O que é e como investir no Tesouro Direto? Aprenda em 5 passos simples!

O Tesouro Direto é um tipo de investimento que apresenta muitas vantagens, principalmente quando comparado à famigerada Caderneta de Poupança.

Escrito por Melissa Nunes

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Um dos investimentos que ganhou muita força no Brasil nos últimos anos foi o Tesouro Direto. Ele é um Programa do Tesouro Nacional, criado em 2022, para a venda de títulos públicos federais para pessoas físicas e foi desenvolvido em parceria com a antiga BM&F Bovespa, atual B3.

Assim, o Governo consegue atrair investimentos e angariar recursos para financiar diversas de suas atividades.

Além de acessível, pois o investimento mínimo gira em torno de R$ 30, e de apresentar opções para vários perfis de investidor, o Tesouro Direto oferece boa rentabilidade e alta liquidez.

Por isso, ele é considerado uma excelente opção para quem quer investir, visando um bom planejamento financeiro pessoal sem complicação.

Quer conhecer melhor este tipo de investimento? Continue lendo este artigo até o final e você vai entender:

  • as vantagens dos títulos públicos;
  • os tipos de títulos disponíveis;
  • como começar a investir no Tesouro Direto;
  • dicas e cuidados ao investir.

Vantagens de investir no Tesouro Direto

Adquirir títulos públicos pode ser bastante vantajoso, pois é um investimento muito seguro, com bom rendimento, alta liquidez e baixo risco. Não à toa, o Tesouro Direto vem batendo recorde de investidores, já que, cada vez mais, brasileiros querem aproveitar as vantagens deste investimento!

Veja, a seguir, quais são essas vantagens e entenda por que o Tesouro Direto está em constante crescimento.

Segurança

Os títulos têm garantia total pelo Tesouro Nacional, pois o Governo Federal assegura o pagamento. Por isso, hoje, o Tesouro Direto é considerado o investimento mais seguro do país.

Após sua aquisição, os títulos são registrados no nome do investidor diretamente na B3, a Bolsa de Valores do país. É possível investir por um banco ou corretora credenciada (veja a lista no site do Tesouro) ou diretamente pelo portal do investidor.

Além disso, quem gosta de ter o controle sobre seus investimentos pode acessar o site do Tesouro para ter certeza de que tudo anda bem, verificar diversas informações sobre suas aplicações, checar seu extrato e acompanhar toda a movimentação do seu investimento de forma rápida e segura.


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Rentabilidade

O Tesouro Direto consegue aliar o melhor de dois mundos: boa rentabilidade e baixo custo, além de taxas que favorecem o investidor em diferentes momentos econômicos, com títulos prefixados e também com os indexados a indicadores da economia, como a taxa Selic e o IPCA.

Quanto aos custos, existem, basicamente, dois:

  • a taxa de custódia, cobrada pela Bolsa de Valores, obrigatória e de 0,20% ao ano sobre o valor dos títulos (exceto para valores inferiores a R$ 10 mil no Tesouro Selic);
  • e a taxa de administração cobrada pela instituição financeira escolhida pelo investidor.

No entanto, como a taxa de administração não é obrigatória, várias corretoras isentam seus clientes dessa cobrança, até mesmo para gerar mais atratividade para o investidor.

Ademais, caso deixe o dinheiro aplicado por menos de 30 dias, o investidor irá pagar IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Já o Imposto de Renda é cobrado no vencimento do título, no recebimento de juros semestrais ou em caso de resgate antecipado. O percentual varia de acordo com o prazo da aplicação, mas, quanto maior o tempo de investimento, menor o valor cobrado, conforme a tabela abaixo:

Prazo do investimentoAlíquota do IR
Até 180 dias22,5%
De 181 a 360 dias20%
De 361 a 720 dias17,5%
A partir de 721 dias15%
Tabela regressiva do imposto de renda

A cobrança do imposto de renda costuma desanimar investidores que estão querendo sair da poupança. Porém, é preciso saber que, mesmo com essa cobrança, o Tesouro Direto é mais vantajoso. Não só pela taxa de rentabilidade maior, mas também porque ele rende todos os dias, ao contrário da poupança, que só rende no aniversário.

Liquidez

Como apresentaremos logo mais, existem diferentes tipos de títulos, tanto para quem quer investir no longo prazo quanto para quem quer receber uma renda extra. Mesmo assim, em qualquer um deles, o investidor pode vender antecipadamente os títulos adquiridos, já que o Tesouro Nacional garante a recompra diária a preço de mercado.

O investidor que quiser vender seus títulos pode fazê-lo todos os dias úteis. Resgates solicitados fora desse horário ou nos fins de semana serão processados no dia útil seguinte.

Porém, é importante ressaltar que o resgate dos títulos antes do prazo de vencimento pode acarretar em perdas. Isso porque, com exceção do Tesouro Selic, os títulos do Tesouro Direto são precificados diariamente, um processo chamado marcação a mercado.

Em poucas palavras, significa que seu título desvaloriza quando for mais vantajoso para um investidor adquirir um título diretamente do Tesouro Direto. Por exemplo, se você comprou um Tesouro Prefixado que paga 10% ao ano, mas, hoje, o Tesouro oferece um prefixado que paga 13% ao ano, o seu título estará desvalorizado.

O contrário também é verdadeiro, caso o seu Tesouro Prefixado esteja com uma taxa mais alta que a do mercado, é possível ganhar mais dinheiro. De qualquer forma, se você ficar com o dinheiro investido até o prazo de vencimento, receberá a rentabilidade esperada, sem chance de perda.


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Baixo risco

Uma das primeiras preocupações do investidor é em relação aos riscos que seu capital corre.

No caso do Tesouro Direto, o risco de crédito, mais conhecido como calote, é muito baixo, pois, se o governo não honrar seus compromissos, o impacto será bastante expressivo na economia e, no fim, ninguém quer isso.

Também há o risco de mercado, que está associado ao fato do valor dos títulos oscilar diariamente, como explicado anteriormente.

Por isso, é muito importante que você compre títulos de acordo com a sua necessidade. Existem títulos mais indicados para curto prazo e outros para longo prazo. Dessa maneira, se você compra um título de prazo maior, praticamente só terá um risco de perder dinheiro se precisar resgatá-lo antes da data de vencimento.

Principais características de cada tipo de título

O Tesouro Direto oferece diferentes possibilidades para investir. Os títulos disponíveis variam de acordo com o preço, o vencimento e o cálculo de rentabilidade.

Porém, eles se dividem basicamente em 3 categorias:

1. Prefixados

Os títulos prefixados são aqueles em que, no momento da aquisição dos papéis, o investidor já sabe exatamente a rentabilidade que irá receber se esperar até o final da aplicação (data de vencimento do título).

Por terem rentabilidade predefinida, seu rendimento é nominal, isto é, será necessário descontar a inflação para obter o rendimento real da aplicação no fim do prazo.

2. Pós-fixados

Neste caso, os títulos têm seu valor corrigido por um indexador, ou seja, um índice de referência. Em relação ao Tesouro Direto, estamos falando da Selic, a taxa básica de juros da nossa economia.

Esse tipo de investimento se beneficia quando os juros aumentam e podem ser muito benéficos para investimentos de curto prazo e reserva de emergência.

3. Híbridos

Os títulos híbridos são aqueles que combinam pré e pós fixados. Isso porque, além de uma taxa de rentabilidade fixa ao ano, eles também são corrigidos pelos seus indicadores. No caso do Tesouro, trata-se do IPCA, o índice oficial de inflação do país.

Por manter o poder de compra do dinheiro investido, acrescido de uma taxa de rentabilidade real, esses títulos são os mais indicados para prazos longos e objetivos como a aposentadoria.


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Conheça os principais títulos públicos disponíveis

Agora que você já viu os diferentes tipos de rentabilidade, conheça os tipos de títulos que podem ser prefixados, pós-fixados ou híbridos.

Tesouro prefixado com ou sem juros semestrais

No Tesouro Prefixado, o investidor recebe o valor investido acrescido da rentabilidade (que é fixa) na data de vencimento. Se resolver resgatar antes do combinado, o Tesouro Nacional recompra o título pelo seu valor de mercado.

Ele pode ser de dois tipos: com ou sem pagamento de juros semestrais. A primeira modalidade é mais indicada para quem quer complementar a renda, pois, a cada seis meses, acontece o pagamento de juros ao investidor, como uma antecipação da rentabilidade contratada.

Mas, para quem não precisa do dinheiro, essa categoria não é interessante, pois o efeito dos juros compostos é bastante diluído pelos pagamentos semestrais.

Tesouro Selic

Esta modalidade é pós-fixada e normalmente é bastante contratada por quem busca lucrar com a alta da taxa de juros.

O Tesouro Selic é, atualmente, a opção mais segura para investir no mercado. Esse título não sofre marcação a mercado e é isento de taxa de custódia para valores até R$ 10 mil por CPF. Portanto, é voltado para perfis conservadores.

Além disso, essa é uma ótima opção para a reserva de emergência.

Tesouro IPCA+ com ou sem juros semestrais

Este título oferece rentabilidade acima da inflação, porque é composto por uma taxa de juros prefixada e também pela variação da inflação (IPCA).

Com isso, mesmo que a inflação oscile, o investidor vai ter uma rentabilidade total do título sempre acima dela. Dessa forma, é uma ótima opção para quem quer acumular patrimônio sem que ele desvalorize ao longo dos anos.

Esta categoria também oferece uma modalidade com pagamentos semestrais, voltada para quem quer receber renda passiva.


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Tesouro RendA+

O RendA+ é a mais nova modalidade de título do Tesouro Direto. Sua rentabilidade é híbrida, similar à do Tesouro IPCA+, mas com a diferença de que há um período de acumulação de capital, e, depois, um período de recebimento dos juros.

Dessa forma, o investidor escolhe um título com vencimento próximo ao ano em que gostaria de começar a receber renda mensal, exatamente como na aposentadoria. Assim, pode fazer aportes constantes no título, até que o período de acumulação se encerre.

Após, o Tesouro paga, mensalmente, o acumulado no período acrescido dos juros, por um total de 20 anos. Dessa forma, o RendA+ funciona como um plano previdenciário.

Como investir no Tesouro Direto em 5 passos simples

1º passo: cadastro

Com CPF e uma conta corrente, escolha um banco ou uma corretora para fazer o intermédio entre você e o programa levando em consideração as taxas e as facilidades que cada instituição oferece. Em seguida, faça seu cadastro junto à instituição financeira escolhida, fornecendo a documentação exigida.

Outra opção é investir diretamente pelo site do Tesouro Direto, porém, será necessário vincular sua conta à uma corretora de valores ou banco, de qualquer maneira.


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2º passo: defina seu objetivo

Como já mostramos, existem títulos para as mais diversas necessidades. Sendo assim, é muito importante saber com clareza seu objetivo financeiro e sua disponibilidade, pois é isso que irá definir qual é o melhor título para você.

Você quer saber exatamente quanto receberá no dia de vencimento do título? Ou o mais importante é ter um investimento com rendimento acima da inflação? Quem sabe suas perspectivas estejam alinhadas com uma rentabilidade próxima à Selic?

No site do Tesouro Direto há um simulador que pode te ajudar a encontrar uma modalidade de título que se enquadre em suas expectativas.

3º passo: compre os títulos

Depois de saber o seu perfil e o título que se adequa às suas necessidades, você está pronto para começar a investir de fato.

Você pode comprar seus títulos pelo próprio site do Tesouro Direto, após realizar o cadastro, ou pelo banco ou corretora de escolha.

4º passo: acompanhe os resultados

Um investidor inteligente não faz uma aplicação e esquece dela. É interessante acompanhar como vão os seus investimentos. Isso pode ser feito através do site do Tesouro Direto.

Evite olhar todos os dias, isso pode causar muita ansiedade e fazer você fugir de sua estratégia de investimentos.

Se um outro título parece estar rendendo melhor do que o seu, não migre seu capital para lá. Não se deixe levar por questões momentâneas, pois, no fim das contas, isso pode trazer mais perdas do que ganhos.

5º passo: venda os títulos no período certo

Siga a sua estratégia inicial para vender seus títulos. Quando a data contratada de vencimento chegar, é hora de desfrutar dos benefícios!

É possível vender os títulos antes do prazo definido, mas você corre o risco de receber menos do que gostaria. Porém, caso seja vantajoso, também pode ser interessante.

De qualquer forma, para evitar resultados insatisfatórios, é importante definir uma data de vencimento que seja condizente com suas metas.

Dicas e cuidados ao investir no Tesouro Direto

Como você viu até aqui, investir no Tesouro Direto significa prestar atenção em muitos detalhes, mas isso não quer dizer que é muito difícil!

Agora que você já entendeu tudo sobre os títulos, veja mais algumas dicas e cuidados para você ter mais sucesso nos seus investimentos e, assim, ficar bem tranquilo com o seu dinheiro.

  • antes de escolher seu título, fique bem atento ao prazo para não precisar vendê-lo antecipadamente e acabar tendo prejuízo;
  • não fique olhando seus títulos todos os dias: assim como as ações, o preço deles também varia para mais ou para menos e você pode ficar um pouco frustrado ou achar que está perdendo dinheiro;
  • use todos os recursos do site do Tesouro Direto: lá, eles têm uma parte dedicada a te ensinar a investir, então, não deixe de explorá-la;
  • programe seus investimentos: a plataforma te permite programar e automatizar aportes, o que é muito interessante, pois você não precisa ficar lembrando de investir todo mês, seu dinheiro vai sozinho!
  • caso se sinta inseguro em algum momento, mantenha a calma e procure a central de atendimento do Tesouro Direto antes de tomar qualquer atitude em relação aos seus investimentos, eles poderão te ajudar.
  • por último, depois de dominar o Tesouro Direto, procure explorar outras opções na renda fixa, pois existe uma grande diversidade esperando que você as descubra!

Conclusão

Como você pode perceber, o Tesouro Direto é um tipo de investimento que apresenta muitas vantagens, principalmente quando comparado à famigerada Caderneta de Poupança.

Se você ainda insiste em guardar o dinheiro que ganha com tanto esforço na Caderneta, saiba que, assim, você está deixando de ganhar um bom valor a mais (especialmente se considerarmos o longo prazo).

Sugerimos que, tão aprenda a investir em títulos públicos, transfira o valor que tem na poupança para o Tesouro Direto e passe a estudar mais sobre investimentos para conhecer melhor outros até mais rentáveis.

Não deixe para amanhã o que pode começar hoje, tome o controle da sua vida financeira e invista no seu futuro a partir de agora!

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Referências do artigo
  • Tesouro Direto. Link.

  1. Fernanda O

    Gostei!
    Nunca aprendi nada sobre economia, chegou a hora de aprender um pouquinho e o texto foi bastante esclarecedor !

  2. juliano

    oi. gostei muito do seu site, vou verificar toda semana as atualizações.Obrigado

  3. João Batista

    Muito bom, apesar dos anúncios que às vezes me confundiram. Logo peguei o jeito.

  4. Rodrigo

    Excelente… Parabéns por duplicarem esses conhecimentos.

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