Copom encerra maior ciclo de alta dos juros e mantém Selic em 13,75% ao ano

Decisão divulgada nesta quarta encerra a mais longa sequência de elevação da taxa Selic desde 1999.

Escrito por Rafaela Souza

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Nesta quarta-feira, 21, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. Com isso, o Comitê encerrou o maior ciclo de alta dos juros em 23 anos.

A taxa Selic foi elevada por 12 vezes seguidas desde março de 2021. Nesse período, a taxa subiu 11,75 pontos percentuais. A permanência neste patamar já era esperada por analistas do mercado financeiro. Entenda os impactos dessa decisão e quais são as expectativas para a economia brasileira nos próximos meses.

Como a taxa Selic te afeta?

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e serve como base para a definição de outras taxas, como as usadas para empréstimos e financiamentos.

O cálculo da Selic é feito a partir de inúmeros fatores econômicos na reunião do Copom, que acontece a cada 45 dias para fixar um valor para a taxa. Este número é denominado de Selic Meta ou Meta Selic e pode aumentar, diminuir ou se manter estável. 

Dessa forma, juros elevados têm vários reflexos na economia brasileira, como:

  • Aumento de taxas bancárias;
  • Aumento nas taxas de juros de empréstimos, financiamentos e cartão de crédito;
  • Investimentos em renda fixa, como o Tesouro Direto, passam a render mais com a alta da Selic.

Saiba mais sobre a decisão do Copom

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Segundo a nota divulgada pelo Banco Central nesta quarta-feira, a decisão do Copom não foi unânime: sete dos nove membros do Comitê votaram pela manutenção de 13,75%. Já os outros dois membros votaram por uma “elevação residual” de 0,25 ponto percentual, o que elevaria a Selic para 14%.
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Especialistas comentam a decisão do Copom

João Beck, economista e sócio da BRA, ressalta que tanto a decisão quanto teor do comunicado de manter a taxa a 13,75% estava dentro do esperado.

“Chegamos provavelmente a tão aguardada taxa terminal de juros no Brasil considerada cara e extremamente restritiva. Agora, começa outro debate que é o quanto tempo a economia precisará conviver com uma das maiores taxas de juros do mundo e o quanto isso impacta aos cofres públicos e quanto precisaremos desacelerar a economia para vermos bons ventos à frente”, avalia.

Nesse sentido, Alexsandro Nishimura, economista, head de conteúdo e sócio da BRA, também explica que a decisão divulgada nesta quarta confirma as expectativas do mercado. No entanto, ele aponta outros fatores ligados à decisão:

“Ficou em aberto uma retomada do ciclo de alta se o processo deflacionário não se confirmar, enfatizando incertezas e balanços de riscos com variância acima do usual. Com todos os fatores de riscos apontados no comunicado, o Banco Central parece que optou por não apertar demais as condições monetárias, sob o risco de afetar a atividade econômica, visto que o ciclo de aperto aumentou a Selic por 12 vezes consecutivas, saindo de 2% para 13,75%”, acrescenta.

Sobre as expectativas para o futuro, João aponta que o cenário ainda está indefinido: “A incerteza agora ronda sobre nossa capacidade de pagar a conta da desoneração e dos benefícios amplamente difundidos neste ano eleitoral”.

Além disso, de acordo com Rafael Marques, CEO da Philos Invest, a decisão demonstra que a estratégia é manter a Selic em 13,75% pelo tempo que for suficiente: “Deixa alguma possibilidade de voltar a aumentar os juros caso o processo desinflação não transcorra como o esperado. O comunicado é bem compatível com o cenário base da Selic estável, pelo menos até o início do segundo semestre de 2023, que já presume uma inflação mais alta do que esperado pelo Copom”, conclui.

A próxima reunião do Copom está prevista para os dias 25 e 26 de outubro.

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