O que são criptoativos e como investir neles?

Os criptoativos estão se tornando cada vez mais populares no mercado financeiro. Venha conferir o que eles são e como funcionam!

Escrito por Talita Nifa

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Os criptoativos revolucionaram o mercado financeiro e, atualmente, surgem como uma inovação para as formas de investimento e negociação. No entanto, mesmo com a sua popularidade, muitos usuários ainda não conhecem esse conceito.

Isso porque existem diversas modalidades que se desenvolveram dentro dessa categoria, com diferentes ramificações e formas de operação, que vão muito além das moedas virtuais, os recursos mais conhecidos atualmente. Desse modo, para começar a se especializar em ativos digitais e aproveitar a valorização crescente que eles apresentam, é importante entender como se classificam e funcionam.

Pensando nisso, preparamos um conteúdo especial para te ajudar a conhecer esses produtos criptografados, e tirar todas as dúvidas sobre as formas de investimento que acompanham esse novo formato financeiro.

O que são criptoativos?

Os criptoativos são representações de valores protegidos por criptografia que existem apenas nos registros digitais. Suas principais características são a presença de processos de codificação e a falta de intermediação de instituições financeiras em suas transações.

Esses recursos são intangíveis, de modo que não apresentam uma emissão física, funcionando apenas dentro da rede.

Além disso, as movimentações desses valores ocorrem entre os indivíduos ou empresas sem a intervenção de órgãos reguladores ou companhias governamentais, como ocorre com a maioria dos produtos financeiros convencionais.

Todas as suas transações acontecem pela internet, algo possibilitado pelo desenvolvimento da criptografia de rede. Esse processo codifica os pacotes de dados, dificultando roubos e fraudes.

Isso é necessário porque os criptoativos possuem somente um valor digital, representando uma posse dentro da rede. Assim, se uma terceira pessoa interferir nas movimentações e adquirir esse produto, ela passa a deter aquela quantia.

Dessa forma, para tornar os ativos digitais viáveis no mercado, houve a implementação de diferentes técnicas de segurança que embaralham os dados assim que eles são enviados, permitindo que apenas o receptor possa ter acesso novamente.

Por exemplo, considere que você possui um valor na sua carteira digital, e quer fazer um pagamento pela internet. No entanto, quando você envia o dinheiro, ele é interceptado por um criminoso, e nunca chega ao destino. Com a criptografia, fica mais difícil interferir nessa ação, pois terceiros usuários não saberão que aquele pacote de dados é um envio monetário.

No caso dos criptoativos, a operação é parecida. Contudo, o valor financeiro não é palpável. Caso você deseje sacar o dinheiro da sua carteira digital, ele deixa de ser apenas uma representação e se torna uma moeda física. Essa é a principal diferença dos ativos digitais, que têm valor na rede, mas não podem ser trazidos para o mundo material.

Qual a diferença entre criptomoedas e criptoativos?

Toda criptomoeda é um criptoativo, mas nem todo criptoativo é uma criptomoeda. Esta é a forma mais simples de compreender a diferença entre esses dois conceitos.

As chamadas moedas virtuais são um tipo específico de produto criptografado, que funciona como a representação de um valor monetário que pode ser convertido para moedas convencionais ou mesmo utilizado para pagamentos e compras no dia a dia.

Elas são semelhantes ao dinheiro tradicional, e servem como meio de troca, sendo parte de transações comerciais que acontecem dentro da rede, de maneira totalmente digital e sem interferência governamental.

Nesse caso, a sua descrição faz com que ela seja parte de uma categoria mais ampla, que são os criptoativos. Afinal, são virtuais, não possuem mediação externa por parte de instituições e são protegidas por meio de criptografia avançada.

Dessa forma, toda moeda virtual que se enquadrar nesse conceito pode ser considerada um criptoativo, enquanto existem outras modalidades além dessa no mercado.

O que é blockchain?

Quando falamos sobre criptoativos, um conceito comum que surge é a blockchain, uma grande cadeia de códigos descentralizados que permite movimentações e transações com os produtos virtuais. Seu surgimento acompanhou o desenvolvimento do Bitcoin, em 2008, tornando-se uma tecnologia popular, inclusive como base para a criação de outras criptomoedas.

Esse sistema é como um livro-razão digital, um documento que registra todas as movimentações que ocorrem com um produto. Ele está instalado em computadores de todo o mundo, e é um sistema acessado por usuários que conhecem seu funcionamento.

Nele, as transações são registradas de maneira criptografada, para proteger os ativos e seus titulares. Para que seja possível decodificar um bloco de informações, os usuários com acesso ao livro-razão, chamados mineradores, devem encontrar as respostas para aquele código e para os anteriores.

Isso torna a criptografia da blockchain mais aprimorada, aumentando a segurança das transações e tornando o ambiente propício para o desenvolvimento dos criptoativos. Essa rede também não é controlada por autoridades financeiras, e as regras de codificação são determinadas pelos próprios usuários.

Atualmente, a blockchain é uma das tecnologias que permite a criação e uso dos ativos digitais com maior segurança.

Quais são os tipos de criptoativos?

Para entender o que são criptoativos e como eles funcionam, é essencial conhecer os tipos e categorias dos produtos mais populares.

Veja mais detalhes sobre as modalidades que se destacam e o que elas podem oferecer:

Stablecoins

As stablecoins são moedas digitais que possuem lastro em outros ativos, de modo a controlar a sua volatilidade. A maioria dos criptoativos financeiros convencionais possuem uma instabilidade maior, pois seu valor depende diretamente do comportamento do mercado e da valorização que eles obtêm dos próprios usuários.

Dessa forma, seu preço pode variar muito rapidamente, sem possuir nenhum tipo de ativo ao qual se atrelar. Nesse caso, as stablecoins possuem algum ativo mais estável para controle, como:

Assim, embora façam parte do conceito de criptoativos, seu valor está lastreado por um recurso mais convencional, o que limita sua volatilidade.

Finanças descentralizadas (DeFi)

As finanças descentralizadas, também chamadas de DeFi, são um termo abrangente que contempla a realização de aplicações e transações em um espaço aberto sem a interferência de uma autoridade central de governança.

Nesse caso, não se refere exatamente a um produto, mas sim à plataformas e serviços do mercado financeiro, mas que não dependem de um órgão mediador para serem realizados.

Normalmente, esses criptoativos viabilizam a realização das operações por meio de contratos inteligentes, que são acordados de forma automática e não exigem intermediários para serem executados na internet.

O uso dos DeFi pode ser visto, por exemplo, na realização de empréstimos ou de pagamentos com moedas convencionais, contudo, em vez de depender de um banco ou um aplicativo de instituição financeira, essas ações acontecem na própria blockchain.

Seu objetivo é modificar a estrutura de operações financeiras como conhecemos, reduzindo a intervenção das instituições regulamentadoras e, consequentemente, a burocracia para realizar transações comerciais.

Tokens

Os tokens são a representação digital de um ativo em uma blockchain. Seu conceito é amplo, e pode envolver, por exemplo, dinheiro, propriedade ou um investimento.

Por conta disso, surgiram diferentes modalidades dentro dessa categoria, como:

1. NFTs

Os NFTs, ou tokens não fungíveis, são ativos exclusivos, que funcionam de maneira semelhante às obras de arte.  Quando alguém adquire esse token, ele passa a ter um certificado digital da propriedade, e não pode trocar por outro criptoativo, apenas vendê-lo.

Esse tipo de token se tornou popular nos últimos anos, especialmente com os lançamentos únicos de artistas virtuais que passaram a desenvolver linhas dentro da blockchain.

2. Utility tokens

Os tokens de utilidade, como podem ser traduzidos, são criptoativos que oferecem algo ao titular, como acesso a um serviço exclusivo. O exemplo mais popular são os lançamentos de times, que oferecem aos fãs benefícios únicos aos torcedores que adquiriram esses produtos.

3. Tokens de governança

Enquanto isso, os tokens de governança são uma modalidade especial que oferece o direito de participação ativa em um projeto por meio de votos. Quanto mais ativos um titular tem, maior a sua voz ativa dentro de uma decisão na blockchain.

Geralmente, são produtos comercializados para eventos específicos, e adquiridos por usuários que já possuem conhecimentos em criptotivos.

4. Tokens de recebíveis

Os tokens de recebíveis são uma garantia que funciona como um empréstimo ou uma nota promissória. Com ele, o usuário ou a empresa pode receber um valor monetário adiantado, com ordem de pagamento para determinado período.

Essa ação também gera possíveis juros, e funciona de maneira semelhante ao procedimento convencional dos bancos. Inclusive, já existem companhias especializadas que trabalham com essa modalidade.

5. Tokens imobiliários

Os tokens imobiliários são criptoativos ligados a construções ou empreendimentos divididos para negociações dentro da rede. Uma imobiliária pode dividir um prédio de R$ 1 milhão em 10 mil tokens de R$ 100, por exemplo, gerando financiamento em troca de rendimentos futuros.

6. Tokens de governo

Ainda, embora os criptoativos tenham a característica de não envolvimento com instituições públicas, os tokens de governo também ganharam espaço nessa categoria, sendo produtos investidos pelos órgãos reguladores.

Seus objetivos são diversos, como, por exemplo, realizar ações mais transparentes, ou ingressar na blockchain de maneira controlada.

Criptomoedas

Os criptoativos mais populares, atualmente, são as criptomoedas, que funcionam como representações de valores monetários voltados para trocas e serviços de pagamento. Esses são os produtos de investimento mais procurados entre os ativos digitais, apesar da volatilidade que apresentam.

Além disso, também contam com plataformas específicas de compra, as exchanges, que facilitam o acesso por parte dos usuários.

Como investir em criptoativos?

Depois de conhecer mais sobre criptoativos, muitas pessoas podem se interessar por esses produtos, especialmente pela variedade que apresentam e a redução na burocracia das suas transações.

No entanto, por operarem na blockchain, existem formas específicas de trabalhar com esses recursos. Veja os principais canais de negociação:

Exchanges

As exchanges, ou corretoras de criptomoedas, são as plataformas mais populares, e possuem, inclusive, operação no Brasil. Para investir em ativos virtuais por meio desse canal, basta se registrar e iniciar as negociações, de maneira simples e acessível.

Cada recurso apresenta preços variados, mas as exchanges possibilitam uma série de alternativas, como adquirir por frações. No entanto, contam com taxas de operação, como saque e transferência de recursos para o investimento.

P2P

P2P é a sigla para peer-to-peer, ou ponto a ponto, em tradução, e trata-se de uma negociação que acontece diretamente entre os usuários.

Nesse caso, não existe a intermediação de exchanges ou gestoras, onde todas as transações ocorrem somente entre os envolvidos. Existem plataformas específicas que facilitam o contato entre os interessados, mas também contam com taxas de negociação, que não são fixas.

Fundos de criptomoedas

Os fundos de criptomoedas são uma forma mais convencional de investir, por serem comercializados em canais mais tradicionais, para profissionais e pessoas que estão começando na área. Basicamente, são cotas reunidas baseadas em determinados criptoativos, com administração terceirizada e pagamento de taxa para o gestor.

No entanto, conta com a facilidade de reunir as moedas virtuais em um fundo mais seguro, além de ser controlado por uma empresa especializada.

ETFs de criptomoedas

Os ETFs, ou Exchange Traded Funds, funcionam de forma semelhante aos fundos de criptomoedas, mas são comercializados diretamente na bolsa de valores.

Dessa forma, os investidores podem aplicar os recursos em um canal mais conhecido, além das taxas já conhecidas pelos usuários.

Vantagens e desvantagens de cada modalidade de investimento

Tipo de investimentoVantagensDesvantagens
exchangesvantagem plataformas conhecidas, sem mediação de órgãos reguladores;desvantagens mais populares para transações com criptomoedas, exigem conhecimento do usuário;
P2Pvantagem sem intermediação de nenhuma empresa ou plataforma, taxas reduzidas e pouca burocracia;desvantagens exige maior conhecimento dos usuários, mais arriscado;
fundos de criptomoedasvantagem mais acessível para os investidores, reúne várias criptomoedas, aumentando as chances de retorno;desvantagens menos variedade de alternativas para investir, possui taxas;
ETFvantagem negociado na Bolsa de Valores, mais seguro para iniciantes.desvantagens possui taxas de administração e intervenção de um órgão regulador.

O que é preciso para investir em criptoativos?

De forma geral, o principal requisito para investir em criptoativos é ter acesso à rede, pois são onde eles estão localizados, além de recursos para realizar as transações. Posteriormente, outras necessidades podem surgir conforme o canal escolhido pelo usuário.

Por exemplo, para investir em ativos digitais na Bolsa de Valores, não é preciso ser um especialista na área, mas o investidor deve ter o valor correspondente do produto e das taxas. Enquanto isso, o P2P é menos burocrático e possui valores menores de transação, mas exige um conhecimento maior do usuário, por estar operando por conta própria.

Nesse caso, vale a pena avaliar as alternativas disponíveis e verificar o que é preciso para obter sucesso em cada uma delas, dependendo da demanda e do perfil do usuário.

Cuidados ao investir em criptoativos

Por outro lado, por ser um mercado que ainda está em ascensão, é fundamental tomar cuidado com possíveis fraudes, incluindo pirâmides financeiras e golpes com ativos que não existem. Sendo um recurso totalmente virtual, pessoas mal-intencionadas podem se aproveitar dos investidores anunciando um recurso inexistente, pois não é necessário apresentar um elemento físico.

Dessa forma, o investidor deve se atentar para possíveis esquemas de fraudes. Além disso, é importante garantir a segurança dos seus dados, reforçando senhas de acessos para suas carteiras e contas em plataformas de criptoativos, para reduzir as chances de invasões.

O que considerar antes de investir em criptoativos?

Antes de investir em cripatoativos, lembre-se de considerar os seguintes itens:

  • credibilidade da plataforma, desconfiando de empresas ou projetos pouco conhecidos;
  • site e aplicativos utilizados pela empresa, priorize canais confiáveis;
  • quais ativos melhor combinam com o seu perfil;
  • seus objetivos e metas de rentabilidade;
  • os recursos disponíveis para adquirir os ativos.

Dessa forma, mesmo iniciantes poderão investir com mais segurança, evitando fraudes e problemas financeiros.

Regulamentação de criptoativos no Brasil

Ainda não existem regulações de criptoativos no Brasil. Em outras palavras, não há leis ou protocolos de ação que moderem as transações com esses recursos.

No entanto, o tema já vem sendo discutido há anos, e existem dois projetos principais no Senado, que negociam a posição das empresas que trabalham com criptoativos, as exchanges, e a criação de penalidades específicas para quem cometer crimes com moedas digitais, como lavagem de dinheiro.

Alguns projetos apresentados buscam inserir as transações comerciais com criptoativos sob a regulação do Banco Central, embora essa avaliação seja mais complexa, por ir contra o conceito desses produtos.

Embora não existam regulações oficiais, o Brasil conta com algumas regras de operação, como a Instrução Normativa nº 1.888, que determina a declaração do Imposto de Renda de recebimentos superiores a R$ 5 mil. 

Como declarar criptoativos no Imposto de Renda?

Os ganhos de capital obtidos com negociações de criptoativos, especialmente moedas como Bitcoin, devem ser declarados ao superar R$ 35 mil no mês. A tabela progressiva de imposto varia de 15% a 22,5%.

O programa de declaração do Imposto de Renda possui uma guia especial para a inclusão desses investimentos, atualizado desde 2019, quando a regra foi instaurada.

Vale lembrar que fundos de investimentos de criptomoedas já seguem as normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e devem ser inseridos normalmente junto de outros produtos.

Além disso, toda operação deve ser declarada no Centro Virtual de Atendimento (e-CAC) até o último dia útil do mês seguinte, no caso de ganhos.

Vale a pena investir em criptoativos?

Depois de entender mais o que são criptoativos, vale a pena considerá-los como investimento no futuro, especialmente pessoas que buscam produtos variados para a sua carteira. Esses recursos estão inovando o mercado financeiro, e já trazem novidades mais práticas, acessíveis e com menor burocracia para os usuários.

As moedas virtuais, sua modalidade mais conhecida, já são amplamente negociadas em todo o mundo, além de outros recursos, como tokens, que fazem parte das rotinas de transações comerciais da internet.

Assim, investidores que buscam acompanhar as tendências do mercado podem se deparar com os criptoativos, e considerá-los pode ser uma aposta interessante, com possibilidade concreta de ganhos e menos envolvimento regulatório, o que os tornam ainda mais simples.

Perguntas frequentes

  1. O que são criptoativos?

    Criptoativos são ativos transacionados de forma digital e criptografada, que representam um valor monetário ou de serviço, sendo usados para investimentos ou ações comerciais.

Referências do artigo
    1. Receita Federal. “IN RFB nº 1888/2019”. Link.
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