A inflação brasileira, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) teve queda de 0,36% em agosto. Esse é o segundo mês consecutivo em que o índice apresenta deflação (inflação negativa). Em julho, a variação do índice foi de -0,68%.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (09), essa é a menor taxa registrada para um mês de agosto desde 1998. No ano, o IPCA acumula alta de 4,39%. Já nos últimos 12 meses, a alta é de 8,73%, abaixo dos 10,07% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Saiba o que influenciou o índice em agosto
O IPCA é definido pelo IBGE a partir de uma pesquisa de preços que observa a quantidade de produtos e serviços que registraram alta de preços em determinado mês.
O índice leva em consideração itens dos seguintes grupos: alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transportes, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação.
Em agosto, dos nove grupos analisados, sete tiveram alta de preço e dois apresentaram deflação. Veja como ficou a inflação para cada um dos grupos pesquisados pelo Instituto:
- Alimentação e bebidas: 0,24
- Artigos de residência: 0,42
- Comunicação: -1,10
- Despesas pessoais: 0,54
- Educação: 0,61
- Habitação: 0,10
- Saúde e cuidados pessoais: 1,31
- Transportes: -3,37
- Vestuário: 1,69
IPCA – Histórico da inflação oficial mês a mês
Combustíveis são o destaque mais uma vez
Assim como já havia acontecido em julho, o resultado do IPCA de agosto foi influenciado principalmente pela queda no grupo Transportes (-3,37%). Segundo o IBGE, esse número foi influenciado mais uma vez pela queda no preço dos quatro combustíveis pesquisados:
- Gás veicular (-2,12%);
- Óleo diesel (-3,76%);
- Etanol (-8,67%) ;
- Gasolina (-11,64%).
Além disso, os preços das passagens aéreas também recuaram, após quatro meses de altas. Em agosto, a variação foi de -12,07%.
Ainda de acordo com o IBGE, o outro grupo que apresentou uma variação negativa, Comunicação (-1,10%), teve influência da redução nos planos de telefonia fixa (-6,71%) e de telefonia móvel (-2,67%).
Alta nos itens dos grupos Vestuário e Saúde e cuidados pessoais
O grupo com maior variação positiva no IPCA de agosto foi o Vestuário, depois da desaceleração entre os meses de junho (1,67%) para julho (0,58%). Os preços voltaram a subir em agosto, com alta de 1,69%. Segundo o IBGE, os destaques foram as roupas femininas (1,92%), masculinas (1,84%) e os calçados e acessórios (1,77%).
Outro grupo que também teve alta significativa no IPCA de agosto foi Saúde e cuidados pessoais (1,31%), pela influência, principalmente, dos itens de higiene pessoal (2,71%) e do plano de saúde (1,13%). Esse último, de acordo com o IBGE, teve a alta influenciada pela incorporação da fração mensal referente ao reajuste de 15,50% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar para os planos novos, que têm peso de 89% no painel do subitem.
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