Você tem perfil conservador, mas que aumentar um pouco o seu potencial de ganhos? Então, precisa conhecer a Letra Financeira (LF). Esse é um investimento da renda fixa com uma rentabilidade atrativa. Além disso, os riscos são reduzidos. Por isso, é uma oportunidade de conquistar um objetivo de longo prazo, como a aposentadoria.
Gostou? Veja o que você verá neste conteúdo para entender mais sobre a LF:
- O que é Letra Financeira e como funciona?
- Quais os riscos de investir em LFs?
- Quanto custa investir?
- Quais as vantagens e desvantagens?
- Como investir?
- Quando vale a pena investir?
O que é Letra Financeira (LF)?
A Letra Financeira é um título de crédito emitido por instituições financeiras. Esse investimento faz parte da renda fixa e busca a captação de recursos de longo prazo. Essa é uma das principais características do investimento. Isso porque ele não tem alta liquidez, por isso, não serve para formação de reserva de emergência.
Devido às suas características, a LF é bastante semelhante a outros títulos privados da renda fixa. Por exemplo, o Certificado de Depósito Bancário (CDB) e as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCI e LCA).
Vale a pena destacar que a emissão pode ser feita por várias instituições financeiras. Elas precisam ser autorizadas, conforme a Resolução 4.733/2019, e fazer parte de uma das seguintes categorias:
- bancos múltiplos, comerciais, de desenvolvimento e de investimento;
- sociedades de crédito, financiamento e investimento;
- caixas econômicas;
- companhias hipotecárias;
- sociedades de crédito imobiliário;
- cooperativas de crédito;
- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O que é Letra Financeira Subordinada?
Ainda existe a chamada Letra Financeira Subordinada. Essa é a denominação da LF cuja emissão leva em conta uma ordem de subordinação. Dessa forma, a remuneração do investidor está ligada a outras dívidas da instituição financeira. Assim, há mais vantagens, como o aumento da rentabilidade.
Por sua vez, o investimento mínimo é maior e chega a R$ 300 mil, limitando essa categoria para investidores com maior poder aquisitivo.
Como funciona a Letra Financeira?
Assim que esse título é emitido, o investidor pode adquiri-lo. Porém, ele tem algumas características específicas. A primeira delas é que o prazo do investimento é mais longo, a partir de 2 anos até 8 anos.
Além disso, a aplicação mínima é de R$ 50 mil. No entanto, algumas instituições financeiras exigem até mais do que isso.
Em relação à remuneração, ela pode ser prefixada, pós-fixada ou híbrida:
- prefixada: o percentual de rentabilidade já é conhecido no momento da contratação. Portanto, não se altera ao longo do contrato;
- pós-fixada: é aquela que oscila de acordo com um índice de mercado. Por exemplo, o Certificado de Depósito Interbancário (CDI);
- híbrida: é uma mistura da anterior, onde a indexação é feita pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e existe uma alíquota prefixada também. Por exemplo, 1,5% + IPCA.
A vantagem da última opção é que ela sempre oferece um retorno acima da inflação. No entanto, o mais comum é o rendimento pós-fixado.
Quais os riscos de investir em Letras Financeiras?
O risco das Letras Financeiras é baixo. Ainda assim, alguns deles continuam existindo. Entre eles, podemos destacar:
- mercado: o desempenho da LF varia de acordo com os componentes financeiros, que são impactados por indexadores, volatilidade na taxa de juros, e questões políticas e econômicas. Ou seja, você pode ganhar menos do que espera na rentabilidade pós-fixada;
- crédito: consiste no risco do emissor não pagar os rendimentos. Em outras palavras, dar um calote;
- liquidez: não é possível fazer o resgate dos valores antes da data de vencimento.
Vale a pena deixar claro que as Letras Financeiras não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Ou seja, o risco é mais alto do que outros investimentos da renda fixa que são cobertos pelo seguro. Porém, essa característica também permite encontrar rentabilidade maior nas LF, já que o risco é proporcional ao retorno.
Quanto custa investir em Letras Financeiras?
O custo ao investir seu dinheiro é relativo ao Imposto de Renda (IR). A cobrança segue a tabela regressiva e a alíquota incide sobre os ganhos. Veja quais são os percentuais:
Período de investimento | Alíquota do IR |
---|---|
Até 180 dias | 22,5% |
De 181 a 360 dias | 20% |
De 361 a 720 dias | 17,5% |
A partir de 721 dias | 15% |
Como o investimento financeiro é de pelo menos 2 anos, as LF sempre terão uma alíquota de 15%, conferindo uma boa vantagem, apesar da falta de liquidez.
Vale lembrar, também, que a tributação incide sempre sobre os lucros e nunca sobre o total investido.
Fora o imposto de renda, em geral, não há outros custos para investir em Letra Financeira, já que a maioria das instituições não cobra taxa de custódia sobre o produto.
Quais as vantagens e desvantagens de investir?
Se você achou a Letra Financeira interessante, precisa conhecer os pontos positivos e negativos dessa aplicação financeira. A seguir, listamos vantagens e desvantagens. Confira.
Vantagens
- Boa rentabilidade: o retorno é atrativo, especialmente porque o prazo é longo.
- Facilidade no investimento: o acesso é fácil e ainda existem várias opções no mercado. A aplicação é simples, geralmente feita via uma corretora de valores.
- Diversificação: as LFs são uma boa opção para equilibrar risco e retorno por trazer uma boa rentabilidade com potencial de perdas baixo.
- Baixa tributação: como o prazo do investimento é longo, a alíquota incidente é de 15%.
Desvantagens
- Sem proteção do FGC: isso aumenta o risco da aplicação financeira.
- Investimento mínimo alto: é preciso aplicar R$ 50 mil, pelo menos. Essa quantia era ainda mais elevada, mas foi reduzida em 2019.
- Falta de liquidez: você precisa esperar até a data de vencimento para resgatar seu dinheiro.
- Incidência de IR: ainda que seja baixo, a alíquota do Imposto de Renda corrói parte do seu retorno, o que representa uma desvantagem ante investimentos isentos.
Como investir em Letra Financeira?
O investimento nesse produto passa pela abertura de uma conta em uma corretora de valores. Depois de fazer esse procedimento e o teste de perfil de investidor, basta transferir o dinheiro e escolher o ativo desejado.
Vale mencionar que a LF não é um investimento tão comum quanto outros títulos bancários, por isso, são poucas os bancos e corretoras que oferecem. Quando há oferta, as opções são bastante limitadas.
De qualquer forma, a análise deve ser baseada nas características do investimento, cujas informações estão disponíveis na plataforma da instituição. Entre elas, estão:
- prazo de vencimento;
- remuneração;
- valor de aplicação inicial.
Lembre-se de fazer um bom planejamento financeiro antes de investir seu dinheiro. Dessa forma, você evita precisar dessa quantia antes do vencimento.
Conclusão: quando vale a pena investir?
A Letra Financeira é uma opção de aplicação financeira para investidores com uma quantia elevada para investir. Além disso, é importante buscar a diversificação da sua carteira.
Mais do que isso, é uma alternativa para quem deseja obter uma rentabilidade potencial acima de outros investimentos da renda fixa. Tudo isso desde que você não precise do dinheiro em curto prazo.
Por isso, é preciso ter o seu orçamento pessoal bem organizado. Ainda, pense nos seus objetivos financeiros para garantir que eles serão alcançados com a ajuda da LF. Assim, você terá o melhor resultado possível com o investimento.
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Perguntas frequentes:
- Letra Financeira tem FGC?
Não. Esse investimento não tem esse tipo de proteção. Por isso, apresenta um risco um pouco maior.
- Qual a diferença entre LF e CDB?
Os dois investimentos consistem em títulos privados emitidos por instituições financeiras. No entanto, a Letra Financeira tem prazo maior de vencimento e não tem liquidez, além de não ter a proteção do FGC.
- Quem emite Letras Financeiras?
A emissão é feita por instituições financeiras autorizadas.
- O que é a Letra Financeira do Tesouro (LFT)?
A LFT é um título do Tesouro Direto e não tem relação com a Letra Financeira propriamente dita. Essa modalidade também é chamada de Tesouro Selic e sua rentabilidade varia de acordo com a taxa básica de juros da economia.