Geração distribuída de energia: o que é, como funciona e mais

Você já ouviu falar sobre a geração distribuída de energia? Saiba o que é, entenda como funciona e descubra quem pode ter!

Escrito por Regyane Bittencourt

Por que confiar no iDinheiro?

Responsabilidade editorial: Nosso editores são especialistas nas áreas e isentos nas avaliações e informações. Nosso objetivo é democratizar e simplificar o acesso a produtos e serviços financeiros sem viés. Conheça nosso código editorial.

Como ganhamos dinheiro?

Podemos ser comissionados pela divulgação e cliques nos parceiros. Isso também pode influenciar como alguns produtos aparecem na página, sempre com a devida identificação. Entenda como o site ganha dinheiro.

Política de Cookies: Nosso site utiliza cookies para estatísticas gerais do site e rastreamento de comissões de forma anônima. Nenhum dado pessoal é coletado sem seu consentimento. Conheça nossa política de privacidade.


A geração distribuída de energia é um formato de produção sustentável e vantajoso para os consumidores. Ela ajuda a reduzir as perdas de transmissão, enquanto potencializa o uso da eletricidade e diminui os custos para a unidade produtora.

No entanto, podem existir dúvidas quanto ao funcionamento desse modelo, e quem pode implementá-lo com autorização dos órgãos reguladores. Pensando nisso, preparamos um conteúdo especial com essas e outras informações relevantes para quem deseja adotar esse sistema renovável e independente. Entenda mais sobre a geração distribuída de energia e conheça os principais modelos de instalação disponíveis no Brasil.

O que é geração distribuída de energia?

A geração distribuída de energia se refere à produção de eletricidade em pequena escala, por unidades independentes, geralmente perto dos locais onde será consumida. O modelo se opõe aos grandes sistemas centralizados de concessão energética, como ocorre nas empresas urbanas tradicionais, por exemplo. Dessa forma, permite a adoção de fontes alternativas, como energia solar, turbinas eólicas ou células de combustível.

Esse formato surgiu no Brasil em 2012, com a Resolução Normativa 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Assim, estabeleceu uma base para o surgimento de micro usinas.

A principal característica da geração distribuída de energia é a proximidade entre os locais de produção e o consumo. Isso evita as perdas de transmissão e distribuição que ocorrem em sistemas centralizados, onde a eletricidade precisa percorrer longas distâncias.

Por exemplo, em vez da usina estar localizada em uma área remota e ser enviada por linhas de transmissão até a metrópole, as residências utilizam a eletricidade de pequenos geradores, ou produzem sua própria eletricidade, reduzindo a distância entre a unidade geradora e consumidora.

Além de permitir que proprietários comuns se tornem independentes, esse formato possibilita a produção local, vendendo o excedente para a rede pública ou abastecendo outra residência com sua eletricidade distribuída.

Tipos de geração distribuída

Atualmente, existem quatro tipos de geração distribuída de energia autorizadas a operar no Brasil. Veja mais detalhes sobre cada um:

Geração de energia na própria unidade consumidora

Esse é o modelo mais comum de geração distribuída, onde a própria unidade se torna a produtora independente, abastecendo suas necessidades.

Nesse caso, o endereço da microusina é o mesmo do ponto de conexão para consumo. Por exemplo, se uma residência ou estabelecimento instala energia solar, a produção será voltada para abastecer suas próprias atividades.

Desse modo, é um uso exclusivo, sem direcionar para outras redes, com geração independente.

Geração compartilhada de energia

Enquanto isso, é possível ter uma geração compartilhada de energia, quando duas ou mais unidades se unem para investir na instalação de fontes alternativas.

Por exemplo, um consórcio de energia solar, ou uma cooperativa, implementam as placas fotovoltaicas em várias indústrias e residências.

Nesse caso, a produção se concentra em um equipamento, mas compartilha a eletricidade com vários pontos. Entretanto, a potência pode ser menor, pois mais pessoas utilizarão o abastecimento no mesmo ponto.

Autoconsumo remoto

Por meio da compensação energética, a ANEEL permitiu que o consumidor com produção independente abasteça outras unidades em seu nome. Isso significa que propriedades com mesma titularidade aproveitem a energia excedente ou ter abate na conta de luz.

Por exemplo, a residência principal de um consumidor possui painel solar. No entanto, ele não utiliza todo o crédito. Com isso, pode abastecer outra casa em seu nome, em localidades distintas, se participarem da mesma rede de distribuição.

Nesse caso, a concessão reduz a conta de luz, ou complementam o abastecimento remoto. Entretanto, a produção principal é voltada para a propriedade que possui as placas.

Empreendimentos com múltiplas unidades consumidoras

Ainda, existe a geração distribuída de energia entre múltiplas unidades consumidores. Esse modelo funciona como uma espécie de condomínio produtor independente.

A eletricidade é gerada pelo equipamento em cada unidade ou em uma usina central, que direciona a produção conforme percentuais de contratação.

Existe a possibilidade de consumo em área comum, e também de concentração energética em uma unidade particular. Caso o dono do empreendimento, no condomínio, deseje ter seu próprio aparelho, existe a possibilidade de conexão, pois a fonte alternativa já está presente e autorizada.

Ainda, não é necessário que os titulares sejam os mesmos, e cada unidade, residencial ou empresarial, pode ter seu proprietário.

Como é feita a produção de energia de geração distribuída?

A geração distribuída de energia pode ser feita de maneira local ou remota. As usinas locais são instaladas próximas às unidades consumidoras, enquanto as remotas estão em áreas distintas. 

No caso da produção remota, a voltagem produzida segue pela rede pública de uma distribuidora local, creditada nas unidades designadas para receber essa eletricidade.

Para a geração distribuída local, chamada centralizada, existe o abastecimento de unidades imediatamente próximas ou independentes, como na energia solar.

Ainda, vale reforçar que esse formato aceita apenas fontes renováveis, como solar, eólica e biomassa. Dessa forma, produções como hidrelétrica devem seguir os padrões tradicionais de concessão.

A produção distribuída pode ocorrer nas próprias unidades consumidoras, por exemplo, com a instalação de painéis fotovoltaicos. Isso também é conhecido como autoconsumo, quando uma empresa-mãe gera voltagem e distribui o excedente para suas filiais.

Além disso, existe a possibilidade de compartilhar a geração distribuída de energia, onde duas ou mais empresas recebem, proporcionalmente, o abastecimento. Essa abordagem permite economizar na conta e ter investimentos mais acessíveis em propriedades de maior porte.

Quem pode ter energia de geração distribuída?

Estão autorizados a ter energia de geração distribuída apenas consumidores do mercado regulado e empresas com tensão inferior a 2,3 kV.

Em outras palavras, a unidade deve estar registrada inicialmente na rede de distribuição convencional, conectadas na concessionária padrão da região. Isso inclui residências comuns, estabelecimentos comerciais e indústrias de pequeno porte, que, antes recebiam eletricidade da rede urbana.

É necessário estar conectado nessa distribuidora para conseguir participar do sistema de compensação.

Empresas que não atendam a esses critérios podem considerar fontes alternativas, como energia solar, mas sem esse sistema.

Como fica a conta de energia para quem tem geração distribuída?

Por meio do sistema de geração distribuída de energia, a conta do consumidor e produtor independente pode sofrer redução de até 95% do valor. Isso porque a residência deixa de utilizar a eletricidade da concessionária, e, com isso, deve ter descontos na sua conta.

No modelo padrão, conectado com a distribuidora, a unidade continua utilizando a energia, mas compensa com a sua própria geração. Dessa forma, se compensar todo o uso, não apenas terá a conta zerada, como também poderá receber créditos para utilização posterior.

Por exemplo, uma unidade que utiliza 100 kW por mês e produção 50 kW, deverá pagar apenas 50 kW para a concessionária. No entanto, se atingir 120 kW na sua geração distribuída, não apenas compensa todo o seu uso, como empresta 20 kW para a rede pública, obtendo créditos.

Além disso, segundo a resolução da ANEEL, a cobrança deverá seguir os valores mínimos, e, quando não atingido, não exigirá pagamento no mês. Caso o preço mínimo na região seja de R$80, o proprietário só precisará quitar a conta de energia quando atingir esse total.

Vantagens da geração distribuída

A geração distribuída de energia apresenta diversas vantagens para os consumidores e para o país.

Produtores independentes terão redução de custos, pois os preços praticados em contratos desse modelo são geralmente mais baixos do que as tarifas das concessionárias. O mesmo se aplica para as tarifas de cobrança, menores para produtores com baixa tensão. Isso resulta em uma economia considerável para os proprietários com esse investimento independente.

Além disso, permite o consumo de fontes renováveis, contribuindo para um cenário sustentável e proteção do meio ambiente. Com a geração distribuída, cada consumidor tem a possibilidade de contribuir para a matriz energética do Brasil, melhorando a eficiência, segurança e expansão do sistema como um todo.

Finalmente, no cenário nacional, esse formato permite que o país se alinhe a potências globais que já investem em fontes sustentáveis, se destacando internacionalmente. Por isso, vale a pena considerar a adoção da geração distribuída de energia, e aproveitar as vantagens de uma produção renovável, barata e cada vez mais acessível.

Receba todas as novidades e conteúdos ativando as notificações do Push e assinando a newsletter do iDinheiro!

Perguntas frequentes

  1. Como funciona a geração distribuída no Brasil?

    A geração distribuída no Brasil é regulamentada pela ANEEL, e funciona por meio da produção de energia localmente, próxima da unidade consumidora. Dessa forma, não exige a transmissão por longos trajetos, algo que aumenta a perda energética.

  2. Quem pode ter geração distribuída?

    Consumidores registrados na concessionária, com conexão na rede convencional, e empresas com tensão inferior a 2,3 kV podem ter geração distribuída.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Participe das comunidades do iDinheiro no Whatsapp