O cheque especial é um serviço bancário bastante utilizado, mas que tende a prejudicar bastante o bolso de quem recorre a ele. Apesar de funcionar como um empréstimo caro, a grande facilidade no acesso ao dinheiro a mais faz com que muitas pessoas acabem no cheque especial todos os meses. Pode parecer algo sem importância, porém os juros cobrados nessa modalidade de crédito estão entre os mais caros da praça.
Como funciona o cheque especial?
O funcionamento do cheque especial parece ter sido pensando para confundir o cliente do banco. Ele é um limite de crédito pré-aprovado que fica vinculada à conta corrente. Se você olhar seu saldo ou extrato, muito provavelmente verá o valor do cheque especial lá, disponível, muitas vezes somado ao dinheiro que você realmente tem na conta.
Vamos supor que o banco te ofereça um cheque especial de R$1 mil. Supondo ainda que o saldo da sua conta no fim do mês seja de R$500, isso significa que você consegue fazer saques e pagamentos com valor total de R$1500. Ainda não entendeu? Vamos explicar melhor.
Você só tem R$500 na sua conta, mas o banco está disposto a te emprestar mais R$1 mil se você fazer absolutamente nada. Para usar o cheque especial, basta gasta mais do que você tem disponível. No exemplo acima, se você sacar, por exemplo, R$700, terá entrado R$200 no cheque especial.
O que isso significa? Que você terá que pagar esse valor para o banco com acréscimo de juros e tarifas. As condições variam conforme a instituição financeira, mas as taxas mensais têm média de 15%.
O que geralmente acontece é que a pessoa se aperta no fim do mês e acaba gastando uma parte do cheque especial. Quando o salário cai na conta, o valor é descontado automaticamente com os acréscimos. A partir daí, a pessoa terá que passar o resto do mês com menos dinheiro. A tendência, portanto, é chegar ao fim do mês sem dinheiro mais uma vez e acabar de novo no cheque especial. Ou seja, é um ciclo vicioso que leva ao endividamento.
Como sair do cheque especial?
A melhor maneira de usar o cheque especial é… não usá-lo. Mas se você já caiu nessa armadilha, é preciso bolar uma estratégia para se ver livre da dívida.
O valor que você tomou emprestado por meio do cheque especial será descontado quando cair algum dinheiro na conta. Quanto menor for o tempo entre o dia em que o valor foi usado e o depósito para cobri-lo, menos você pagará de juros.
Quem tem uma poupança para situações emergenciais deve recorrer a ela para tapar o rombo feito na conta. É sempre ruim mexer nas reservas, mas os juros da rentabilidade da poupança são muito menores que os cobrados pelo cheque especial. Por isso, o melhor a fazer é pagar a dívida e depois voltar a poupar.
A pessoa que não possui uma reserva emergencial deve avaliar a possibilidade de pegar um empréstimo para cobrir o cheque especial com juros menores. Essa é uma boa alternativa quando o valor da dívida se torna muito alto e você não consegue mais pagá-lo, mesmo apertando o cinto durante alguns meses. Compare quanto o seu banco cobra pelo cheque especial e faça o empréstimo com as tarifas menores que você encontrar. Observe também as condições de pagamento.
O mais importante é aprender com a experiência e não voltar a usar o cheque especial. Você pode ir até o banco e cancelar o serviço (que não é obrigatório). Somente com muito controle vale a pena manter o cheque especial!
Devo 3 mil reais e não tenho saldo suficiente.Sempre pago 500 reais e nunca acaba a conta .Gostaria de pagar de uma vez ,como fazer?
Terezinha, os juros de alguns empréstimos são muito altos.
Se estiver devendo no cartão de crédito ou cheque especial, procure uma negociação da dívida ou contrate um empréstimo com juros mais baixos para quita-lo.