Linha de financiamento imobiliário com TR é mais vantajosa, mesmo com aumento das taxas, segundo especialista

Especialistas apontam que mesmo com o aumento da TR no financiamento imobiliário da Caixa, opção ainda é mais vantajosa.

Escrito por Júlia Ennes

Por que confiar no iDinheiro?

Responsabilidade editorial: Nosso editores são especialistas nas áreas e isentos nas avaliações e informações. Nosso objetivo é democratizar e simplificar o acesso a produtos e serviços financeiros sem viés. Conheça nosso código editorial.

Como ganhamos dinheiro?

Podemos ser comissionados pela divulgação e cliques nos parceiros. Isso também pode influenciar como alguns produtos aparecem na página, sempre com a devida identificação. Entenda como o site ganha dinheiro.

Política de Cookies: Nosso site utiliza cookies para estatísticas gerais do site e rastreamento de comissões de forma anônima. Nenhum dado pessoal é coletado sem seu consentimento. Conheça nossa política de privacidade.


A Caixa Econômica Federal elevou a taxa de juros de uma de suas principais linhas de financiamento imobiliário. O aumento foi observado na modalidade de financiamento com Taxa Referencial (TR). Nessa linha de crédito, o cliente paga uma taxa de juros pré-definida, mais a TR, que está zerada desde 2017.

A taxa cobrada no financiamento para clientes com relacionamento com a Caixa e conta-salário subiu de 7,35%, em outubro, para 8% em novembro. Essa é a linha de crédito mais usada pelos clientes que buscam crédito imobiliário. Além disso, a Caixa lidera o financiamento imobiliário no país.

Enquanto isso, as taxas de juros dos financiamentos com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida e do FGTS não sofrerão qualquer correção, segundo a Caixa. A instituição foi o último dos grandes bancos a realizar o reajuste dos juros do financiamento imobiliário após as recentes altas da taxa Selic.

O iDinheiro conversou com especialistas a fim de entender o que mudou e quais serão os impactos do aumento das taxas de juros de financiamento imobiliário da Caixa. Confira a seguir.

Impacto do aumento na taxa de financiamento no bolso

Quando a taxa de juros aumenta, menos pessoas têm acesso ao crédito para compra da casa própria. De acordo com o diretor da Multimarcas Consórcios, Fernando Lamounier, aqueles que estão pensando em fazer um financiamento imobiliário podem sentir o impacto do aumento.

Isso porque o cenário de incertezas e consequente aumento da taxa básica de juros aumenta o custo do crédito. “Considerando que o valor dos juros no total da parcela é significativamente alto, como por exemplo, quando usa-se sistema de amortização constante (SAC), esse aumento pode ultrapassar a capacidade de pagamento de quem busca um financiamento”, explica Lamounier.

É com base na taxa básica de juros brasileira, a Selic, que outras taxas são definidas, como as usadas para empréstimos, financiamentos e até os rendimentos de alguns investimentos. 

Financiamento com TR pode ser a linha mais vantajosa mesmo com o aumento

Atualmente, a Caixa tem quatro linhas de financiamento imobiliário:

ModalidadeTaxas cobradas atualmente
TRTR (atualmente zerada) + taxa fixa (que varia entre 8,0% a.a. e 8,99% a.a.)
IPCAVariação do IPCA + taxa fixa (que varia entre 2,95% a.a. e 4,95% a.a.)
PoupançaRemuneração da poupança (hoje em 5,43% ao ano) + taxa fixa (que varia entre 2,95% a 3,79% a.a.)
Taxa pré-fixadaTaxa fixa (que varia entre 9,50% a.a. e 9,95% a.a.)

Entre as opções de financiamento disponíveis — TR, poupança, IPCA e prefixada — o professor do MBA de gestão de negócios de incorporação e construção imobiliária da FGV Sérgio Cano avalia que a opção mais prudente é a taxa com correção da TR, mesmo com o recente aumento.

O professor explica ainda que, no atual cenário de aumento de juros, as opções corrigidas pela poupança e pelo IPCA podem ser mais arriscadas, principalmente por se tratar de uma linha de crédito de longo prazo. “Nós temos uma variação acumulada do IPCA de 10,6% nos últimos 12 meses e ainda temos sinais de que a inflação está resistindo a uma queda, apesar de toda a alta das taxas de juros”, explica. 

Já a poupança rende 70% da Selic, então a modalidade atrelada à caderneta deve ficar mais cara diante das previsões de aumento dos juros. “Se a gente já tem uma estimativa para a próxima reunião do Copom, de que essa taxa Selic vai passar desse patamar, a poupança, então, teria uma variação de 6,17%”, explica Cano.

Nos últimos meses, a taxa Selic vem sofrendo consecutivos aumentos. A taxa foi de 2% para 7,75% – e especialistas já falam em uma Selic de 11% no ano que vem. 

Consórcios podem ser uma boa alternativa?

De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), desde o início de 2021 até o mês de setembro, houve um aumento de 18,3% de adesão ao consórcio em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, o professor Sérgio Cano afirma que é preciso fazer as contas antes de decidir qual alternativa escolher.

Consórcios imobiliários podem ser uma alternativa, diante desse cenário de alta das taxas de juros. Isso porque, o consórcio não atrela o custo ou reajuste do preço da parcela à taxa de juros. No entanto, apesar de não ter juros, os consórcios têm uma taxa de administração, fundo de reserva e sofrem com a variação do INCC (Índice Nacional de Custo da Construção).

O diretor da Multimarcas Consórcios destaca uma projeção de um ano de 2022 promissor. Segundo Lamounier, a expectativa é de que a inflação irá reduzir de um previsto de 10,12% a.a. em 2021, para 4,96% a.a. em 2022.

Quer continuar acompanhando as notícias que impactam o seu bolso? Então, não deixe de assinar a newsletter do iDinheiro e ativar as notificações push. Se inscreva, também, no nosso canal do Telegram para receber todas as novidades.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Participe das comunidades do iDinheiro no Whatsapp