Se você investe na bolsa de valores, sabe que, no Brasil, os ETFs de criptomoedas existem já há alguns anos. Esses fundos de índice permitem que investidores adquiram moedas digitais indiretamente, facilitando o acesso e mitigando riscos associados a esse mercado.
Nos EUA, apesar dos ETFs serem bastante tradicionais, a associação deles ao universo cripto ainda não era possível, apesar de diversas tentativas de aprovação pelas gestoras.
No entanto, no último dia 10 de janeiro, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) aprovou o início das negociações de 11 ETFs de Bitcoin nas bolsas norte-americanas Nasdaq, NYSE e CBOE (Chicago Board Options Exchange).
Desde então, investidores buscam entender se esse é um tipo de investimento que vale a pena e como fazê-lo. Entenda, neste artigo, o que é preciso avaliar antes de começar a negociar ETFs de criptomoedas.
O que você precisa saber:
✔ É possível investir em ETFs de criptomoedas na bolsa brasileira;
✔ Antes de investir, é preciso avaliar se esses ativos serão vantajosos na sua carteira.
Vale a pena investir em ETF de Bitcoin?
Investir em ETFs de Bitcoin pode ser uma opção atraente para quem deseja exposição ao mercado de criptomoedas com a conveniência e a segurança de um produto financeiro tradicional. No entanto, é fundamental entender os riscos envolvidos, incluindo a volatilidade dos criptoativos e as taxas associadas aos ETFs.
Aqui no Brasil, os ETFs de criptomoedas não são uma novidade. Entretanto, com a aprovação da SEC para a comercialização desses fundos de Bitcoin nos EUA, o assunto ganhou uma nova popularidade e muitos investidores têm interesse em aprender sobre o assunto.
Confira, a seguir, alguns pontos importantes que você deve analisar antes de investir.
Vantagens de investir em ETFs de Bitcoin
ETFs são fundos passivos que buscam acompanhar o preço de determinado ativo ou carteira de ativos. No caso dos ETFs de Bitcoin, o objetivo é rastrear o valor de mercado do Bitcoin, replicando sua performance ao longo do tempo.
Veja outras vantagens ao negociar esses fundos:
- acessibilidade: ETFs de Bitcoin tornam o investimento em criptomoedas acessível a quem tem uma conta em corretora de valores comum, sem a necessidade de se preocupar com a burocracia e a custódia de criptoativos;
- diversificação: investir em um ETF de Bitcoin pode ser uma maneira de diversificar o portfólio, especialmente para aqueles que buscam exposição ao mercado de criptomoedas sem colocar todos os seus recursos em ativos digitais;
- regulação: ao contrário do mercado de criptoativos, os ETFs oferecem um ambiente regulamentado, o que pode proporcionar uma camada adicional de segurança e confiança para os investidores.
Desvantagens de investir em ETFs de Bitcoin
Por outro lado, ETFs também podem ser desvantajosos, especialmente para quem deseja operar o mercado cripto diretamente.
Veja algumas desvantagens:
- taxas: ETFs geralmente vêm com taxas de gestão que, apesar de baixas, podem afetar os retornos do investimento ao longo do tempo;
- potencial de descolamento: o preço do ETF pode não corresponder exatamente ao preço do Bitcoin, devido a fatores como a demanda pelo fundo e o tempo de processamento das compras e vendas;
- riscos de mercado: como o Bitcoin, os ETFs de Bitcoin estão sujeitos à volatilidade do mercado de criptomoedas, o que pode levar a grandes flutuações no valor do investimento.
Neste último caso, um ETF de criptomoedas como o HASH11 pode ser mais vantajoso, já que sua carteira é composta por 8 ativos diferentes, oferecendo uma diversificação que diminui o risco ligado à uma só moeda.
Quais são os ETFs de Bitcoin no Brasil?
No mercado brasileiro, investidores têm acesso a diversos ativos ligados ao Bitcoin. São eles:
- BITH11 (Hashdex Nasdaq Bitcoin Reference Price): também de autoria da gestora Hashdex, é composto 100% por Bitcoin e replica o índice Nasdaq Bitcoin Reference Price;
- QBTC11 (QR CME CF Bitcoin Reference Rate): este ETF é da QR Asset e também tem 100% de Bitcoin na sua composição. Ele segue o índice CME CF Bitcoin Reference Rate;
- BITI11 (It Now Bitcoin): este ETF é do Itaú e também é focado 100% em Bitcoin. Seu índice de referência é o Bloomberg Galaxy Bitcoin Index.
Outros ETFs de criptomoedas brasileiros
Além dos fundos 100% compostos por Bitcoin, existem outros ETFs que têm outras moedas em suas carteiras. Conheça:
- HASH11 (Hashdex Nasdaq Crypto Index): foi o primeiro ETF de criptoativos lançado no Brasil, pela gestora Hashdex. É composto por 8 criptomoedas;
- CRPT11 (Empiricus Teva Criptomoeda Top 20): este fundo é composto pelas 20 principais criptomoedas por capitalização de mercado;
- ETHE11 (Hashdex Nasdaq Ethereum Reference Price): também da Hashdex, acompanha o preço da moeda Ether (Ethereum);
- QETH11 (QR CME CF Ether Reference Rate): da QR Asset, é similar ao QBTC11, mas focado 100% em Ethereum.
Ainda, podemos encontrar ETFs que investem em criptoativos diferenciados, mas não ligados diretamente às moedas, como metaverso, DeFi, contratos inteligentes e NFTs. São eles: DEFI11, WEB311, BLOK11, NFTS11, QDFI11 e META11.
Quais são os ETFs de Bitcoin aprovados nos EUA?
Ao todo, a SEC aprovou 11 fundos de índice para negociação à vista nas bolsas norte-americanas. São eles:
| ETF de Bitcoin | Gestora |
|---|---|
| ARKB | Ark Invest |
| BITB | Bitwise |
| BRRR | Valkyrie |
| BTCO | Invesco/Galaxy |
| BTCW | Wisdom Tree |
| DEFI | Hashdex |
| FBTC | Fidelity |
| EZBC | Franklin Templeton |
| GBTC | Grayscale |
| HOLD | VanEck |
| IBIT | BlackRock |
As negociações iniciaram no dia 11 de janeiro e já movimentaram dezenas de bilhões de dólares.
Vale a pena investir em ETF de Bitcoin no Brasil ou nos EUA?
Para investidores no Brasil, não vale a pena se preocupar em investir nos ETFs de Bitcoin dos EUA. Além de exigir a abertura de conta em uma corretora que dê acesso a esse mercado, o processo também é mais custoso, por conta da conversão de real para dólar e os custos dessa movimentação.
Na B3, a bolsa brasileira, existem diversas opções de ETFs de Bitcoin e outros criptoativos que podem satisfazer investidores que desejam investir nesse mercado com menos complicações. Dessa forma, vale a pena buscar o fundo que mais agrada a você, considerando sua composição e suas taxas, e investir sem esquecer do risco e das oportunidades que o segmento traz para a sua carteira.
Por fim, para residentes dos EUA, os ETFs de Bitcoin das bolsas norte-americanas trazem uma nova alternativa de diversificação da carteira, agora com a regulamentação das autoridades cabíveis.
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