Copom mantém taxa Selic em 13,75% na primeira reunião do ano

Com a decisão desta quarta, Brasil segue com a maior taxa de juros reais do mundo.

Escrito por Rafaela Souza

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Nesta quarta-feira, 01, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BCdecidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. Com isso, a taxa permanece no mesmo patamar desde o início de agosto.

Essa foi a primeira reunião do Copom em 2023. A decisão de manter a taxa em 13,75% pela quinta vez consecutiva já era esperada pelos economistas.

Segundo o comunicado divulgado nesta quarta, a decisão de manter a Selic em 13,75% está ligada ao cenário atual econômico, especialmente a inflação.

“O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2023 e, em grau menor, o de 2024.”, destacou o comunicado do Copom.

Como a Selic impacta a sua vida?

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela serve como base para a definição de outras taxas, como as utilizadas pelas instituições financeiras em empréstimos e financiamentos.

Dessa forma, o Copom se reúne a cada 45 dias e, a partir de inúmeros fatores, define o valor da taxa. Este número é denominado de Selic Meta ou Meta Selic e pode aumentar, diminuir ou se manter estável, conforme o cenário econômico.

Com isso, juros elevados têm vários reflexos na economia brasileira, como:

  • Aumento de taxas bancárias;
  • Aumento nas taxas de juros de empréstimos, financiamentos e cartão de crédito;
  • Investimentos em renda fixa, como o Tesouro Direto, passam a render mais com a alta da Selic.

Especialistas comentam a primeira reunião do ano do Copom

Segundo a avaliação do economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti, a retomada da queda dos juros básicos deve ser postergada por causa da expectativa de expansão fiscal do governo e o aumento da inflação:

“Não vemos mais a possibilidade de os juros começarem a cair no segundo trimestre. Acreditamos que uma redução poderá ocorrer somente no segundo semestre, mas tudo vai depender o balanço de riscos, que inclui a questão fiscal, fatores políticos e o cenário internacional”.

O economista também destaca que os próximos meses serão decisivos para que o BC acompanhe o cenário de inflação e juros: “Caso as perspectivas fiquem estáveis, o primeiro corte da Selic deve vir em agosto, na casa de 0,25 pp”, estima.

Para além disso, Bruna Centeno, economista e especialista em renda fixa da Blue3 Investimentos, ressalta que o patamar de 13,75% já era esperado pelo mercado. De acordo com a economista, o foco a partir de agora será no tom da ata da autoridade monetária:

“Principalmente porque o Boletim Focus desta semana mostra uma desancoragem fiscal muito grande para 2023 e 2024. Por isso, será importante entender se, de fato, é possível ter alguma perspectiva de corte nas taxas de juros nas próximas reuniões ou se a manutenção do aperto monetário ocorrerá por um tempo maior justamente para calibrar a inflação”, avalia.

Brasil segue com a maior taxa de juros reais do mundo

Com a decisão do Copom sobre a taxa Selic divulgada nesta quarta-feira, o Brasil segue no topo do ranking global de juros reais. Os dados são de um levantamento feito pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management, que considera apenas o juros real, ou seja, descontado a inflação esperada.

Dessa forma, com a decisão de manter a Selic em 13,75% e com o desconto da inflação esperada para os próximos meses de 5,75%, os juros reais do Brasil ficaram em 7,38%. O país lidera a lista ficando a frente de México, Chile, Colômbia e Hong Kong.

Já no ranking de juros nominais, que não tem o desconto da inflação, o Brasil ocupa a segunda inflação, atrás apenas da Argentina, que possui uma taxa de 75%.

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