Mercado de opções: como funciona e 5 estratégias para operar!

Entenda como funciona o mercado de opções, veja exemplos práticos, quais suas vantagens e 6 livros para estudar e se aprofundar!

Escrito por Melissa Nunes

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Dentre as modalidades de renda variável, o mercado de opções é aquele que, certamente, pode oferecer o maior potencial de ganho em um menor espaço de tempo. As opções podem servir tanto para especulação, quanto para proteção de sua carteira de investimentos.

Mas é claro que você também conhece aquela regra básica do mercado financeiro: “quanto maior a possibilidade de lucro, maiores os riscos”. Então, embora façam brilhar os olhos de muita gente, as opções também são conhecidas no mercado como o famoso “cemitério de malandro”, pois os prejuízos podem ser irreversíveis.

Por isso, nessa leitura, você entenderá:

  • o que são opções;
  • como elas funcionam;
  • as diferenças entre call e put;
  • exemplos práticos;
  • quais suas vantagens e desvantagens e muito mais.

E, por último, mas não menos importante: quais os principais cuidados que você deve tomar se você deseja buscar bons resultados nesse tipo de operação. Aproveite a leitura!

O que são opções e para que servem?

Opções são derivativos de renda variável, ou seja: são ativos derivados de outros ativos, nos quais você pode investir diretamente na bolsa de valores. Em resumo, opções são uma espécie de contrato de direito de comprar ou vender um ativo por um determinado preço e uma data futura. Elas são negociadas com outro investidor que assume o compromisso de comprar ou vender aquele ativo no vencimento acordado.

Elas servem para dois grandes objetivos básicos: especulação ou hedge. Ou seja, você pode utilizar esse mercado para aproveitar-se de oscilações de preços e ir em busca de ganhos mais altos em um menor espaço de tempo. Ou também utilizá-lo para proteção de sua carteira de investimentos, aproveitando-se da baixa do mercado para lucrar com a queda de determinados ativos.

Tudo isso nós iremos ver em detalhes na leitura que se segue.

Opções binárias é o mesmo que opções?

Não. Opções binárias são um tipo de transação oferecida por algumas plataformas onde você simplesmente tenta adivinhar se o preço de um determinado ativo vai subir ou cair. Então, você coloca um determinado valor e, se acertar, ganha uma porcentagem de remuneração. Se errar, perde tudo.

Na prática, você não compra ou investe em nenhum ativo financeiro real. Apenas acompanha o mercado e dá seus palpites. Ou seja: são muito mais próximas de uma aposta e carregam consigo o alto risco que é natural a ela.

Sendo assim, não possuem regulamentação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), entidade que regula e fiscaliza o mercado financeiro. As opções binárias prometem altos lucros e, em contrapartida, podem significar a ruína completa do jogador.

No caso das opções propriamente ditas, por ser um derivativo, como o nome já diz, elas possuem o lastro em um ativo real, que pode ser ações, moedas, taxas de câmbio e juros, commodities, ETFs e até criptoativos. Elas são, portanto, modalidades regulamentadas e reconhecidas de investimento.

Como funciona o mercado de opções?

Como já adiantamos lá no começo desse texto, uma opção é o direito de um investidor comprar ou vender um ativo por um determinado preço em uma data futura. Ela será negociada com outro investidor que assume o compromisso de comprar ou vender aquele ativo no vencimento acordado. Sendo assim, elas são divididas em duas grandes modalidades de direção: compra (call) e venda (put).

Para facilitar o entendimento, imagine que estamos falando da compra ou venda de um imóvel, que vamos usar como exemplo. Acompanhe, abaixo, como funcionaria para cada caso.

1. Opção de compra – call

Comprar uma call (adquirir uma opção de compra) significa que você está adquirindo o direito de comprar um determinado ativo por um preço pré-estabelecido, em uma data futura.

Usando o nosso exemplo, imagine que você deseja comprar um imóvel em uma zona da cidade onde será construído um novo shopping. Por isso, você acredita que a procura por moradia também deve aumentar, e, assim, os imóveis do bairro devem valorizar nos próximos meses.

Você não tem capital imediato para a compra, mas, pensando em lucrar com esse momento, você procura alguém que esteja querendo vender uma casa ou apartamento, com o qual negocia um “sinal”. Ou seja, paga uma pequena quantia hoje, sinalizando que comprará o imóvel dali alguns meses, pelo preço atual.

Como você acredita que o preço deve subir, é vantagem pagar o preço atual. Do outro lado, o vendedor acredita que o shopping vai afastar a vizinhança, que gosta da tranquilidade da área. Dessa forma, ele entende que o imóvel irá desvalorizar. Por isso, fica feliz em fazer esse acordo com você.

Com funciona no mercado de opções

A mesma lógica se aplica para o mercado de opções: se você faz essa operação, é porque você acredita que o preço de um ativo financeiro irá subir significativamente até determinada data. Então, você paga um pequeno valor (o “sinal”, que aqui chamamos de “prêmio”) para garantir o direito de comprar esse ativo por um preço abaixo do que ele de fato estará.

Para isso, do outro lado, haverá o vendedor de uma call, que é quem receberá esse “prêmio” para assumir o compromisso de vender o ativo no valor e data futura acordados. Ele acredita que o ativo irá cair.

Caso você esteja certo e o ativo suba, você poderá exercer esse direito na data de vencimento e adquirir o ativo mais barato. Mas, no meio do caminho, caso o ativo suba bastante, o valor da opção irá acompanhar e subir também. Então, você pode vender a própria opção por um valor maior do que a comprou e também lucrar com isso. Esse tipo de transação costuma ser mais especulativa.

É como se você resolvesse vender o seu “sinal” de compra do imóvel para outro comprador interessado, por um preço maior do que pagou. Assim, você embolsa o lucro da diferença e não precisa se preocupar em conseguir o dinheiro do imóvel.

Exemplo de operação com call

  • As ações de PETR4 estão custando R$ 10 em agosto e você acredita que elas irão valorizar acima de R$ 12;
  • então, você adquire 100 opções de compra (calls) de PETRJ120, por R$ 2 cada, desembolsando, para isso, R$ 200 (prêmio);
  • elas lhe garantem o direito de comprar PETR4 a R$ 12 em outubro.

Caso 1: chegou na data de vencimento e PETR4 está custando R$ 16.

Logo, você tem o direito de comprar 100 PETR4 por R$ 12, uma diferença de R$ 4 (x 100 = R$ 400).
Tirando os R$ 200 que você gastou com as opções (prêmio), é um lucro de R$ 200, ou seja: 100% de retorno.

Assim, você pode ficar com as ações ou vendê-las imediatamente, embolsando o lucro.

Mas, se, nesse meio tempo, as próprias opções PETRJ120 subiram de R$ 2 para R$ 4 cada uma, por exemplo, você também teria a alternativa de, antecipadamente, vendê-las e lucrar com a diferença.

Caso 2: chegou na data de vencimento e PETR4 está custando R$ 8.

Logo, não faz sentido utilizar seu direito, pois você poderia comprar as ações diretamente no mercado por R$ 8. Então, você simplesmente não irá exercer esse direito. Porém, os R$ 200 reais que você gastou comprando as ações serão perdidos. O que significa que você perdeu todo o seu valor investido.

Nesse meio tempo, com a queda das ações de PETR4, é provável que a cotação de PETRJ120 tenha caído na mesma proporção. Assim, se você optou por não vender (para tentar diminuir o prejuízo) e preferiu esperar até o vencimento para ver o que poderia acontecer, vai acontecer o que o mercado chama de: “as opções virarem pó”. Ou seja: elas vencem e simplesmente deixam de existir, e o dinheiro do investidor fica pelo caminho.

2. Opção de venda – put 

Comprar uma put (adquirir uma opção de venda) significa que você está adquirindo o direito de vender um determinado ativo por um preço pré-estabelecido, em uma data futura.

É como o nosso exemplo do imóvel, mas, nesse caso, você quer se desfazer dele, porque entende que o preço deve cair nos próximos meses. Assim, você assegura que poderá vendê-lo pelo preço que vale hoje.

Veja que, nos dois casos, é sempre preciso que haja outra pessoa na ponta contrária que acredite no cenário inverso. Como ela entende que o imóvel irá se valorizar, não se importará que você pague por esse direito (“sinal”).

Se estiver certo, você lucra com a diferença. Se estiver errado, perde apenas o que pagou e a outra pessoa buscará outro vendedor.

Como funciona no mercado de opções

Se você adquire uma put, é porque acredita que o preço de um ativo financeiro irá cair significativamente até certa data. Então, você paga um prêmio para garantir o direito de vender esse ativo por um preço acima do que ele de fato estará.

Para isso, do outro lado, haverá o vendedor de uma put, que é quem receberá esse prêmio para assumir o compromisso de comprar o ativo no valor e data futura acordados. Ele acredita que o ativo irá subir.

Caso você esteja certo e ação caia, você poderá exercer esse direito na data de vencimento e se desfazer do ativo por um preço mais caro do que ele vale no momento. Assim, você protege a sua carteira de grandes oscilações.

Mas, no meio do caminho, caso o ativo caia bastante, o valor da opção também irá subir. Então, você pode vender a própria opção por um valor maior do que comprou e também lucrar com isso. Esse tipo de transação também costuma ser mais especulativa.

Como exemplo, podemos utilizar exatamente o que explicamos para a call, porém, os casos se dão de forma invertida. Aqui, você lucra com a queda e perde com a alta.

Características das opções

Existem algumas características e termos que são utilizados no mercado de opções que dão nome aos detalhes que explicamos acima. Veja na tabela o que cada termo significa:

Ativo-objetoÉ o ativo no qual a opção está lastreada. No nosso exemplo, PETR4 é o ativo-objeto da PETRJ120.
TitularÉ quem compra a opção e tem o direito de exercê-la, seja a call (compra) ou put (venda).
LançadorÉ quem vende a opção, recebe o prêmio e tem a obrigação de entregar o ativo-objeto pelo preço combinado.
PrêmioÉ o valor pago pelo titular ao lançador pelo direito de exercer (ou não) a compra ou venda do ativo-objeto pelo preço combinado.
ExercícioÉ quando o titular exerce o seu direito de comprar ou vender o ativo-objeto.
StrikeÉ o preço pelo qual o ativo-objeto será comprado ou vendido na data de exercício da opção, no nosso exemplo, os R$ 12.
VencimentoÉ a data limite de negociação das opções e o dia em que o direito de compra ou venda do ativo-objeto deve ser exercido (ou não).
Lote mínimoNa negociação das opções, é obrigatória a compra de um lote mínimo de 100. Por isso, no, nosso exemplo, o titular teve de desembolsar o valor mínimo de R$ 200 para comprar 100 opções cotadas a R$ 2.

Além do valor de prêmio no lote mínimo de 100, vale ressaltar que o titular de call e o lançador de put precisam ter dinheiro em caixa caso precisem fazer a compra dos ativos. No exemplo de operação com PETR4, seria preciso ter R$ 1.200 disponíveis caso o exercício ocorresse na data de vencimento.

Código das opções

Para comprar ou vender uma opção, precisamos saber o código correto de cada uma.

O código das opções é formado por três variáveis: o ativo-objeto, o mês de vencimento e o valor de exercício acordado. Logo, no nosso exemplo PETRJ120 foi formado, pois:

  • PETR: ativo-objeto
  • J: vencimendo no mês de outubro
  • 120: strike de R$ 12,00

Mas o que J tem a ver com outubro? É que a tabela dos vencimentos das opções traz uma letra específica para cada mês para facilitar a identificação do prazo na hora da negociação. E isso também muda se for uma call ou uma put. Confira abaixo:

Mês de vencimento das opçõesCallPut
JaneiroAM
FevereiroBN
MarçoCO
AbrilDP
MaioEQ
JunhoFR
JulhoGS
AgostoHT
SetembroIU
OutubroJV
NovembroKW
DezembroLX

A data exata do vencimento das opções ocorre sempre na 3ª segunda-feira de todo mês – ou no dia útil seguinte. Após essa data, a série da opção deixa de existir. Se você tiver alguma opção em carteira e não exercê-la, ela irá simplesmente sumir da sua custódia.

Hoje, o exercício é automático, caso ele seja favorável ao titular. Assim, basta ter o dinheiro (para compra de call) ou o ativo-objeto (para compra de put) em conta. A liquidação da operação se dá em D+1.

Opções dentro, fora e no dinheiro

Quando você acompanha o mercado de opções, também é comum que se depare com a expressão de que as opções estão “dentro, fora ou no dinheiro”. Confira o que significa cada uma:

Dentro do dinheiro:

  • opção de call: o ativo-objeto está sendo negociado, hoje, acima do preço do strike;
  • opção de put: o ativo-objeto está sendo negociado, hoje, abaixo do preço do strike;

Fora do dinheiro:

  • opção de call: o ativo-objeto está sendo negociado, hoje, abaixo do preço do strike;
  • opção de put: o ativo-objeto está sendo negociado, hoje, acima do preço do strike;

No dinheiro: o ativo-objetivo está sendo negociado, hoje, por um preço exatamente igual, ou muito próximo ao do strike da opção, seja de call ou de put.

Imposto de renda das opções

No mercado de ações, há isenção de Imposto de Renda para vendas inferiores a R$ 20 mil no mês. Já no mercado de opções isso não se aplica. Tudo é tributado em 15% de IR sobre todo o lucro líquido proveniente dessas operações (descontando-se custos).

Já quando feito na modalidade de day trade, assim como as ações, esse percentual sobe para 20%.

Assim, é preciso apurar o lucro ou prejuízo de todas as operações, seja da compra ou venda antecipada (antes do vencimento) ou no exercício. Em caso de resultado negativo, ele pode ser compensado futuramente com lucros de opções, ações, contratos futuros, ETFs e BDRs, desde que respeite a modalidade de negociação (day trade com day trade e swing trade com swing trade).

O pagamento dos tributos é feito via DARF até o último dia útil do mês seguinte à operação, junto com demais lucros de operações em bolsa feitas no mesmo período, sob o código 6015.

Vantagens e desvantagens do mercado de opções

VantagensDesvantagens
vantagem Especulação: é possível buscar ganhos com oscilações de mercado de ativos reais.desvantagens Alto risco: é a modalidade da renda variável com o maior risco envolvido em suas operações.
vantagem Hedge: pode servir como estratégia de proteção a ativos que você tenha em carteira.desvantagens Complexidade: por se tratar de derivativos, necessita de maior conhecimento do mercado e suas nuances.
vantagem Altos ganhos: é a modalidade de renda variável que pode entregar os maiores potenciais de ganho.desvantagens Altas perdas: assim como pode entregar altos ganhos, também pode significar os maiores prejuízos.
vantagem Curto prazo: as operações podem durar menos de 1 mês ou poucos meses.desvantagens Perda de todo o capital investido: é bem comum de acontecer, como no caso das opções “virarem pó”.

Cuidados ao operar opções

O mercado de opções é constante alvo de alerta, pois, ao mesmo tempo que pode entregar os maiores potenciais de ganho, também pode significar os maiores prejuízos – alguns até irreversíveis. E isso acontece por alguns motivos:

  1. primeiro porque, por tratar-se de um tipo de derivativo, é preciso que você tenha um conhecimento de mercado e suas oscilações um pouco mais elevado;
  2. este não é um mercado como o das ações, onde você compra um ativo e pode esperar pela sua valorização no longo prazo. Como as opções possuem um vencimento e um preço de exercício, você precisa estar certo e na hora certa. O ativo deve bater o valor que você imaginou e dentro de um prazo estabelecido;
  3. no caso das ações, você pode ver um ativo desvalorizar 10%, 20%, 30% ou mais. Porém, se você confia nos fundamentos da empresa investida, por exemplo, é sempre uma opção segurar esperando que ela volte ao seu patamar de preço. No caso das opções, elas podem virar pó em pouco tempo. Ou seja: a perda de 100% do valor que você investiu é bastante comum se você não acertar a operação.

E quando falamos de puts, elas seguem a mesma lógica das operações vendidas no mercado a vista: a perda pode ser infinita. Como assim?

Por exemplo: o máximo que você pode perder com a compra de opções de call é de 100% do seu valor investido, certo? O que já é bem ruim.

Agora, digamos que você vendeu uma put (opção de venda), ou seja: assumiu o compromisso de, na data marcada, comprar um ativo que esteja valendo, hoje, R$ 10. Imagine que, no dia do exercício, ele tenha disparado para R$ 50. Você será obrigado a tomar esse enorme prejuízo. Se você tiver envolvido mil opções nessa transação, por exemplo, você entrou com um patrimônio de R$ 10 mil e sairá com uma dívida de R$ 40 mil. E, como para cima não há limite, as perdas podem ser, portanto, infinitas.

5 estratégias comuns com opções

A operação tradicional de opções também pode ser chamada de “compra a seco“, onde o ganho é ilimitado, mas também há o risco da perda de 100% do capital investido. Por isso, foram desenvolvidas algumas estratégias. Para quem conhece o mercado de ações, pode encontrar similaridades com as Long & Short. No caso dessas táticas com opções, o objetivo principal é limitar os ganhos, mas também minimizar possíveis perdas.

1. Trava de alta

Aqui, o investidor acredita na alta do ativo-objeto. Essa estratégia consiste em:

  • comprar de uma call dentro do dinheiro; e
  • vender de uma call fora do dinheiro.

Ambas opções precisam ter a mesma data de vencimento. Isso permitirá ao investidor ganhar com a alta da ação sem comprá-la efetivamente.

2. Trava de baixa

Aqui, ao contrário da anterior, o investidor acredita na queda do ativo-objeto. E ela segue a lógica inversa da trava de alta. Na trava de baixa, o investidor deve:

  • vender uma call dentro do dinheiro ou até mesmo fora do dinheiro; e
  • comprar uma call com preço de exercício maior e com a mesma data de vencimento.

3. Straddle e strangle

O straddle é uma estratégia onde o investidor compra duas opções (call e put) com o mesmo strike e vencimento. O objetivo é lucrar com a diferença do preço da ação no vencimento com o strike da opção. Logo, por se tratar de uma estratégia em duas pontas opostas, não importa se o preço estará acima ou abaixo do strike.

Já no strangle há a compra de duas opções (call e put), com igual vencimento, mas com strikes diferentes. Por isso, as operações com strangle podem ser do tipo long (compra simultânea das duas opções) ou do tipo short (venda simultânea dessas duas opções).

4. Borboleta

A borboleta é uma estratégia utilizada pelo investidor que acredita que o preço do ativo-objeto não irá variar muito até o vencimento. Então, ele compra:

  • uma call fora do dinheiro;
  • outra opção dentro do dinheiro; e
  • uma terceira no dinheiro.

Na prática, é como se houvesse uma combinação de uma trava de alta e uma trava de baixa ao mesmo tempo.

5. Dividendos sintéticos

O dividendo sintético nada mais é do que um investidor lançar calls no mercado (lançamento coberto), de olho no prêmio que irá receber. É chamado assim, pois esse dinheiro não vem proveniente dos lucros de nenhuma ação ou fundo imobiliário em específico.

Porém, como a intenção é apenas receber o prêmio, também pode ser feito com lançamento de puts, em um strike onde o investidor aceitaria comprar a ação, caso fosse exercido.

Onde encontrar e como investir em opções?

Para operar opções, você precisa ver o código referente ao vencimento e strike que gostaria de comprar ou vender. Além disso, é importante avaliar a liquidez de cada série, que nem sempre é satisfatória. No site Opções.Net.Br você encontra todas essas informações.

Para fazer a compra ou venda, basta ter uma conta em uma corretora e acessar o seu home broker em uma área que, geralmente, é destinada a essa modalidade. No campo de busca, digite o código da opção de interesse. Em algumas corretoras, você deve primeiro digitar o código do ativo-objeto e ela ainda lhe mostrará as opções disponíveis lastreadas naquele papel.

6 livros sobre o mercado de opções

Esperamos que esse texto tenha lhe auxiliado a entender melhor como funciona o mercado de opções. Mas, é claro que se você deseja operar, de fato, é interessante que você conte com um auxílio profissional.

Caso você mesmo queira se aprofundar no tema e fazer suas próprias transações, algumas literaturas podem ajudar. Por isso, separamos também alguns opções de livros sobre o tema que vão contribuir com conhecimento e noções práticas:

  • Fique Rico Operando Opções: estratégias vencedoras dos traders profissionais
    Escrito pelo ex-corretor da bolsa de Nova York, Lee Lowel, traz lições sobre o que funciona ou não no mercado de opções. Ele busca explicar como ganhar dinheiro com menos risco envolvido e menos capital em jogo, a partir de quatro principais estratégias: comprar opção de calls muito dentro do dinheiro, venda a seco de puts, travas de baixa e venda coberta.
  • Mercado de Opções – Teoria e Prática: do básico ao avançado
    Lerbius Mark leva o leitor mais iniciante a aprender como operar no mercado de opções, iniciando nos conceitos básicos da modalidade até chegar nas estratégias mais complexas. Ele explica que, se o mercado de ações é como jogar damas, operar opções é como jogar xadrez. E não há porque ficar preso aos movimentos do mercado, seja para cima ou para baixo.
  • Opções, Futuros e Outros Derivativos
    Tradução da obra Options, Futures, and Other Derivatives, de John C. Hull, aqui, estudantes, profissionais e entusiastas do mercado de opções encontrarão as muitas lições sobre a modalidade, além de um capítulo exclusivo sobre produtos derivativos no mercado brasileiro.
  • Derivativos: negociação e precificação
    Leonel Molero e Eduardo Mello apresentam técnicas utilizadas pelas mesas de tesouraria de bancos e gestoras de fundos em estratégias executadas no mercado de opções, futuros, swaps e termos. Traz exemplos das operações de hedge, especulação e arbitragem, com o apoio de casos práticos do mercado brasileiro.
  • Investindo no Mercado de Opções: aprenda a operar opções na bolsa de valores com segurança e controle dos riscos
    O autor Elvis Pfützenreuter foca no mercado de opções (incluindo as gregas) como estratégia indispensável para investir com sucesso, seja para especulação ou redução de riscos. Ele lembra que cada nova operação é única e promete assegurar uma base sólida de conhecimento ao leitor.
  • Trading de Opções Para Leigos
    Por Joe Duarte, a obra busca ajudar investidores iniciantes a escolher as opções certas para suas necessidades de investimentos. Entenda mais sobre o custo-benefício e como gerenciar riscos para buscar ganhos surfando as ondas do mercado.

Quem pode operar o mercado de opções?

Qualquer investidor que esteja classificado com o perfil ‘agressivo’ em sua corretora, ou seja, que pode investir em ativos de renda variável, tem a permissão para operar opções.

É preciso muito cuidado, porém, em função da maior complexidade desse mercado e pelo fato de ser possível perder todo o valor investido. Além disso, é preciso ter margem de garantia alocada para esse tipo de operação. Portanto, não é um mercado recomendado para iniciantes.

Caso esse seja um tópico do seu interesse, procure estudar bastante e manter-se informado sobre qualquer coisa que pode impactar nos ativos-objeto das opções escolhidas para operar.

Por fim, evite tomar riscos desnecessários. Dinheiro é algo que conquistamos, na maioria das vezes, em troca do nosso tempo. Assim, procure valorizá-lo acima de qualquer operação especulativa sem conhecimento (o que, nesse caso, se torna apenas uma aposta).

Esse texto foi útil? Não deixe de mandar a sua opinião ou suas dúvidas nos comentários! Nós, do iDinheiro, queremos saber como podemos ajudar na sua vida financeira da melhor maneira possível.

Perguntas frequentes

  1. Quais as vantagens do mercado de opções?

    Com as opções, é possível buscar ganhos com oscilações de mercado de ativos reais em operações de curto prazo, que podem durar menos de 1 mês ou poucos meses. Pode servir tanto para especulação quando como hedge, atuando como proteção a ativos que você tenha em carteira. É a modalidade de renda variável que pode entregar os maiores potenciais de ganho.

  2. Quais os riscos das opções?

    As opções são operações complexas, de alto risco e que, além da perda de todo o capital investido, podem significar prejuízos ilimitados, gerando dívidas irreversíveis.

  3. O que é call e put?

    Comprar uma call (comprar uma opção de compra) significa que você está comprando o direito de comprar um determinado ativo por um preço pré-estabelecido, em uma data futura. Comprar uma put (comprar uma opção de venda) significa que você está comprando o direito de vender um determinado ativo por um preço pré-estabelecido, em uma data futura.

Referências do artigo
    1. CVM. “Instrução CVM14”. Link.
    2. Portal do Investidor. “Mercado de Opções”. Link.

     

  1. Geanderson

    Assisti vários videos mais nada melhor que artigo bem escrito. Parabéns!!!

  2. Marcos

    Parabéns!!!
    Post muito esclarecedor, principalmente para os iniciantes no assunto (no qual me enquadro). Gostei muito mesmo do artigo, pois me esclareceu bem algumas coisas!

  3. EVANDRO

    gostei muito esclareceu bem pois tem videos que diz maravilhas e não mostra os pos e contras obrigado.

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