Uso do FGTS para compra da casa própria: especialista aponta cuidados e riscos

Depósitos futuros do FGTS poderão ser utilizados para compra de casas populares no Programa Casa Verde e Amarela.

Escrito por Rafaela Souza

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Segundo uma medida divulgada pelo governo federal, a partir de 2023, os trabalhadores poderão utilizar os depósitos futuros do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para comprar casas próprias populares no Programa Casa Verde e Amarela.

Como explica Aram Apoviam, CEO da aMORA, a modalidade deve funcionar da seguinte maneira: os valores dos depósitos futuros do FGTS vão compor a renda dos clientes na compra de um imóvel pelo programa social Casa Verde e Amarela. Dessa forma, o trabalhador pode comprar um imóvel com um valor de parcela maior do que ele pode pagar.

Diante disso, o iDinheiro reuniu as principais informações, riscos e cuidados ao utilizar o FGTS futuro para a compra da casa própria

Principais riscos do uso de depósito futuro do FGTS

De acordo com Aram, o principal risco está ligado ao emprego. Ou seja, no caso do trabalhador perder ou emprego ou solicitar a demissão, os 8% do depósito do FGTS que irão compor o valor da parcela vão deixar de existir e, assim, o trabalhador vai ter que arcar com esse pagamento por conta própria.

“Pelo que foi falado até agora, caso isso aconteça, a pessoa vai ter 6 meses de carência sem pagar esse adicional, até que ela consiga esse novo emprego pra que isso voltasse a ser pago e enquanto isso, esse montante vai ser incorporado na dívida”, acrescenta o especialista.

No entanto, caso o trabalhador não consiga um novo emprego nesse prazo ou receba um salário menor do que o anterior ou, ainda, esteja em um emprego informal, sem os direitos garantidos pela CLT, ele terá que realizar o pagamento da parcela com os próprios recursos.

“Nesse caso, como o trabalhador já tinha que pagar a parcela, ele vai ter que reprogramar o seu orçamento financeiro para conseguir realizar o pagamento da parcela total, junto com os 8% do depósito futuro do FGTS”.

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Exemplo

“No caso de um trabalhador que possui uma renda máxima a ser comprometida pelo financiamento de 1/3 do seu salário, ou seja R$ 1 mil. Assim, com a parcela do FGTS futuro teria mais 250 reais, totalizando o valor de R$ 1.250,00 de parcela. Então, caso trabalhador perca o seu emprego, o comprometimento da renda pode ficar acima de 40%”, exemplifica Aram.

Além dos riscos relacionados à perca do emprego, o especialista também ressalta que, como o FGTS está sendo utilizado para o pagamento das parcelas do financiamento, o trabalhador não terá direito ao saque desse Fundo em caso de demissão.

Cuidados necessários antes de contratar a nova modalidade do FGTS

O especialista também alerta para alguns cuidados importantes que devem ser considerados antes de optar pelo uso de depósitos futuros do FGTS. Dessa forma, o trabalhador deve estar ciente à estabilidade do seu emprego:

“Quão estável o trabalhador enxerga o seu emprego atual, ou seja, se tem alguma previsão num curto prazo de sair por conta própria ou até mesmo por risco de demissão. Isso é importante porque muitas pessoas enxergam o FGTS sempre como um extra, mas nesse caso ele passa a ser bem necessário para o pagamento”, explica.

Além disso, Aram ressalta que é essencial ter conhecimento dos próprios gastos e entender se, no pior cenário, como em caso de demissão, por exemplo, será possível continuar pagando o financiamento integralmente. Afinal, caso o pagamento não seja feito, o trabalhador pode ficar inadimplente e, em alguns casos, o imóvel poderá ser leiloado para quitar essa dívida.

“Outro ponto importante é considerar a questão da reserva. Ou seja, se o trabalhador vai ter a capacidade de se manter sem poder contar com um depósito de FGTS caso ela fique desempregada por um período mais longo”, conclui o especialista.

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