Finanças pessoais: saiba o que é, como gerenciar, dicas e mais!

Saiba como organizar as finanças pessoais de maneira mais eficiente, (fugindo do óbvio) e melhore suas condições de crescimento patrimonial e de bem-estar.

Escrito por Camille Guilardi

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Sabe qual é o momento mais perfeito para falar sobre suas finanças pessoais? Agora mesmo! Esteja você nadando em dinheiro ou com uma fatura do cartão de crédito mais alta do que poderia pagar. O melhor é que seja exatamente quando você está com toda a animação (ou pelo menos, consciência) para organizar suas receitas e despesas.

E é aqui que quebramos o primeiro mito sobre as finanças pessoais: quando vamos organizá-las, não estamos falando apenas de separar uma parte do salário e investir ou, cortar despesas desnecessárias. Neste material sobre o controle das finanças pessoais, você vai encontrar dicas, boas práticas e métodos que a educação financeira preconiza como essenciais para quem deseja ter uma vida financeira saudável e próspera. Acompanhe!

O que é finanças pessoais?

As finanças pessoais se referem à prática e estudo de ações que visam auxiliar no seu consumo e gestão financeira, assim, relaciona-se a todo o seu planejamento e controle do orçamento doméstimo. Dessa forma, engloba tanto os gastos essenciais como os desejos pessoais e investimentos, dívidas e demais saídas. É a soma dessas pequenas e grandes ações do seu dia a dia que impactam na sua vida financeira e a determinam!

Portanto, a gestão das finanças pessoais é importante caso você tenha metas ou sonhos futuros para alcançar. A partir de um planejamento financeiro é possível organizar o seu orçamento pessoal, traçar suas metas, controlar os seus gastos e começar a economizar dinheiro. Veja alguns modelos de planilha financeira pessoal prontos que podem te auxiliar nesse processo, ou então, se preferir, confira os melhores apps de controle financeiro disponíveis no mercado!

17 dicas para gerenciar suas finanças pessoais

1. Faça um diagnóstico das suas finanças pessoais

Nosso pontapé para otimizar sua gestão das finanças pessoais é fazer um bom diagnóstico da situação atual. A falta de um planejamento financeiro pode trazer sérios problemas para a vida das pessoas, mas quem não sabe quais são suas fontes de renda e de despesas também pode estar em apuros. Quem não tem controle sobre o próprio dinheiro acaba:

  • gastando mais do que deveria;
  • se enrolando em dívidas, juros;
  • piorando sua situação cada vez mais, até arruinar seu orçamento pessoal e familiar por completo.

Como montar seu diagnóstico das finanças pessoais

Então, no seu diagnóstico financeiro, você vai listar suas fontes de renda:

  • fixa, como o salário que você recebe ou o número de clientes que tem como MEI, por exemplo;
  • variável, que é o caso de comissões, Participação nos Lucros (PL), bonificações, adicionais noturno, insalubridade;
  • passiva, que são aquelas que não existe um esforço direto para sua geração, como é o caso de investimentos que geram lucros;
  • extra, que você faz pela internet, ocasionalmente ou qualquer outra situação relacionada.

Também vai listar suas despesas e obrigações financeiras:

  • despesas fixas, como aluguel, condomínio, mensalidade escolar, pacote da internet, telefonia celular etc;
  • empréstimos, financiamentos ou consórcios em curso;
  • despesas variáveis, como supermercado, combustível, água, luz e outras contas de consumo;
  • tributos e impostos, como IR, IPVA, IPTU, licenciamento, taxa de limpeza, registros profissionais etc.

2. Não esqueça dos impostos municipais, estaduais e federais

Na maioria das vezes, esquecemos dos impostos até que chega o momento de pagá-los. Então, sofremos por ter que parcelar e perder os bons descontos do pagamento a vista, não é mesmo? Então, não esqueça dos impostos e tributos regulares que você paga anualmente quando for fazer seu levantamento de receitas e despesas.

Depois de fazer esse diagnóstico, inclusive usando valores realistas (para renda e despesas variáveis recomendo uma média dos últimos meses ou anos), você vai enxergar que é mais vantajoso provisionar seus pagamentos do que fingir que eles não existem.

3. Limpe seu nome e/ou renegocie suas dívidas

Com seu diagnóstico das finanças pessoais, pegue as despesas e compromissos que mais afetam seu orçamento e tente renegociar. Mesmo que as contas não estejam em atraso, é possível buscar taxas de juros mais baratas que vão diminuir o valor mensal das parcelas. Nessa tentativa, vale consultar a instituição financeira em que você tem o contrato de crédito atual e também seus concorrentes. Se não conseguir, vale a pena consultar os melhores sites para negociar dívidas online!

Aliás, não se limite aos bancos tradicionais. Muitas fintechs oferecem linhas de crédito interessantes e mais econômicas. Porém, se estiver com o nome sujo na praça, renegocie suas dívidas o quanto antes. Isso prejudica seu score de crédito agora, e também a longo prazo. Sem contar que, enquanto seus contratos de crédito estiverem atrasados, os juros estarão acumulando, aumentando ainda mais a dívida.

4. Poupe uma parte de sua renda todo mês

Poupar uma parte da sua renda é uma boa prática bem elementar, mas não deixa de ser necessária. Além disso, vou tirar ela do óbvio agora mesmo e mostrar que é preciso fazer isso com estratégia para a saúde das suas finanças pessoais. Então, primeiro ponto: é importante que todos comecem a construir uma poupança o mais cedo possível.

Se você ainda não faz isso, não perca mais tempo: defina uma parte da sua renda para ser guardada mensalmente ou faça o desafio das 52 semanas. No início, não precisa ser muito: mas tenha em mente que o recomendado é que essa quantia esteja entre 10% e 30% de tudo que você ganha por mês. Dessa forma, você terá uma segurança maior dentro do seu planejamento financeiro. Além disso, se quer atingir a independência financeira algum dia, você deve sempre ter o foco em se pagar primeiro e criar uma regularidade de investimentos.

5. Defina metas de investimentos nas suas finanças pessoais

Outro ponto interessante de começar a investir uma parte dos seus ganhos é que isso vai transformar em um hábito. E isso é muito interessante para o fortalecimento das suas finanças pessoais. Uma maneira para estimular essa poupança é estabelecer metas. Defina com clareza o que você quer fazer com esse dinheiro e passe a poupar em função disso.

Por exemplo, se você tem o objetivo de juntar dinheiro para pagar a faculdade do seu filho quando ele tiver 18 anos, você deverá começar a poupar desde cedo, aplicando certa quantia mensalmente em um investimento de longo prazo que vai render até completar o valor necessário.

6. Evite dívidas e compre sempre à vista

Se você tem alguma dívida, trabalhe para se livrar dela o mais rápido possível! Negocie melhores condições com o banco para quitá-la e, se estiver com o orçamento apertado, priorize o pagamento daquelas que possuírem juros mais altos. Tente não fazer compras no crédito para não ficar refém dos juros.

Prefira comprar sempre à vista em vez de parcelar, pois pagando no ato você pode negociar um desconto e economizar o valor de uma prestação que se arrastaria por meses. Além disso, evite ao máximo recorrer ao cheque especial. E, se o uso do cartão de crédito ou de um empréstimo for inevitável, faça uma pesquisa antes para saber quais são as condições e os juros cobrados, além das taxas e do Custo Efetivo Total (CET) da operação.


Como sair das dívidas rapidamente: 7 passos simples e muito efetivos!


7. Entenda o que são juros

Se você quer fazer uma boa gestão de finanças pessoais, precisa entender as regras do jogo, quem são os vilões e mocinhos. Nesse sentido, os juros sempre geram dúvidas. Afinal, se você usar o cartão de crédito e pagar a fatura em dia, eles não incidem, certo? Mas, calma que é isso o que vou explicar agora.

Quando você pesquisa a compra de uma geladeira, normalmente a loja oferece o valor a vista ou parcelado, sem juros para poucas parcelas, ou com acréscimo quando o número de pagamentos é maior. Então, se você escolhe o parcelamento mais longo, está escolhendo pagar os juros do parcelamento da loja. Se você pagar a compra com seu cartão de crédito e não atrasar o pagamento da fatura, está tudo certo.

Todavia, se esquecer de pagar a fatura, fazer o pagamento mínimo ou parcelar essa conta, vai pagar juros novamente, agora do rotativo. E quanto ao empréstimo oferecido pelo cartão ou no crediário da loja? Também são juros do parcelamento, ou seja, que remuneram a instituição que está oferecendo o serviço de crédito para você!

8. Tenha uma reserva para emergências

Não se esqueça que imprevistos podem acontecer a qualquer hora. Portanto, é importante reservar parte da renda mensal para criar uma reserva de emergência. Se você ainda não tem uma, essa deve ser o seu primeiro objetivo financeiro. Ela servirá para situações onde é preciso usar o dinheiro com urgência, como em casos de saúde, por exemplo. Resguardando suas finanças pessoais dessa forma, você terá mais segurança e não precisará recorrer aos empréstimos.

9. Descubra quanto você gasta por mês

Poupar todos os meses, evitar dívidas e criar uma reserva de segurança são atitudes fundamentais. Contudo, é impossível organizar suas finanças se você não descobrir exatamente como está usando seu dinheiro e quanto gasta mensalmente. É diferente do diagnóstico que propus logo no início, viu? Nesse caso, vamos descobrir seu custo de vida mensal.

Com essa informação você poderá avaliar se vive acima das suas possibilidades, por exemplo, e com essa visão, poderá promover cortes de gastos sustentáveis (vamos falar deles também!). Por isso, se esforce para manter o registro contínuo de tudo o que você gasta. Existem várias maneiras de fazer um bom gerenciamento financeiro, como:

Muitas pessoas consideram os aplicativos de finanças pessoais uma ótima opção, inclusive eu, por serem bem intuitivos e estarem no smartphone, o que torna o processo de registro das despesas e receitas mais prático evitando esquecimentos. Porém, se você achar melhor as planilhas, coloque todas as suas despesas do mês, tais como: alimentação, gastos com saúde, contas básicas (água, luz, telefone), parcelas e faturas a pagar, gastos com lazer, mensalidades, etc. O importante é listar absolutamente tudo que for uma despesa, por menor que ela seja, e registrar, nem que seja no bom e velho caderninho.

10. Escolha suas ferramentas financeiras com sabedoria

Como sempre falo por aqui, o cartão de crédito não é seu inimigo. E agora que você já sabe como funcionam os juros, isso ficou ainda mais claro. Aliás, nos dias atuais, ele pode ser um grande amigo! Além dos cartões sem anuidade, o que é uma despesa a menos para ter acesso a uma ferramenta de crédito interessante, ainda temos outros benefícios que eles oferecem, como:

  • cashback;
  • programas de milhagem;
  • serviços adicionais.

Assim, recomendo que você escolha quais cartões vai usar com muita sabedoria, tanto para gerenciar o “melhor dia de compra” de cada um, como também para acumular milhas e cashback, que é grana retornando para você, não é mesmo?

11. Corte gastos desnecessários (mas eficientemente!)

Se a sua renda mensal é menor ou próxima do que você está gastando, faça uma análise criteriosa do seu orçamento e verifique onde é possível fazer cortes. Faça isso por meio de uma escala de prioridades: gastos com entretenimento e lazer, por exemplo, podem ser reduzidos e trocados por atividades mais baratas ou até mesmo gratuitas. Priorize despesas essenciais, como moradia, saúde e alimentação.

Como cortar gastos eficientemente nas suas finanças pessoais

Mas, antes de sair cortando toda e qualquer conta, saiba que é preciso fazer isso com muito cuidado. Isso vale para qualquer decisão nas suas finanças pessoais, seja de pequeno porte (como diminuir o pacote/velocidade da internet da sua casa), seja mais robusta, como sair do aluguel e partir para um financiamento imobiliário.

Cortar um plano de dados pela metade, por exemplo, pode diminuir um valor fixo importante nas suas despesas mensais. Entretanto, se isso aumentar o uso de pacotes adicionais, que costumam custar mais caro, a estratégia de poupar vai ser ineficiente. Trocar uma despesa por outra, como é o caso do aluguel e financiamento, também exige que você analise outras variáveis. Se você tiver que mudar de endereço, por exemplo, isso pode implicar na alteração de outros gastos como deslocamento para o trabalho, alimentação no bairro, pagamento de IPTU etc.

12. Freie seus impulsos consumistas

Muitas vezes, as pessoas compram por impulso sem pensar no estrago que isso pode causar em seu bolso no final do mês. Sendo assim, evite o consumismo: antes de gastar seu dinheiro, avalie se aquilo é mesmo necessário e se o valor caberá dentro do seu orçamento. Uma boa forma para controlar isso é por meio de uma lista: toda vez que você sair às compras, anote antes o que você está precisando e só compre o que estiver escrito ali. Isso evitará que você traga o que não precisa e, consequentemente, você economizará.

13. Invista corretamente o que for poupado

Para administrar sua poupança com inteligência você tem que fazê-la render, pois de nada adiantará juntar uma quantia se ela permanecer parada “debaixo do colchão” ou na “Caderneta de poupança”. Por isso, é importante sempre aplicar seu dinheiro em algum investimento que te proporcione rendimentos.

Se você tem um perfil de investidor mais agressivo, dê preferência a aplicações mais arriscadas, como o investimento em ações, por exemplo. Se você segue uma linha mais conservadora, o recomendável é optar por aplicações mais seguras e estáveis, como CDB e Tesouro Direto. Lembrando que com o atual cenário de juros baixos, a renda fixa perdeu bastante sua atratividade. Para buscar melhores retornos, é necessário procurar aplicações de renda variável. Nesse sentido, um meio termo são os fundos imobiliários. No entanto, não se esqueça que você só pode pensar em diversificar seus investimentos quando já tiver formado seu fundo de emergências.

14. Verifique sempre como você está se saindo

Confira o seu progresso a cada mês. Verifique se suas finanças estão se comportando dentro do planejado. Caso contrário, faça uma reavaliação e determine o que precisa ser mudado. Isso não só ajuda a manter seu dinheiro em ordem, mas também a perceber o que está errado mais rapidamente.

15. Pense no futuro das suas finanças pessoais

Você já deve ter percebido que a gestão de finanças pessoais é um exercício que foca o equilíbrio saudável entre suas despesas e receitas, certo? Também já viu que está tudo bem usar linhas de crédito para aumentar seu patrimônio, resolver situações financeiras, desde que faça isso de maneira saudável e bem planejada.

Então, agora falamos de outro ponto fundamental das finanças pessoais: você precisa pensar no seu futuro. Se você trabalha com carteira assinada, vai ter uma aposentadoria social, mas não pode ter certeza se ela será suficiente para seus gastos e necessidades. Por isso vale a pena fazer investimentos de longo prazo, assim como evitar empréstimos e financiamentos muito longos.

16. Faça as pazes com os produtos financeiros

Algumas pessoas até arrepiam quando recebem a oferta de um seguro de vida ou acham que o seguro de veículos é jogar dinheiro fora. Você conhece alguém assim? Esses produtos, assim como o consórcio, acabam gerando esse tipo de reação porque não são bem explicados. Quem contrata, as vezes, faz isso para acabar com a insistência do vendedor ou, para “ajudá-lo” a bater sua meta.

Mas, que fique claro, esses produtos financeiros têm grande importância na gestão de finanças pessoais. Sem um seguro de carro, por exemplo, se você se envolver em uma batida, poderá ter que arcar com uma despesa inesperada de grande impacto no seu planejamento financeiro. De um dia para o outro, terá que gastar uma quantia que não tinha. Assim, terá que contratar empréstimos emergencias que podem ter taxas de juros mais altas, por exemplo.

17. Use os serviços extras e benefícios financeiros que possui

Puxando o gancho da estratégia anterior, use todos os serviços a sua disposição a partir dos produtos financeiros que você tem contratado. Seguros de vida, residencial e de veículos costumam oferecer assistências extras como chaveiro, reboque, eletricista, bombeiro e outros.

Só pensamos neles para os serviços emergenciais, não é mesmo? Mas, já parou para pensar que acionar um bombeiro para aquele “vazamento pequeno” no banheiro é uma forma de evitar que ele se transforme em uma grande infiltração? Vai ser uma super economia, além de evitar uma grande dor de cabeça. Por isso, não deixe de usar todos os serviços que estão a sua disposição.

Conclusão

Organizar as finanças pessoais é o primeiro passo para que você possa retomar o controle da sua vida financeira. Não importa quanto dinheiro você ganhe, se você não se educar financeiramente e passar a se preocupar com o gerenciamento das suas receitas e despesas, terá problemas financeiros mais cedo ou mais tarde.

Caso você nunca tenha se preocupado com esse tema antes e resolveu estudar a partir de agora, saiba que independentemente da sua situação no momento, nada está perdido, há solução! Para a sua felicidade, já existem ótimas ferramentas para te ajudar nessa jornada, como os aplicativos para controle financeiro pessoal ou até mesmo as planilhas. Então, aproveite!

Se você se interessou pelo tema deste artigo e quer continuar recebendo mais conteúdos sobre finanças pessoais, não deixe de assinar a newsletter do iDinheiro.

Perguntas Frequentes

  1. Qual o conceito de finanças pessoais?

    Finanças pessoais é conceituado como “a ciência que estuda a aplicação de conceitos financeiros nas decisões financeiras de uma pessoa ou família, considerando os eventos financeiros e a fase de vida de cada indivíduo”.

  2. Qual a importância das finanças pessoais?

    O principal objetivo das finanças pessoais é possibilitar que, ao ter um controle financeiro, você possa ter uma vida financeira saudável que impacte em todas as outras áreas da sua vida e permitindo que você alcance os seus sonhos e metas pessoais.

  3. Como gerenciar as finanças pessoais?

    As 17 dicas que trouxemos no conteúdo buscam te ajudar a gerenciar as suas finanças. Mas, basicamente, é necessário que você analise a sua realidade, defina as suas metas e estipule o seu orçamento, de forma realista, e mantenha um acompanhamento, comprometendo-se em cumprir com o planejamento financeiro.

  1. EDUARDO FERREIRA

    Boa tarde,
    Gostei muito do conteudo e da maneira simplificada e objetiva nos topicos e explicações.

    Obrigado.

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