O Bitcoin teve queda considerável desde a última quarta-feira, 12. O baque veio após o dono da Tesla, Elon Musk, anunciar que vai suspender as compras de seus carros elétricos com uso da criptomoeda Bitcoin por conta de preocupações ambientais.
A cotação da criptomoeda caiu mais de 10% depois do anúncio da medida. Na manhã desta quinta-feira, 13, 1 Bitcoin valia R$ 263,4 mil. As ações da montadora caíram em torno de 5%.
“Estamos preocupados com o rápido aumento do uso de combustíveis fósseis para a mineração e as transações de Bitcoin, especialmente o carvão, que tem as piores emissões de qualquer combustível. Criptomoeda é uma boa ideia… Mas isso não pode ter um grande custo para o meio ambiente”, disse o CEO da montadora.
Parte dos investidores e ambientalistas tinha feito duras críticas à decisão de aceitar Bitcoin como forma de pagamento antes da queda
Em março, quando o Bitcoin passou a ser aceito pela Tesla como forma de pagamento, parte dos investidores e ambientalistas fez duras críticas à decisão.
Musk afirmou que a empresa não venderá nenhuma parcela do US$ 1,5 bilhão (quase R$ 8 bilhões) em Bitcoins que adquiriu em fevereiro deste ano. Ele pretende usar esses recursos para transações assim que a mineração de Bitcoins passar a usar energia mais sustentável.
Para analistas de mercado ouvidos pela BBC, a mudança é uma tentativa da Tesla de amenizar as preocupações de investidores focados no aquecimento global e na sustentabilidade.
“As questões de governança ambiental, social e corporativa (ESG, na sigla em inglês) são agora uma grande motivação para muitos investidores. A Tesla, sendo uma empresa com foco em energia limpa, parece querer atuar melhor na área ambiental de ESG”, disse a analista da Burman Invest, Julia Lee.
Entenda a relação entre Bitcoins e mudanças climáticas
Os Bitcoins são gerados por mineradores, que usam computadores de alta potência para competir entre si e resolver quebra-cabeças matemáticos complexos. Por isso, é um processo de uso intensivo de energia que, geralmente, depende da eletricidade gerada por combustíveis fósseis, principalmente, o carvão.
Para David Gerard, autor do livro Attack of the 50 Foot Blockchain, sobre a criptomoeda, uma potencial solução seria cobrar taxas de carbono sobre as criptomoedas.
“Bitcoins são literalmente anti-eficientes. Não adianta ter hardwares mais eficientes para a mineração. Eles só estarão competindo com outros hardwares eficientes. Isso significa que o uso energético da Bitcoin e sua produção de CO2 só crescem. É muito ruim que toda essa energia seja literalmente desperdiçada em uma loteria”, explicou ele.
De acordo com pesquisas recentes, a China é responsável por mais de 75% da mineração de bitcoins em todo o mundo.
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