Com a chegada do fim de ano, muitos trabalhadores preparam o bolso para receber as bonificações típicas da época, como o décimo terceiro, participação nos lucros ou até mesmo um aumento de salário.
O dinheiro “extra” pode ser um alívio importante para quem está no vermelho, mas também pode ser um bônus para quem organizou as finanças ao longo do ano.
De acordo com dados recentes da Confederação Nacional do Comércio e de Bens e Serviços (CNC), somente em novembro de 2022, cerca de 78,9% das famílias brasileiras tinham dívidas, em atraso ou não.
“O fim de ano é uma época que implica mais gastos. Muitas dívidas surgem nesse período por causa da falsa sensação de dinheiro sobrando na conta. Mas antes de sair gastando, é preciso organizar as contas e avaliar quais são suas prioridades no momento”, afirma Bruna Allemann, educadora financeira da Acordo Certo.
Pensando nisso, o iDinheiro reuniu as principais dicas para utilizar as bonificações de fim de ano de acordo duas situações financeiras diferentes: quem possui dívidas e quem está com as contas em dia.
Como utilizar as bonificações de fim de ano
O pagamento da primeira parcela do décimo terceiro salário, um direito garantido para todas as pessoas que trabalham com carteira assinada (CLT), já foi efetuado para os brasileiros no final de novembro. Conforme previsto na Lei 4.749 de 1965, o décimo terceiro pode ser pago em duas parcelas. Nesse caso, os prazos são:
- 1ª parcela: deve ser paga entre 1º de fevereiro e 30 de novembro. Pode ser adiantada no momento da saída de férias do trabalhador;
- 2ª parcela: obrigatoriamente até o dia 20 de dezembro.
Dessa forma, com a chegada da data limite para o pagamento da segunda parcela, é importante ficar atento ao orçamento financeiro atual e utilizar o dinheiro “extra” da melhor forma possível.
Outras bonificações, como pagamento de participação de lucros (PLR) e aumento de salário dependem da convenção coletiva de cada categoria de trabalho. No entanto, muitos trabalhadores também recebem esse “bônus” na reta final do ano, juntamente com o décimo terceiro salário.
1. Inadimplentes
No caso de quem não conseguiu quitar compromissos nos últimos meses, Bruna sugere utilizar o dinheiro extra para pagar as contas atrasadas, ao invés de gastá-lo com um prazer imediato.
“Para quem tem esse perfil, a sugestão é liquidar o que der de dívidas. As taxas de juros aplicadas aos financiamentos das dívidas costumam ser altas, corroendo o orçamento do trabalhador a longo prazo”, alerta a educadora financeira.
2. Tenho dívidas, mas pago em dia
Já para quem está conseguindo pagar as parcelas da sua dívida em dia, a dica apontada pela especialista é usar as bonificações para quitar o que puder, de preferência a dívida mais cara e com a maior taxa de juros.
“Essa é uma estratégia de planejamento a longo prazo. Com o passar dos meses, o custo daquela dívida não vai existir ou será menor”, explica.
3. Estou com as contas em dia
Por fim, para quem não possui nenhuma conta em atraso, uma boa dica é usar o dinheiro para pagar impostos de fim de ano como IPVA e IPTU. Outras opções são desfrutar da bonificação com uma viagem ou guardar para um sonho futuro. Além disso, outra alternativa é começar a investir. A especialista aponta que há aplicações de renda fixa pagando em torno de 14% de rentabilidade ao ano.
“Quem se organizou financeiramente durante o ano, tem tranquilidade para escolher se quer gastar, guardar ou investir o dinheiro extra”, conclui a especialista.
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