modalidade, mesmo fazendo portabilidade para outra instituição, por exemplo. Portanto, atente-se aos detalhes descritos a seguir antes de tomar sua decisão!

PGBL

A condição mais relevante do plano PGBL é que ele permite uma vantagem tributária ao investidor: o abatimento de até 12% da base de cálculo do imposto de renda. Mas isso só faz sentido para quem contribui regularmente para o INSS e declara imposto de renda pelo modelo completo.

Para facilitar o entendimento, veja um exemplo:

Suponhamos que você possua uma renda de R$ 200.000 anuais. Nesse caso, será tributada uma alíquota de 27,5% de imposto de renda na fonte. Assim, a retenção seria de R$ 55.000 anuais (200.000 x 27,5%).

No entanto, se você contribuir com até 12% do valor da sua renda anual em um plano de previdência PGBL, ou seja, R$ 24.000 (200.000 x 12%), terá a restituição da alíquota de 27,5% de imposto de renda sobre esse valor, correspondente a R$ 6.600 (24.000 x 27,5%).

Mas, antes de achar que está se dando bem, entenda que isso é só uma troca: o imposto que você não pagou hoje, será pago na hora do resgate. Isso porque, quando for usufruir do benefício, o imposto de renda incidirá sobre o valor total do plano (contribuições + rendimentos).

VGBL

Já nos planos VGBL, não há a condição de abatimento da base do imposto de renda. Por outro lado, a tributação de IR ocorre somente sobre os rendimentos, enquanto que no PGBL a tributação incide sobre o total do valor resgatado.

Então, se você aplica um total de R$ 400.000 em um plano VGBL, e ele rende até chegar a um valor de R$ 600.000, por exemplo, a cobrança de IR acontece somente sobre o lucro de R$ 200.000 (600.000 – 400.000).

O VGBL, portanto, funciona como uma espécie de seguro pessoal, sendo mais indicado para quem entrega a declaração simplificada do Imposto de Renda. Além disso, ele também é válido para quem pretende investir mais do que 12% de sua renda tributável. 

Taxas e tributações

Investir em previdência privada envolve custos de taxas e tributações, por isso, não esqueça de prestar atenção nesse aspecto antes de escolher o plano, a fim de evitar prejuízos. Podem ser cobradas:

  • taxa de administração;
  • taxa de carregamento;
  • imposto de renda (progressivo ou regressivo).

Uma tarifa que não há como escapar é a taxa de administração: todos os planos oferecidos por instituições bancárias cobram essa taxa, alguns mais e alguns menos. É o preço cobrado pelo serviço de administrar seu dinheiro. Ainda assim, procure um plano que tenha uma taxa aceitável e não prejudique sua rentabilidade.

Outra tarifa cobrada por alguns planos é a taxa de carregamento, que incide sobre todos os aportes e tende a ser maior quando o produto contratado é mais “simples”. Porém, você pode buscar opções que tenham taxa de carregamento isenta, já que essa possibilidade é bastante comum hoje em dia.

Por fim, a tributação de imposto de renda incide sobre o valor investido na previdência privada. Nesse caso, existem duas tabelas de tributação que o cliente pode escolher: a regressiva e a progressiva.

Dica da especialista:

Antigamente, a escolha da tributação deveria ser feita no primeiro mês da contratação da previdência. A partir da Lei 14.803 de 2023, cada investidor pode escolher entre a tabela progressiva ou regressiva no momento do resgate ou usufruto dos rendimentos (mesmo quem já investia antes). Por isso, confira as alíquotas e escolha a que for mais vantajosa!

Tabela regressiva de IR

A tabela regressiva é baseada no tempo de aplicação. Isso significa que quanto maior for o prazo de investimento, menor é a alíquota aplicada. Por isso, é um regime indicado para quem deixa o dinheiro aplicado por um longo período (de preferência, mais de 10 anos). As faixas são:

Tempo de Acúmulo de CapitalAlíquota aplicada
0 – 2 anos35%
2 – 4 anos30%
4 – 6 anos25%
6 – 8 anos20%
8 – 10 anos15%
> 10 anos10%

Tabela progressiva de IR

Na tabela progressiva, o que importa não é o tempo de permanência no plano, mas o quanto você vai receber como renda na hora de usufruir do benefício. Assim, quanto mais você ganhar, maior é a alíquota cobrada. As faixas de valores são as mesmas para o recebimento de salário:

Base de cálculo mensalAlíquotaParcela a deduzir do IR
Até R$ 2.259,20IsentoZero
R$ 2.259,21 – R$ 2.826,657,5%R$ 169,44
R$ 2.826,66 – R$ 3.751,0515%R$ 381,44
R$ 3.751,06 – R$ 4.664,6822,5%R$ 662,77
Acima de R$ 4.664,6827,5%R$ 896,00

Por fim, caso você decida fazer um resgate parcial ou total do plano, o IR pago é de 15%, independentemente do valor. Na declaração anual, pode haver ajustes para mais ou para menos.

Onde encontrar previdência privada?

Diversas instituições financeiras podem oferecer planos de previdência privada. Vejamos, então, algumas opções disponíveis, tendo em mente que condições como taxas e prazos podem ser definidos individualmente com cada banco.

Zurich Previdência Privada

Zurich Previdência Privada

check mark Contribuição inicial de R$ 1.000
check mark Aportes mínimos de R$ 200
check mark Sem taxa de carregamento
check mark Fundos previdenciários para todos os perfis

SulAmérica Previdência Privada

SulAmérica Previdência Privada

check mark Portfólio de fundos diversificado
check mark Fundos administrados pela SulAmérica Investimentos
check mark Flexibilidade nas contribuições
check mark Assistência Escola Online no plano Educaprevi

Porto Seguro Previdência Privada

Porto Seguro Previdência Privada

check mark Contribuição inicial de R$ 1.000
check mark Aportes mínimos de R$ 200
check mark Planos individuais, para crianças ou planejados
check mark Simulador de previdência

Bradesco Previdência Privada

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check mark Planos de renda fixa, multimercado e renda variável
check mark Assistência funeral familiar
check mark Assistência pet
check mark Condições diferenciadas em planos para jovens – Prev Jovem

Icatu Previdência Privada

Icatu Previdência Privada

check mark Maior seguradora independente do país
check mark Sem taxa de carregamento
check mark Investimento a partir de R$ 100
check mark Alta diversidade de fundos previdenciários

Conheça outras alternativas:

Cuidados ao escolher fundo de previdência privada

Ao escolher um fundo de previdência privada, além de escolher por um plano PGBL ou VGBL e um regime progressivo ou regressivo, outros detalhes devem ser observados:

  • taxas: quando muito elevadas, podem prejudicar seus aportes e a rentabilidade do fundo. A taxa de carregamento, por exemplo, pode ser cobrada na aplicação e “come” parte do seu dinheiro (se você aporta R$ 100 e a taxa de carregamento é de 3%, quer dizer que, na verdade, vai aportar só R$ 97);
  • risco x retorno do fundo: o investidor deve ficar atento às estratégias adotadas pelo fundo. Em quais ativos o fundo investe? São mais conservadores ou mais arriscados? É um fundo de renda fixa ou um fundo balanceado, com parcela do patrimônio em açõesConheça seus objetivos e perfil de risco antes de escolher o fundo;
  • carência: fique atento no prazo de carência do seu fundo de previdência. O prazo mínimo é de 60 dias, mas pode ser que ele tenha uma carência de 1 ano, por exemplo, e você não conseguirá fazer resgates no primeiro ano de contribuição.

Tipos de fundos de previdência privada

Para investir em previdência privada o primeiro passo é definir seu perfil como investidor e escolher um tipo de plano que se adeque ao que você espera e aos seus objetivos. Isso porque os planos de previdência privada oferecidos por instituições financeiras são divididos pela composição da carteira, que podem adotar estratégias mais conservadoras ou mais arriscadas.

A Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) classifica 23 tipos de fundos de previdência, existentes em 4 categorias. São elas:

  1. renda fixa: esse tipo de fundo busca rendimento em investimentos de renda fixa, como títulos públicos, debêntures, CDBs, entre outros, incluindo papéis emitidos no exterior. É uma opção mais segura, mas que também traz rendimentos mais baixos;
  2. balanceados: os fundos balanceados buscam retorno de forma diversificada, por meio de investimentos como renda fixa, ações ou câmbio. Trazem um pouco mais de risco, mas ainda são seguros pois apostam que no longo prazo eventuais perdas podem ser compensadas e são mais rentáveis que os de renda fixa.
  3. multimercados: no caso dos fundos multimercado, os recursos são aplicados em diversos tipos de ativos, seguindo regras específicas. Trazem ainda mais rentabilidade e um risco a mais;
  4. ações: esse tipo de fundo investe, pelo menos, 67% da carteira em ações e outros ativos (bônus de subscrição, cotas de fundos de ações, etc). É, portanto, uma opção mais indicada para perfis mais arrojados.

8 perguntas frequentes sobre previdência privada

perguntas sobre previdência privada

Ao fazer um investimento, é bastante normal que hajam diversas dúvidas, já que, geralmente, uma grande quantia em dinheiro está envolvida. Por isso, separamos algumas questões que podem te ajudar nesse processo.

1. Como funciona o resgate antecipado?

Caso você venha a precisar do seu dinheiro, é possível realizar o resgate antecipado da previdência privada. Para tal, basta entrar em contato com a instituição financeira em que plano foi contratado.

No entanto, o saque total dos recursos só pode ser feito depois de cumprido um prazo de carência – que deve ser de no mínimo 60 dias e no máximo 2 anos, a partir da contratação. Já no caso de saques parciais, a carência é de 60 dias a 6 meses.

Mesmo assim, o resgate antecipado não é recomendado. Isso porque a previdência privada é um investimento para seu futuro e, retirando o dinheiro antecipadamente, não será possível usufruir dele durante a aposentadoria.

2. Como fazer uma simulação?

Normalmente, as instituições bancárias que oferecem planos oferecem um simulador de previdência privada. Para fazer a simulação basta preencher dados pessoais básicos e escolher critérios, como: tipo de previdência escolhida, por quanto tempo deseja colaborar e com quanto dinheiro.

Como dito, existem várias opções diferentes de planos oferecidos em diferentes bancos, então, as condições oferecidas em cada simulação serão diferentes. Você pode realizar simulação em algumas instituições bancárias que têm interesse antes de contratar o plano de previdência privada para ter certeza de estar fazendo a melhor escolha.

3. Como declarar previdência privada no imposto de renda?

É muito importante que o contribuinte registre planos de previdência privada PGBL e VGBL na hora de realizar declaração de imposto de renda. Mas não se preocupe, é bastante fácil:

  • VGBL: registre na ficha “Bens e Direitos”, sob o código 97. Na “discriminação”, coloque as informações descritas na apólice. Em “situação“, informe o saldo bruto;
  • PGBL: informe na ficha “Pagamentos e Doações Efetuados”, sob o código 36. Insira o CNPJ e nome da instituição onde tem seu plano e as contribuições feitas no ano. Após, o próprio programa do IRPF realizará o cálculo do limite de 12% de isenção permitido.

Caso você tenha feito algum resgate do seu plano de previdência, também precisa informá-los:

  • regime regressivo: na ficha “Rendimentos sujeitos à tributação exclusiva/definitiva”, selecione o código 6. Informe o CNPJ e o nome da fonte pagadora, além do valor resgatado;
  • regime progressivo: em “Rendimentos tributáveis recebidos de pessoa jurídica”, preencha os campos de acordo com seu informe de rendimentos. Para o PBGL, coloque contribuições e resgates. Para VGBL, apenas os resgates.

Como declarar previdência privada no IR? VGBL e PGBL!


4. Qual o rendimento da previdência privada?

O rendimento da previdência privada varia de acordo com o plano escolhido. O tipo de fundo (renda fixa, balanceado, multimercado e ações) influencia muito no rendimento, sendo que os fundos mais arriscados trazem mais ganho.

Fatores como tributação e taxas também podem influenciar na porcentagem que o cliente receberá anualmente em cima do que for investido.

5. Como fazer a portabilidade de plano?

Se você está insatisfeito com seu plano, pode realizar a portabilidade, isto é, a troca de plano de previdência privada na mesma instituição ou para outra, desde que não haja mudança do tipo de plano.

O processo de portabilidade normalmente não é muito burocrático e é feito inteiramente pela instituição do plano para o qual se deseja trocar. A nova empresa entrará em contato com a antiga, que é obrigada, por lei, a acatar o pedido de portabilidade.

Para isso, não é preciso resgatar o dinheiro nem pagar imposto de renda ou outros custos, mas é preciso esperar uma carência, normalmente de 60 dias.

Assim, a portabilidade pode ser uma boa opção para quem percebeu, depois da contratação, que as taxas estão muito altas ou a rentabilidade não é o que esperava. 

6. Como cancelar previdência privada?

Para cancelar a previdência privada, você precisa entrar em contato com a instituição bancária escolhida para o plano.

Todo o dinheiro investido poderá ser resgatado na hora da quebra do contrato. Porém, não esqueça que haverá tributação do valor assim que ele for retirado do fundo.

7. Como funciona o resgate da previdência privada?

No momento da contratação, o cliente pode escolher como realizará o resgate de seu fundo de previdência privada, ou seja, como vai desfrutar do seu benefício.

Existem três formas de resgate que são escolhidas no momento da contratação, mas que podem ser alteradas posteriormente. São elas:

  • integral: o investidor escolhe sacar todo o valor guardado de uma vez;
  • mensal temporário: o investidor recebe uma pensão mensal, de valor fixo, com data de início e fim;
  • mensal vitalício: o investidor recebe um valor fixo a partir de uma certa data, que continua sendo pago até a sua morte.

No caso do recebimento de uma renda mensal por período determinado, existe a chance do valor ser repassado para um beneficiário, em caso de falecimento do titular. No entanto, isso deve estar previsto em contrato.

8. Previdência privada pode ser penhorada?

Sim. Caso o cliente de um plano de previdência tenha uma dívida a ser penhorada, a Justiça tem acesso às suas informações bancárias por meio do Bacen Jud. A plataforma informa qualquer dinheiro que investidor tenha em contas e pode, assim, ser congelado o valor para o pagamento da dívida.

A lei de penhora de bens estabelece que a prioridade para bens penhorados é dinheiro físico ou aplicado em contas, estando a previdência privada no segundo caso.

Previdência privada ou tesouro direto?

Um dos investimentos mais seguros do país é o Tesouro Direto. Entre os títulos disponíveis, estão o Tesouro IPCA+ e o Tesouro Renda+, bastante indicados para investimentos de longo prazo.

Entre as maiores vantagens desses títulos, estão a proteção contra a inflação, pois ele sempre rende acima desse indicador. Além disso, as taxas para investir no Tesouro Direto são bem mais baixas, inclusive a alíquota do IR, cujo máximo é de 22,5%.

No entanto, o Tesouro IPCA+ e o Tesouro Renda+ podem acarretar em perdas financeiras caso o dinheiro seja resgatado antes do prazo estabelecido, e, por isso, também devem ser investimentos bem pensados.

Por outro lado, a previdência privada pode ser a melhor opção para quem pode desfrutar do seu benefício fiscal e da sua condição de sucessão patrimonial, já que esse tipo de investimento não passa por inventário. No mais, os fundos previdenciários também contam com diferentes estratégias, como falamos antes.

Então, antes de optar por um ou por outro investimento, tente identificar qual faz mais sentido para o seu objetivo.

Por fim, caso você queira saber mais sobre o tesouro direto, acesse:

Qual a melhor previdência privada?

Escolher a melhor previdência privada depende muito do seu perfil de investidor e de quanto dinheiro você pretende investir. Existem várias opções no mercado, contemplando planos para perfis mais conservadores, moderados e arrojados.

Se você procura os fundos mais rentáveis, vale destacar que, em geral, eles são produtos com estratégia mais arriscada, voltada para investidores que toleram maior volatilidade.

Uma forma de encontrá-los é usando um comparador de fundos, como o da Mais Retorno, que elenca os melhores fundos de previdência em 2024:

FundoRentabilidadePerfil
SI FIM CP IE24,11%Agressivo
MOLLITIAM PREVIDÊNCIA ICATU QUALIFICADO FIM CP23,47%Agressivo
BRASILPREV TOP CAMBIAL FI20,56%Agressivo
HASHDEX 40 NASDAQ CRYPTO INDEX PREV FIM19,00%Agressivo
HASHDEX 40 NASDAQ CRYPTO INDEX XP SEGUROS PREV FIC MULTIMERCADO RESPONSABILIDADE LIMITADA18,29%Agressivo
MAR ABSOLUTO PREV FI FINANCEIRO MULTIMERCADO RESPONSABILIDADE LIMITADA17,88%Agressivo
INTER LOVER ICATU PREVIDENCIÁRIO QUALIFICADO FIM17,80%Agressivo
VERDE AM MUNDI MASTER FIFE FIM17,04%Arrojado
SAFRA PREV INTERNACIONAL MASTER FIM CP PREVIDENCIARIO16,70%Agressivo
BRADESCO MÁSTER PREVIDÊNCIA FIM BOLSA AMERICANA16,68%Agressivo
Consulta feita em 11/09/2024.

Dica da especialista:

Independentemente do retorno mostrado na tabela acima, é importante ressaltar que rentabilidade passada não garante rentabilidade futura. A performance dos fundos também vai depender do momento do mercado, que pode ser mais favorável a um ou outro tipo. Cada fundo precisa ser estudado além desse fator e sempre em comparação a produtos semelhantes.

Afinal, previdência privada vale a pena?

Agora que você chegou ao fim do texto, já sabe que existem várias vantagens e desvantagens de investir em previdência privada. Por exemplo, esse tipo de investimento traz o lado bom da comodidade e dos benefícios fiscais, mas tem o ônus de altas taxas cobradas, que podem diminuir o rendimento.

Caso você tenha conhecimento sobre investimentos e saiba gerir seu dinheiro sozinho, fazer a sua gestão financeira de forma individual pode ser mais rentável.

Por outro lado, se você não quer se preocupar com a gestão do seu dinheiro ou não tem tanta disciplina para economizar por conta própria, a previdência privada pode ser uma boa opção. Sendo esse seu caso, não esqueça de:

  • comparar os planos entre instituições financeiras diferentes;
  • considerar sua meta de renda futura para escolher um plano compatível;
  • analisar se outros tipos de investimentos podem fazer mais sentido para você.

Finalmente, além de investir para garantir a sua aposentadoria, é importante aprender a realizar um planejamento financeiro para ter um futuro mais tranquilo.

Perguntas frequentes

  1. O que é e como funciona uma previdência privada?

    A previdência privada é um investimento de longo prazo que as pessoas fazem para complementar a aposentadoria, contribuindo regularmente para um fundo que é investido em diversos ativos. Ao se aposentar, o indivíduo recebe os benefícios na forma de renda mensal ou saque único, dependendo do plano escolhido.

  2. É vantagem ter previdência privada?

    A previdência privada oferece vantagens interessantes, como a flexibilidade, possibilidade de renda vitalícia, benefício fiscal (no caso do PGBL), isenção de inventário, entre outras.

  3. É possível perder dinheiro na previdência privada?

    Sim, é possível perder dinheiro, a depender da estratégia do fundo previdenciário. Os mais arrojados, que investem em ações e ativos internacionais, têm maior risco e são mais voláteis do que fundos que investem em renda fixa, por exemplo.

  4. Qual a desvantagem da previdência privada?

    Os fundos previdenciários podem ter maior taxa de administração, o que prejudica seus rendimentos. Além disso, a liquidez é menor, dificultando o resgate do dinheiro.

Referências do artigo
  1. Bruna regina

    Ele é sem anuidade? Como é forma de pagar a fatura?

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