Indicadores econômicos financeiros

Entenda os principais indicadores econômicos financeiros (IPCA, Selic, CDI, moedas e mais), qual o valor hoje, sua importância e periodicidade!

Melissa Nunes

Atualizado em 24/04/2025 15:35


Índices financeiros%
Selic (hoje)14,75%
Rendimento da poupança (hoje)0,50%
CDI (hoje)14,65%
IPCA (atual)0,26%
IGP-M (atual)-0,49%
Moeda1 Real (BRL)
Dólar (USD)R$ 5,51
Euro (EUR)R$ 6,36

No dia a dia, vemos nos jornais da televisão, siglas como IPCA, IGP-M, PIB e outras que podem soar bastante confusas para quem não sabe o que elas significam. Porém, todas elas são importantes indicadores financeiros que ajudam a balizar a situação econômica do país como um todo.

Dessa forma, é interessante que você se informe e conheça quais são os principais indicadores econômicos financeiros que fazem parte da rotina do Brasil e como eles impactam a sua vida. Assim, poderá entender melhor o que vem sendo discutido entre os profissionais, as perspectivas futuras para a nossa economia e o que levar em consideração nas suas próprias decisões financeiras.

O que são indicadores econômicos financeiros?

Em qualquer região econômica (cidades, estados, países…) teremos uma lista de indicadores econômicos financeiros, ou variáveis econômicas, expressas em índices e indexadores. Esses indicadores demonstram, por exemplo, a variação dos preços, os níveis de atividade de diferentes setores da economia, as contas externas ou o crescimento de um local.

Qual a importância dos indicadores econômicos?

Os indicadores econômicos são de extrema importância para conseguirmos medir, efetivamente, o que está acontecendo com a economia de um lugar. Quais os índices de inflação, quais as taxas de juros, a cotação das moedas, quanto podem render os investimentos e por aí vai.

Geralmente medidos pelos institutos de pesquisa, eles ajudam o governo a entender o que está acontecendo, o que está melhorando, o que está piorando e em quais esferas ele deve agir visando o bem comum…

Quais os principais indicadores financeiros?

Quando falamos de Brasil, temos alguns indicadores que, geralmente, são o que estão mais presentes nos noticiários econômicos. Confira os principais:

1. Moedas

As taxas de câmbio indicam o quanto o Real (a moeda brasileira), está valorizada ou desvalorizada em relação a outras moedas pelo mundo, como o Dólar (EUA) e o Euro (Europa).

Você pode conferir essa taxa, que é atualizada constantemente, em tempo real. Ela oscila de acordo com a oferta e demanda das moedas no mercado e impacta na troca de moedas, na composição dos preços das coisas (cuja fabricação dependa da importação de matéria-prima), no comércio, na indústria, nas exportações e importações e nos investimentos.

2. Taxa Selic Meta

Atualizada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de 45 em 45 dias, ela representa a meta de taxa de juros anual. Esse indicador acaba influenciando o custo dos empréstimos que os bancos precisam fazer entre si e, por sua vez, o crédito e os investimentos para o público em geral.

Essa é uma das principais políticas monetárias do Brasil já que, dentre suas principais funções, estão aquecer a economia ou desaquecê-la, para controlar a inflação. Além da Selic Meta, também temos a Selic Over, que é considerada a taxa efetiva (ou seja, realmente usada) e que geralmente fica 0,1 abaixo da Meta.


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3. Taxa Referencial

A Taxa Referencial (TR) é um dos componentes que ajuda a definir a rentabilidade da poupança e do FGTS. Ademais, já foi muito importante no controle das taxas de juro e inflação, o que impactava na selic. Dessa forma, a Taxa Referencial é muito utilizada para quem busca investir em títulos de capitalização e fundos imobiliários.

4. CDI

O DI é a variação diária dos empréstimos interbancários, uma taxa que anda sempre próxima à Selic (cerca de 0,1 abaixo). O CDI, por sua vez, representa os títulos que os bancos emitem e vendem entre eles para conseguir levantar recursos para suas necessidades.

Assim, boa parte dos títulos privados de renda fixa, como os CDBs, LCIs e LCAs, utilizam o CDI como benchmark (régua de comparação) e balizador de rentabilidade.

5. IPCA (Índice de Preços do Consumidor Amplo)

Calculado pelo IBGE, mensalmente, o IPCA é o principal indicador de preços do Brasil, servindo como representante da inflação oficial do País.

Para chegar a ela, é calculada a variação de preços de uma cesta de produtos definida e dividida em diversos grupos consultados. Levando em conta diferentes pesos, é chegada em uma variação final em porcentagem. Ela pode ser positiva (inflação), negativa (deflação) ou neutra. Embora divulgado mensalmente, o IPCA também é mostrado na forma acumulada (no ano corrente e nos últimos 12 meses).


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6. IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado)

Semelhante ao IPCA, é calculado, porém, por uma instituição privada: a FGV. Ele possui alguns critérios diferentes de medição, servindo como outra alternativa à inflação. Acabou ficando conhecido como a “inflação do aluguel“, por geralmente balizar a correção das taxas de contratos de aluguel, seguros e tarifas públicas.

7. Rendimento da poupança

Indica a regra de rentabilidade da poupança, de acordo com o valor da Taxa Selic Meta estipulada:

  • quando a Selic Meta é menor ou igual a 8,5% a.a., a poupança rende 70% da Selic + TR (Taxa Referencial);
  • quando a Selic Meta está acima de 8,5% a.a., a poupança rende 0,5% ao mês + TR.

Essa regra é válida para todos os depósitos feitos em conta poupança a partir de 4 de maio de 2012. Depósitos anteriores rendem 0,5% ao mês + TR, independentemente do valor da Selic.

8. Salário mínimo

Instituído em 1940, pelo presidente Getúlio Vargas, o salário mínimo representa, legalmente, o valor mínimo a ser pago por uma empresa aos seus funcionários.

Ele é reajustado ano a ano, sendo válido em todo o território nacional. Em 2023, a Medida Provisória nº 1.143 reajustou o valor do salário mínimo de R$ 1.212,00 para R$ 1.320,00, representando um aumento de 8,9%.

Com que frequência os índices são atualizados?

IndicadorFrequência de atualização
Moedas (dólar, euro, etc.)Cotação diária
Taxa Selic MetaA cada 45 dias (8 vezes no ano)
Taxa ReferencialDiariamente
CDIDiariamente
IPCAMensalmente
IGP-MMensalmente
Rendimento da poupançaDe acordo com a variação da Selic Meta
Salário mínimoAnualmente

Como calcular os indicadores financeiros?

Calcular indicadores financeiros é essencial para entender a saúde econômica de uma empresa ou até do mercado como um todo. Esses cálculos envolvem fórmulas simples, mas que revelam dados valiosos sobre lucratividade, endividamento, liquidez, entre outros pontos.

Veja como calcular os principais indicadores:

  • liquidez corrente: divide-se o ativo circulante pelo passivo circulante (liquidez corrente = ativo circulante / passivo circulante);
  • margem de lucro: divide-se o lucro líquido pela receita total e multiplica-se por 100 para obter o valor em percentual (margem de lucro = lucro líquido / receita total x 100);
  • retorno sobre o patrimônio (ROE): calcula-se dividindo o lucro líquido pelo patrimônio líquido (ROE = lucro líquido / patrimônio líquido);
  • índice de endividamento: divide-se o total de passivos pelo total de ativos (endividamento = passivos totais / ativos totais);
  • liquidez imediata: divide-se o caixa e equivalentes de caixa pelo passivo circulante (liquidez imediata = caixa / passivo circulante).

Esses são apenas alguns dos principais indicadores que ajudam a entender a capacidade de pagamento, eficiência e rentabilidade de uma empresa ou mesmo avaliar a economia de um país. Cada indicador tem uma função específica e, juntos, oferecem uma visão mais completa para quem precisa tomar decisões com base em dados financeiros.

Outros indicadores econômicos importantes

  • PIB (Produto Interno Bruto): é o principal indicador de crescimento econômico de um país ou região. Divulgado trimestralmente (com acumulado anual), busca mensurar todas as riquezas produzidas naquele período. É formado por consumo das famílias, gastos do governo, investimentos das empresas e balança comercial (exportações menos importações);
  • Balança Comercial: traz o saldo entre o total de exportações menos o total de importações atingido pelo país ao final de um período. O ideal é que as exportações sejam maiores do que as importações, gerando assim o chamado superávit. Em caso contrário, haverá um déficit. É importante lembrar que isso é mais aplicável ao Brasil, que é um país exportador. Já os EUA, por exemplo, costuma ser mais importador, já prevendo, portanto, um déficit natural em sua balança comercial;
  • Emprego e Desemprego: pode ser medido com algumas variáveis, como número de vagas de empregos criadas (contratações menos demissões) em determinado período, número de cidadãos empregados e desempregados e taxa de desempregados em porcentagem;
  • INPC: calculado pelo IBGE, é um índice de preços que leva em conta as famílias que ganham de 1 a 5 salários mínimos das 10 principais regiões metropolitanas, mais o DF, Goiânia e Campo Grande;
  • IPCA-15: ficou conhecido como a “prévia da inflação”, já que possui os mesmos critérios de avaliação, porém medido do dia 16 de um mês até o dia 15 do mês seguinte e com menor abrangência geográfica;
  • Produção Industrial: calcula, mensalmente, o avanço ou recuo, em porcentagem, em relação ao período anterior, da atividade industrial;
  • Volume de Vendas do Comércio: calcula, mensalmente, o avanço ou recuo, em porcentagem, em relação ao período anterior, do volume de vendas no comércio;
  • Crescimento do Setor de Serviços: calcula, mensalmente, o avanço ou recuo, em porcentagem, em relação ao período anterior, do volume de serviços.

Perguntas frequentes

  1. Quais são os principais indicadores econômicos do Brasil?

    No Brasil, temos alguns indicadores que, geralmente, são o que estão mais presentes nos noticiários econômicos, como, por exemplo, PIB, Moedas, Meta Selic (Taxa de Juros), CDI, IPCA (inflação), IGP-M (inflação) e Rendimento da poupança.

  2. O que é um indicador econômico?

    São variáveis econômicas, expressas em índices e indexadores que demonstram, por exemplo, a inflação, taxas de juros, cotação das moedas, crescimento econômico, nível de atividade de setores específicos, ou quanto podem render os investimentos. Eles são de extrema importância para conseguirmos efetivamente medir o que está acontecendo com a economia de uma região.

  3. Por que é preciso acompanhar os indicadores econômicos?

    Acompanhar os indicadores econômicos é um processo essencial para aqueles que desejam otimizar as próprias estratégias de investimento, buscando sempre os melhores resultados. Assim, mantendo o acompanhamento das taxas e cotações, você obtém uma visão mais ampla sobre o mercado financeiro, tomando decisões mais conscientes e tendo um maior reconhecimento das oportunidades pontuais que aparecem.

  4. Quais são os 5 principais indicadores financeiros para monitorar?

    Os 5 principais indicadores financeiros que você deve acompanhar são: liquidez corrente; margem de lucro; retorno sobre o patrimônio (ROE); índice de endividamento; e liquidez imediata.
    Esses indicadores ajudam a entender a capacidade de pagamento, lucratividade e saúde financeira de uma empresa.

  5. Quais são as três categorias dos indicadores econômicos?

    Os indicadores econômicos são divididos em três categorias:
    1. indicadores de crescimento: como PIB e produção industrial;
    2. indicadores de inflação: como IPCA e IGP-M;
    3. indicadores de mercado de trabalho: como taxa de desemprego e renda média.
    Cada categoria oferece uma visão específica da economia.

  6. Qual a diferença entre PIB e IDH?

    O PIB (Produto Interno Bruto) mede a soma de todos os bens e serviços produzidos por um país, ou seja, o tamanho da economia. Já o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) avalia qualidade de vida, levando em conta saúde, educação e renda. Enquanto o PIB foca na economia, o IDH foca no bem-estar das pessoas.

  7. Como analisar os indicadores econômicos financeiros?

    Para analisar bem os indicadores econômicos financeiros, você deve:
    1. entender o que cada indicador mede e sua fórmula;
    2. comparar os números com períodos anteriores ou com outras empresas/setores;
    3. observar o contexto econômico atual e tendências;
    4. avaliar se os resultados estão dentro de padrões saudáveis para o tipo de negócio.
    Essa análise ajuda a tomar decisões mais seguras e conscientes sobre investimentos ou gestão

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Melissa Nunes

Melissa Nunes juntou-se ao iDinheiro em 2020, trazendo sua especialidade em investimentos para o time de conteúdo. Hoje, também supervisiona a equipe, garantindo a qualidade e a seriedade do nosso trabalho. Como especialista e analista de investimentos, atua também como educadora nas redes e é co-fundadora da empresa Legado Investe. Anteriormente, formou-se em Ciências Biológicas e concluiu mestrado na área. Também já atuou como instrutora de língua inglesa, mas decidiu migrar para o mercado financeiro depois de começar a aprender sobre finanças e investimentos, sobre os quais completou diversos cursos, incluindo um MBA, além das certificações profissionais CEA e CNPI-T.

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