Existe espaço para trade na carteira do investidor comum?

Faz sentido englobar estratégias de day trade ou swing trade para investidores comuns? Entenda como fazer isso da maneira correta para você!

Escrito por Victor Barreto

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Operações de trading chamam a atenção pela oportunidade de altos retornos em um prazo muito curto. Porém, é necessário cuidado e o investidor comum pode ser induzido a erros. No texto abaixo, explico o que você deve fazer para se proteger disso!

O que são operações de trade?

No mercado financeiro temos dois tipos básicos de operação: swing trade e day trade. O que muda de uma operação para outra é o tempo que você fica investido em um determinado ativo.

Em outras palavras, uma operação é classificada como swing trade quando a venda não acontece no mesmo dia que a compra. Se a venda acontecer no mesmo dia, essa operação é chamada de day trade.

São operações com alto nível de risco, uma vez que é necessário acompanhamento de informações quase que em tempo real. Em questão de segundos ou minutos, você pode ter perdido o timing da venda e deixado dinheiro na mesa.

Teoricamente, são operações que demandam um nível de conhecimento maior no mercado, uma vez que é essencial entender movimentos de gráficos, analisar ativos individualmente e acompanhar notícias de forma incisiva.

Por que as pessoas fazem trade?

Infelizmente, o número de pessoas que fazem day trade é alto. Em 2020 e 2021, 1 a cada 3 investidores da B3, nossa bolsa, praticaram isso. A pandemia foi um dos catalisadores, pois muitas pessoas perderam emprego e tiveram que buscar formas de fazer dinheiro sem sair de casa.

Esse número só escancara um problema maior: a falta de informação das pessoas, aliada à ganância de ficar rico rápido com uma internet que tem um discurso de venda totalmente alinhado a isso. Já viram aquelas pessoas que ostentam carrões, casas e dizem que isso foi fruto de operações rápidas na bolsa ou em criptomoedas? Fuja disso.

Essas pessoas contribuem para que investidores com pouca instrução tomem decisões erradas e percam dinheiro todos os dias. Ao longo de 6 anos, uma pesquisa coordenada por professores da FGV mostrou que apenas 8% dos entrevistados ficaram operando day trade por mais de 300 dias (o mínimo aceitável para se configurar como uma profissão).

Nesse grupo, apenas 13 investidores (0,8%) tiveram lucro diário acima de R$300,00!

Esse tipo de pessoa certamente acredita que a sua fonte de renda deveria vir do mercado financeiro. Entenda bem: o mercado financeiro não vai te deixar rico! O que vai te enriquecer é a sua profissão e o mercado irá te ajudar, no longo prazo, a encurtar determinados caminhos.

Buscar os mínimos casos de sucesso no day trade é assinar um atestado de que você também consegue. Entretanto, você irá brigar com gente grande: bancos, corretoras e instituições que tem muito mais tecnologia, acesso à informação e são mais eficientes que você. Está preparado para isso?

O tipo de trade que todo investidor deveria ter

Se você entendeu que o day trade não funciona e não está preparado para correr um risco baseado em uma “aposta”, você chegou até o ponto que eu queria. Qual o tipo de trade que todo investidor deveria ter, na minha concepção?

Vou continuar utilizando a palavra trade para expor o meu raciocínio. Em linhas gerais, o investidor pode, sim, dedicar um espaço nos seus investimentos para o trade, desde que seja feito de forma estratégica.

Para isso, é necessário primeiro que o investidor monte uma carteira visando o longo prazo, escolhendo bons ativos, estudando o mercado e diversificando sua carteira. Aqui, não estamos falando de aposta, e, sim, de um investimento.

Em seguida, ele pode sim pensar em fracionar uma parte pequena da carteira para operações de maior risco. Qual a diferença desse tipo de investidor para o day trader? O day trader assume riscos em 100% do seu capital e não está visando o longo prazo. O investidor que não é day trader entende que o investimento pode trazer maiores ganhos, porém com um horizonte de tempo mais dilatado.

Ele utiliza parte pequena da carteira de forma mais agressiva e o que vier é lucro, simples. O grosso do seu dinheiro estará alocado em estratégias diversificadas. Ele não está exposto ao risco da ruína.

Como se preparar para fazer um ótimo trade

Aqui vão algumas dicas para utilizar o trade da melhor forma, se você for um investidor que tem cabeça de longo prazo:

1) Monte a sua reserva de emergência: imprevistos irão acontecer e você precisa se preparar. Não adianta ficar buscando rentabilidade a todo custo, vendo gurus de internet oferecendo 7% ao mês. Isso é uma farsa. Se você não tem a sua reserva montada, poderá passar por sérios problemas a qualquer momento.

2) Tenha investimentos baseados em objetivos: não adianta fazer operações mais arriscadas sendo que você vai construir uma casa daqui 2 anos ou irá fazer um mochilão daqui 6 meses.

3) Monte uma carteira diversificada: ativos tanto no Brasil, quanto no exterior. Utilizar fundos de investimentos pode ser uma excelente alternativa para quem tem pouco conhecimento/tempo, uma vez que você delega a gestão para uma equipe especializada.

4) Tenha CAIXA! Caixa é uma aplicação de alta liquidez e baixo risco que você precisa ter para poder aproveitar as oportunidades e trades. Se você não tem caixa, é como se você fosse no shopping e a sua loja de roupa favorita dá desconto apenas para quem paga à vista. Você, só com o cartão de crédito e nenhum dinheiro em conta, perdeu a chance de comprar algo bom por um preço atrativo.

Conclusão

Se você é investidor/investidora de longo prazo, entenderá o lado correto do trade. O lado correto é aquele que você expõe uma parcela pequena do seu dinheiro e pode apostar em ativos como dólar, bolsa ou até mesmo quem vai ser o Presidente do país. Você tem segurança para fazer isso, pois desenvolveu um processo e se protegeu, diversificando a carteira.

Esse é o melhor “trade” que o investidor comum pode ter.

Até a próxima!

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