Financiamento estudantil vale a pena em 2021? Veja o que considerar antes de ingressar no Ensino Superior

Alternativa é uma boa saída para garantir o diploma, mas é preciso olhar para o bolso em 2021 antes de contratar um financiamento estudantil.

Escrito por Cindy Damasceno

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Em meio à crise sanitária e econômica, investir na educação privada superior ficou mais complicado, sobretudo para quem tem renda mais baixa. Por isso, procurar alternativas, como o financiamento estudantil, é um caminho para conquistar o diploma em 2021. Mas, com a situação do país ainda fragilizada, é viável considerar essa modalidade de pagamento para o custeio de uma graduação?

O que se percebe, avalia o consultor da Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT), Francisco Borges, é um clima de incerteza. “Os jovens estão desmotivados. Eles preferem não investir o dinheiro que tem ou não correr risco de estar devendo”, elenca Francisco, que tem especialização  em Políticas Públicas voltadas ao ensino. 

Apesar disso, ele considera que a modalidade é válida para quem deseja garantir mais um nível de educação — principalmente pela baixa quantidade de estudantes universitários no país. “ É uma ferramenta importante para um país em desenvolvimento com uma baixa taxa de acesso ao ensino superior”, complementa. 

O recomendado é saber no que está investindo, observa a advogada Elizabeth Martos, coordenadora de MBA da Trevisan Escola de Negócios. Por isso, o ideal é atentar para os valores ‘extra financiamento’. “Além do custo da mensalidade, ele pagará o custo do serviço de financiamento. Isso significa um incremento na dívida”, explica a docente. 

Olhar para o contrato é o primeiro passo para evitar cair em uma espiral de dívidas. O importante é escolher o que custa menos e identificar quais correções serão aplicadas ao contrato. “Quais os juros, qual o índice indexador, quais são as taxas administrativas”, explicita Elizabeth. O índice indexador é o referencial pelo qual se corrige a dívida e deve constar na oferta de financiamento e no contrato. 

O que se espera para o financiamento estudantil em 2021

Fundada em 2020, a fintech Alume, especializada em financiamento para estudantes de medicina, só concedeu créditos durante a pandemia de Covid-19. 

O resultado da crise sanitária aparece no perfil de quem recorre à Alume, fintech de financiamento estudantil para estudantes de medicina que surgiu em 2020. Grande parte são filhos de comerciantes e pessoas que tiveram a renda diminuída durante as medidas preventivas. “Isso aconteceu na pandemia no ano passado e agora está aumentando novamente”, relembra um dos co-fundadores da iniciativa, Pedro Silveira. 

Felipe Weinfeld, também na diretoria da marca, aponta para o cenário do crédito estudantil nos próximos meses. “Haverá um aumento de risco [de inadimplência] e, consequentemente, um aumento nos juros cobrados no financiamento como um todo”.

O ideal é ser sincero na hora de montar o orçamento e procurar o que melhor encaixa na sua condição. “Nunca é bom pegar dívida, então, o objetivo principal é fazer um financiamento responsável com esses estudantes”, complementa. 

Corro algum risco com a alta na inflação? 

As movimentações inflacionárias podem afetar o crédito estudantil, mas não de forma intensa, segundo os fundadores da Alume. Eles projetam que possíveis altas da Selic podem puxar para cima os juros, tornando os financiamentos mais caros.

“Com o mercado avançando e consolidando uma tendência de uma Selic que suba muito, aí o movimento deve acontecer no mercado de financiamento estudantil” pontua Pedro.

Mas essas variações não serão sentidas após a assinatura do contrato. “O financiamento é um projeto de longo prazo, então, ele é menos sensível às variações da Selic e da inflação”, acrescenta.

Por outro lado, além de apostar no planejamento financeiro como saída para evitar crises no bolso, Elizabeth destaca que a atenção do consumidor precisa estar direcionada ao índice de correção da mensalidade na hora de assinar o papel.

Deve-se prestar atenção se a instituição de ensino e o contrato de financiamento ou empréstimo utilizam o mesmo marcador. 

Veja alguns índices utilizados para correção de mensalidade:

  • IGP: Índice Geral de Preços
  • INCC: Índice Nacional da Construção civil
  • INPC : Índice Nacional de Preços ao Consumidor
  • IPC:  Índice de Preços ao consumidor
  • IPCA:  Índice de preços ao Consumidor Amplo
  • IPA: Índice de Preços no atacado

Deve-se notar que a dívida do financiamento estudantil aumentará na mesma proporção inflacionária, caso o contrato se baseie em índices ligados à taxa. 

“A fonte de renda para o pagamento deve manter seu poder monetário sendo corrigido também por ela [inflação] ou por taxa ligada. Se não houver poder monetário ou incremento de renda, como por exemplo, dois empregos, haverá endividamento”, alerta. 

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