O que explica a atual queda das criptomoedas?

Entenda o que gerou a queda das criptomoedas nas últimas semanas e veja como se proteger dessas oscilações!

Escrito por Talita Nifa

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Muitos investidores que atuam no mercado digital estão atentos a recente queda das criptomoedas e buscam entender o que proporcionou esse movimento. Afinal, o cenário de criptoativos possui mais oscilações, mas os atuais números podem ser preocupantes para os detentores de moedas digitais.

Por conta disso, é recomendável acompanhar o segmento e entender quais as principais influências que levam a esse quadro instável no mercado. No entanto, parte do público ainda desconhece as novidades que possuem impacto significativo no valor das criptomoedas, e esclarecer esses pontos é o primeiro passo para saber qual atitude tomar em prol de reduzir os prejuízos.

Assim, para te ajudar a entender mais sobre o assunto, separamos alguns dos pontos que contribuem com a queda das criptomoedas, bem como quais são as expectativas para o futuro. Confira!

O que influencia na queda das criptomoedas?

seta azul apontando para a direita 1. volatilidade;seta azul apontando para a direita 4. polêmicas, especulações e proibições;
seta azul apontando para a direita 2. instabilidade geopolítica;seta azul apontando para a direita 5. efeito manada;
seta azul apontando para a direita 3. cenário macroeconômico;seta azul apontando para a direita 6. notícias negativas sobre a corretora FTX.

O mês de novembro de 2022 protagonizou um dos maiores episódios de queda das criptomoedas dos últimos anos, e levantou suspeitas em investidores mais novos, ou conservadores, que temem prejuízos em suas carteiras.

No entanto, esse fenômeno é resultado de uma soma de fatores, e não apenas de acontecimentos pontuais. Os fatores que influenciam a queda das criptomoedas incluem, dentre outros, alguns pontos importantes de se considerar.

Nesse sentido, entender quais os elementos que mais influenciam o cenário é essencial para planejar os próximos passos com mais confiança, além de se tranquilizar quanto às perspectivas do cenário econômico.

Por isso, separamos alguns dos motivos da queda das criptomoedas mais recente, para te ajudar a entender como esse cenário se formou. Veja mais detalhes abaixo:

1. Volatilidade

A volatilidade do mercado digital é um dos principais pilares que sustentam uma possível queda nas criptomoedas, e se tornou ainda mais evidente nos últimos meses.

Essa característica decorre da falta de lastro, ou seja, de algo físico para comparar a precificação diária. Assim, o cenário lida com mais possibilidades de variação, o que não acontece com produtos convencionais, por exemplo.

Além disso, os criptoativos também são mais sensíveis às notícias e acontecimentos históricos, de modo que qualquer intercorrência pode aumentar ou diminuir consideravelmente o seu preço.

Muitos usuários que começam a negociar esse tipo de produto estão cientes sobre essa qualidade do mercado. Entretanto, poucos precisaram encarar, de fato, um declínio brusco dos preços por conta de um fator pontual.

Dessa forma, ao avaliar a queda das criptomoedas, é imprescindível considerar que a reação dos ativos a notícias e fatos externos pode ser maior do que o esperado.

2. Instabilidade geopolítica

Embora possa parecer que as criptomoedas são independentes de qualquer influência governamental ou regulatória, a instabilidade geopolítica global pode influenciar nas quedas súbitas de preço.

Isso acontece por uma série de motivos, principalmente pela segurança dos investidores e pela incerteza quanto à manutenção de outros lastros, como ouro.

Diversas contas que aplicam seu patrimônio em ativos digitais também possuem outros produtos, que sofrem com a movimentação negativa internacional. Nesse caso, acabam retirando o valor e optando por vender os ativos digitais, por insegurança.

Essa retirada em massa prejudica a cotação das criptomoedas, que são influenciadas indiretamente pelas crises geopolíticas. Foi possível perceber essa interferência durante os conflitos entre a Rússia e a Ucrânia, que levaram a oscilações consideráveis do Bitcoin, pela insegurança política e impacto na economia mundial.

Assim, mesmo que o mercado de ativos digitais seja autônomo na regulação, ele ainda sofre com as instabilidades governamentais.

3. Cenário macroeconômico 

Enquanto isso, outro fator que pode levar a uma queda das criptomoedas é o cenário macroeconômico, cuja movimentação tem os mesmos princípios da instabilidade geopolítica.

Em outras palavras, quando o contexto global está estável, é possível perceber uma valorização dos ativos, e o mesmo ocorre de forma oposta.

Se o mercado macroeconômico segue de maneira positiva, a inflação pode ser controlada, o que gera uma queda nos preços e maior poder de compra para os consumidores médios.

Ao mesmo tempo, com o dólar é valorizado, os investidores se sentem mais seguros para fazer aplicações mais arriscadas, ou mesmo para buscar formas de proteger seu capital enquanto a moeda está em alta.

Dessa forma, a procura por criptomoedas cresce, assim como seu preço, que depende da lei da oferta e da procura.

Por outro lado, quando o cenário macroeconômico está mais instável ou comprometido, índices de inflação e poder de compra diminuem o acesso ao crédito dos investidores. Consequentemente, eles buscam retirar suas economias, ou reduzem as alocações financeiras.

Todos esses movimentos, embora pareçam mínimos, podem contribuir para a queda das criptomoedas em determinados períodos. É possível observar esse movimento especialmente em ativos relacionados com o dólar ou com o preço do ouro.

4. Polêmicas, especulações e proibições

Um cenário volátil como as criptomoedas também está suscetível a sofrer com polêmicas, especulações e proibições. Afinal, o impacto das opiniões públicas ou de pessoas relevantes pode influenciar diretamente o entendimento e o preço dos ativos digitais.

Foi possível observar isso com clareza quando o bilionário Elon Musk mencionou as criptomoedas meme Shiba Inu (SHIB) e Dogecoin (DOGE) em suas redes sociais. Apenas em 2022, os ativos acumulam mais de 300% em valorização, impulsionada pela menção da personalidade.

Recentemente, com a compra do Twitter, a Dogecoin teve seu preço disparado em mais de 70%, segundo a CNN.

Nesse caso, os valores são positivos, mas especulações ultravalorizadas também têm um retorno negativo. No caso da Dogecoin, as quedas ocorrem em períodos curtos de tempo, com uma oscilação ainda maior por conta de Elon Musk.

Por esse motivo, polêmicas de alcance global e políticas de restrição influenciam diretamente no comportamento das moedas virtuais. Isso se tornou um ponto a se acompanhar, especialmente para investidores que arriscam em ativos com suposto potencial.

O mesmo movimento acontece com lançamentos recentes ou projetos que geram grande expectativa do público. As especulações são um dos principais elementos a movimentam o preço dos ativos, sendo que podem causar a queda das criptomoedas com a mesma velocidade.

Veja também:

5. Efeito manada

Uma consequência direta das especulações e polêmicas é o efeito manada. Esse conceito da psicologia descreve situações em que indivíduos reagem todos da mesma forma, mesmo sem um planejamento ou direção.

Assim como animais em manada, que costumam imitar o comportamento de outros, é possível observar esse direcionamento no mercado econômico, especialmente com criptoativos.

Se um grupo de investidores começa a retirar suas economias, outros grupos podem entender isso como um sinal de alerta e seguem a mesma posição.

No entanto, isso faz com que os valores caiam rapidamente, incentivando outros investidores a fazerem o mesmo, porque a desvalorização cresceu. Esse movimento se torna um círculo vicioso que pode levar a queda das criptomoedas e até mesmo falir um projeto em questão de horas.

O efeito manada é especialmente influente no caso das criptomoedas, uma vez que o mercado é mais sensível à movimentação coletiva. Assim como polêmicas e notícias podem impactar um ativo, retiradas ou investimentos em massa também o fazem.

Além dessa imitação em grupo, o cenário contribui para a desvalorização massiva pelo medo gerado no mercado. Não apenas os investidores resgatam seu dinheiro, como inibem interessados de comprar aquele título, pois ele está mais instável do que outros produtos.

Rapidamente, o sentimento se espalha e, unido aos preços baixos, pode comprometer definitivamente a posição de uma criptomoeda.

6. Notícias negativas sobre a corretora FTX

Mais recentemente, um dos fatores que contribuíram para a queda das criptomoedas em 2022 foram as notícias negativas sobre a corretora FTX, com a empresa de investimentos Alameda Research.

A FTX era uma das corretoras de criptoativos mais sólidas do mundo. Sam Bankman-Fried, CEO da empresa, era conhecido nos eventos sobre criptomoedas, com título de uma das personalidades mais importantes do meio.

A companhia tinha o segundo maior volume de negócios do mercado, atrás apenas da Binance. Inclusive, as duas empresas tinham uma boa relação, pois a Binance investiu no token de reserva da FTX. Entretanto, começaram a surgir rumores nas redes sociais, alegando problemas financeiros enfrentados pela corretora e pela Alameda Research, seu braço de investimentos. 

As notícias foram o suficiente para que influenciadores começassem a questionar publicamente a situação da corretora. As acusações indicavam má gestão dos ativos dos clientes e inflação das próprias reservas com o token FTT.

Dias depois, o presidente da Binance anunciou que ia desfazer a sua reserva de cerca de R$ 2 bilhões em tokens da FTX.

Com isso, os usuários ficaram assustados, e uma onda massiva de retiradas sobrecarregou os sistemas da exchange. A FTX bloqueou os saques, alegando não ter fundos para atender a todos os saldos, o que gerou ainda mais revolta. Como consequência, mais empresas e clientes acionaram a companhia para reaver seus investimentos.

Toda essa situação foi crucial para a queda das criptomoedas, mesmo que não tenha relação direta. Afinal, foi a segunda maior corretora do mercado que gerou um episódio de instabilidade.

Por conta disso, o Bitcoin, por exemplo, passou de R$ 106 mil para R$ 82 mil em apenas algumas horas, segundo o portal UOL, com base em dados do CoinGecko. Mas, também, observamos o valor de outras criptomoedas em queda.

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Gráfico do Bitcoin no último trimestre. Fonte: CoinGecko.

Como se proteger da queda das criptomoedas?

Embora o mercado de ativos digitais seja volátil, existem algumas dicas que podem ajudar os investidores a reduzir os prejuízos no caso de queda das criptomoedas.

Veja alguns pontos para colocar em prática e se prevenir:

Acompanhe o cenário

Uma das principais recomendações para os investidores é acompanhar o cenário de forma recorrente. Isso porque as oscilações podem acontecer da noite para o dia.

Assim, ao monitorar as movimentações, é mais fácil se proteger contra as quedas, retirando o saldo antes que os valores fiquem muito baixos, por exemplo.

Além disso, é mais fácil elaborar estratégias de investimento com mais conhecimento de cenário, entendendo quais os títulos mais valorizados e as melhores formas de ter lucros e proteger o capital.

Para iniciantes ou pessoas que não têm muito tempo para acompanhar o mercado todos os dias, existem ferramentas, ou até mesmo plataformas de exchanges, que enviam notificações recorrentes para os usuários.

Dessa forma, é possível programar avisos quando determinada criptomoeda cair ou tiver uma oscilação muito significativa.

Ainda, antes de investir em qualquer nova criptomoeda, vale a pena conferir qual o seu histórico de movimentações, para ter certeza de que as oscilações estão dentro do esperado.

Diversifique os investimentos

Outra dica para se proteger contra a queda das criptomoedas é diversificar os investimentos em mais de um ativo digital, ou mesmo de outros produtos convencionais.

Usuários que buscam ter lucros podem alcançar resultados mais positivos se tiverem mais de uma moeda em sua carteira.  Enquanto isso, pessoas que estão protegendo seu capital contra a desvalorização da moeda, por exemplo, também terão mais segurança nesse quesito.

Se, eventualmente, existir uma queda das criptomoedas, o prejuízo não será concentrado, e você terá mais alternativas para se recuperar no caso de perdas.

Invista em lugares com reserva

Ainda, vale a pena avaliar corretoras que tenham reservas confiáveis para eventuais momentos de retirada coletiva, por exemplo. Contar com uma empresa confiável é o primeiro passo para se prevenir contra prejuízos causados pelas oscilações do mercado.

Além disso, a exchange deve ser capaz de atender a todos os saques dos seus clientes, independente do momento. Para isso, ela precisa disponibilizar uma garantia mais certa, independente da volatilidade desse segmento.

Considere, preferencialmente, nomes já consolidados no cenário e estude suas políticas antes de fazer um aporte.

Mesmo corretoras certificadas, como a FTX, podem sofrer com oscilações inesperadas e, para se prevenir, sempre aposte em uma diversificação maior também nas suas carteiras.

É possível lucrar na queda do mercado de criptomoedas?

Mesmo com a queda das criptomoedas, existem formas de ter lucro, desde que acompanhe estratégias mais assertivas com base no comportamento do cenário. Não é possível prever o comportamento do mercado em todas as ocasiões e, nesse caso, vale a pena acompanhar as especulações dos investidores sobre o que comprar durante as quedas.

Sempre acompanhe notícias sobre o nicho e veja quais as apostas de especialistas para ativos que estão se destacando em momentos de crise.

Além disso, para ter lucros, procure adquirir criptomoedas durante as baixas, e não nas altas. Afinal, os preços estarão mais em conta, e podem voltar a subir. Isso é especialmente significativo com ativos mais consolidados, como Bitcoin e Ethereum.

Com isso, é possível aproveitar a queda das criptomoedas para ter lucros mais significativos, desde que escolha bons ativos.

As criptomoedas vão continuar caindo?

As expectativas são que as criptomoedas continuem seguindo seu curso de altas e baixas, como os especialistas indicam. Isso porque é um comportamento natural desse mercado, por conta da sua volatilidade e influência de outros fatores externos nos preços.

Dessa forma, mesmo com polêmicas envolvendo corretoras e um declínio nos preços, outros acontecimentos farão com que as moedas parem de cair e voltem a ter uma valorização considerável.

No entanto, os usuários não devem descartar a possibilidade de enfrentar um período de menor valorização, propício para comprar ativos, por estarem mais acessíveis.

O indicado é não tomar decisões precipitadas, mesmo com os receios que acompanham esse cenário. No futuro, os preços podem voltar a subir e trazer, novamente, os rendimentos para quem aposta nesse segmento.

Por outro lado, essa queda das criptomoedas indica uma possível movimentação no mercado, que ficará mais apreensivo nos próximos meses.

Nesse caso, as consequências naturais são de que os preços estabilizem em uma margem menor, mas nada indica que esse movimento será permanente.

Em conclusão, vale a pena acompanhar as criptomoedas, com atenção para as próximas notícias e polêmicas, que geram oscilações mais significativas nos preços desses ativos.

Ainda, busque exchanges confiáveis, com reservas comprovadas e títulos mais consolidados, para que as quedas não afetem o seu planejamento e a sua carteira a longo prazo.

Referências do artigo
    1. CNN. “Dogecoin dispara após Elon Musk comprar Twitter”. Link.
    2. UOL. “Crise no mercado cripto: por que o bitcoin está derretendo?”. Link.
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