Como se preparar para fazer viagens no contexto pós-vacinação?

Entenda as principais formas de se preparar para fazer viagens no contexto pós-vacinação, avaliando riscos e compreendendo os direitos do consumidor.

Escrito por Ana Júlia Ramos

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O setor de turismo despencou no ano de 2020. De acordo com o IBGE, o índice de atividades turísticas sofreu queda de 36,7% frente ao mesmo período de 2019. Restaurantes, transporte aéreo, hotéis e transporte rodoviário coletivo foram os principais afetados, além das agências de turismo. Isso leva a uma pergunta: como ficarão as viagens no contexto pós-vacinação?

Agora, em 2021, o Brasil avança na vacinação contra o coronavírus. Mesmo que a passos lentos, já que aproximadamente 13% da população foi vacinada com as duas doses, o movimento de voltar a pensar nas viagens “pós pandemia” já foi iniciado.

O brasileiro já pode visitar nove países sem a necessidade de fazer quarentena, desde que estejam vacinados por completo. Nomes como Suíça, México, Costa Rica e República Dominicana são alguns exemplos. 

A tendência é que na medida que a vacinação avance, mais países flexibilizem a entrada de brasileiros e estimulem o turismo. No entanto, é preciso ter cautela e se organizar financeiramente para que o “sonho” de viajar novamente não se transforme em pesadelo.

O iDinheiro ouviu especialistas que discutem as melhores formas de se preparar para viajar.

Especialistas apontam dicas para economizar em viagens no contexto pós-vacinação

A educadora financeira Bia Moraes acredita que existem dois cenários em que é possível otimizar os gastos e economizar viajando. O primeiro deles é quando o viajante já sabe para onde deseja ir. Nesse caso, é importante mapear o valor médio de hospedagem, restaurantes na cidade e possíveis atividades de lazer, como o caso de passeios turísticos.

A partir daí, é importante se organizar. “Essa noção é importante para que seja possível montar um orçamento direcionado para aquele destino em específico, optando pelas melhores condições, como hotéis mais em conta ou restaurantes que façam sentido dentro do seu planejamento”, diz. 

O outro movimento ocorre quando uma pessoa sabe que deseja viajar no ano que vem, por exemplo, mas ainda não decidiu o destino. “Nesse caso, parte do orçamento mensal deverá ser alocado para uma espécie de reserva para a viagem. Existem, inclusive, investimentos específicos para essa finalidade”, continua.

Conforme a Clickbus, plataforma especializada na venda online de passagens rodoviárias, é possível usar as limitações da pandemia em favor do bolso. Por meio da assessoria da imprensa, a empresa indica aproveitar os gastos suspensos devido à pandemia, como de bares e festas, para se planejar.

A plataforma ainda indica pensar antes de fazer compras desnecessárias na viagem. “Para ter certeza ou descartar uma compra, perguntas como ‘é possível pagar isso à vista?’, ‘esse produto é necessário nesse momento ou dá para esperar?’, ‘essa compra é mais importante do que a viagem?’ podem ajudar na hora de tomar a decisão”, completa.

Quando falamos sobre formas de economizar em uma viagem no contexto pós-vacina, Bia diz que cada pessoa deve trabalhar com a priorização. “É possível viajar para locais mais próximos e ir de carro, ganhando a liberdade de comer em restaurantes melhores, por exemplo. Ou ir de avião para um destino mais caro e fazer compras no supermercado para priorizar a alimentação em casa”, exemplifica. 

O importante seria analisar até quando você pode abrir mão de certos tipos de “luxos” que podem pesar o bolso em uma viagem. 

Encontrou o “pacote de viagem dos sonhos”? Tome cuidado

Ao fazer uma simples pesquisa no Google, já é possível encontrar pacotes de viagens internacionais com preços atrativos para o consumidor com descontos que ultrapassam os 50%. Sites como Decolar.com e Hotel Urbano são conhecidos por oferecerem pacotes atrativos, mas com uma distância considerável entre a data da compra e a viagem propriamente dita. Sabemos que no período conturbado da pandemia, imprevistos podem acontecer. Mas como lidar com eles?

O especialista em direito do consumidor Leandro Nava aponta os cuidados que devem ser realizados ao embarcar para o exterior, por exemplo, caso o consumidor descubra que as fronteiras do país de destino foram fechadas para o brasileiro.

Caso a empresa faça o cancelamento de uma passagem aérea ou pacote de viagem, o consumidor tem o direito de usufruir do serviço ou reaver o valor integral em um período de até 12 meses após a data original de embarque.

“A Teoria do Risco do Negócio, prevista em lei, responsabiliza a empresa nos casos de uma fronteira ser fechada, por exemplo. Trata-se de um princípio em que as empresas devem arcar com imprevistos comuns ao seu ramo de atuação, então cabe a ela cuidar do remanejamento da viagem, remarcando passagens, hotéis e tudo o que tiver sido contratado no pacote”, aponta.

No entanto, fique atento em relação ao motivo do cancelamento. Nava usa como exemplo o cancelamento de vôos que não estejam atrelados com a pandemia de forma direta, sendo um fechamento de fronteiras ou lockdown. Nesse sentido, o consumidor pode usufruir dos seus direitos e processar a empresa em questão. Afinal, existem custos além da viagem, como programas já marcados no destino.

Consumidor também pode ser responsabilizado; entenda

É preciso tomar cuidado: caso o cancelamento ou solicitação de adiamento da viagem tenha sido feita por parte do consumidor, será necessário arcar com possíveis multas e taxas estipuladas em contrato. 

O especialista usa um outro exemplo, como aqueles países que restringem a chegada de brasileiros imunizados com algum tipo de vacina em específico ou que exigem algum tipo de quarentena em hotéis designados pelo governo. Por isso, Nava aponta a necessidade de fazer uma boa pesquisa antes de fechar os pacotes.

O advogado orienta que todas as pessoas procurem sempre um advogado de sua confiança para verificar, efetivamente, se eles têm direito de pleitear alguma coisa na justiça. Em um período tão conturbado, não são todas as situações que levariam a necessidade de um processo ou ressarcimento.

“Houve uma flexibilização muito grande com relação às questões de responsabilidade, tanto do consumidor, quanto dos prestadores de serviço”. Um profissional, então, poderá avaliar cada caso, instruindo o consumidor e garantindo que seus direitos serão preservados.

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