Desde o último dia 16, a conta de energia elétrica dos brasileiros voltou a ter aplicação da bandeira tarifária na cor verde, sem custo adicional. A bandeira escassez hídrica, que estava em vigor desde setembro do ano passado, teve seu fim antecipado pelo governo no começo do mês de abril.
Com a mudança, o governo previu uma redução de cerca de 20% no valor da conta de luz, com uma expectativa de que a bandeira verde permaneça até o fim do ano. Segundo o pesquisador e economista do FGV IBRE Matheus Peçanha, o cenário hídrico atual contribui para esse cenário:
“Vamos entrar na parte mais seca do ano agora e é justamente nesse momento que a bandeira deixou de ser aplicada, o que mostra que o cenário realmente está favorável. Dessa forma, quando estivermos na época de chuvas, em outubro, o cenário será ainda melhor e, portanto, a expectativa é de que a bandeira verde vigore até o fim do ano.”.
Custo da conta de luz deve continuar alto em 2022?
Matheus Peçanha lembra que a bandeira verde já é sem acréscimo, mas que eventualmente várias distribuidoras também devem fazer os próprios reajustes anuais.
“Toda distribuidora tem um parâmetro para dizer qual será o preço de sua energia, levando em consideração alguns fatores como: a quantidade de consumidores do mercado em que a distribuidora atua, a quantidade de perdas técnicas na distribuição e o furto de energia. Regiões com alto número de furtos, por exemplo, tendem a ter uma tarifa mais alta. Além disso, as distribuidoras observam um fator de produtividade: se a distribuidora consegue atingir pontos de qualidade no serviço, isso também contribui para o preço final da tarifa.”.
Inflação
Aneel aprova orçamento de R$ 32 bilhões para fundo do setor elétrico
Outro ponto que deve ser observado para entender se a conta de luz dos brasileiros sofrerá um novo aumento é o Orçamento de 2022 da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que foi aprovado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) nesta terça-feira (26).
A CDE é um fundo usado para custear ações e subsídios concedidos pelo governo no setor elétrico, como a universalização do acesso à energia por meio do programa Luz para Todos e a concessão de descontos da tarifa social de baixa renda.
O orçamento aprovado pela Aneel foi de R$ 32,09 bilhões e representa um aumento de 34,2% em relação a 2021. De acordo com a decisão da Agência, R$ 30,219 bilhões serão pagos pelos consumidores na conta de luz.
Com isso, os consumidores de energia elétrica terão um impacto tarifário médio estimado de 3,39%. Desses, 2,41% serão para os moradores do Norte e Nordeste e 4,65% para os consumidores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
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