Pandemia provoca taxa de desemprego recorde em 19 estados e no DF

Em 2020, a taxa de desemprego bateu recorde e ficou em 13,5%, a maior desde 1993. Dados do quarto trimestre reforçam desigualdade nos impactos.

Escrito por Lilian Calmon

Por que confiar no iDinheiro?

Responsabilidade editorial: Nosso editores são especialistas nas áreas e isentos nas avaliações e informações. Nosso objetivo é democratizar e simplificar o acesso a produtos e serviços financeiros sem viés. Conheça nosso código editorial.

Como ganhamos dinheiro?

Podemos ser comissionados pela divulgação e cliques nos parceiros. Isso também pode influenciar como alguns produtos aparecem na página, sempre com a devida identificação. Entenda como o site ganha dinheiro.

Política de Cookies: Nosso site utiliza cookies para estatísticas gerais do site e rastreamento de comissões de forma anônima. Nenhum dado pessoal é coletado sem seu consentimento. Conheça nossa política de privacidade.


A pandemia provocou taxa de desemprego recorde em 19 estados e no Distrito Federal, segundos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 10. Os maiores índices foram verificados em estados do Nordeste e, as menores, no Sul.

As mulheres e os negros foram os mais penalizados pela crise no mercado de trabalho. Jovens e trabalhadores com menor escolaridade também tiveram taxa de desemprego superior à média nacional.

Em 2020, taxa de desemprego ficou em 13,5%, a maior desde 1993

Em 2020, a taxa de desemprego ficou em 13,5%, a maior desde 1993, segundo levantamento da consultoria iDados. No quarto trimestre, o índice foi de 13,9%, o maior para o período da série histórica do IBGE, que teve início em 2002.

Para ter uma ideia, em termos absolutos, o número de brasileiros em busca de uma vaga chegou à média de 13,4 milhões no ano passado. Isso representa 840 mil pessoas a mais do que o observado em 2019, a maior marca da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

No ano, 7,3 milhões de trabalhadores perderam o emprego, com a população ocupada chegando a 86,1 milhões, o menor número da série. E, pela primeira vez, menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada no país.

As maiores taxas de desemprego em 2020 ocorreram na Bahia (19,8%), Alagoas (18,6%), Sergipe (18,4%) e Rio de Janeiro (17,4%). Já as menores estavam em Santa Catarina (6,1%), Rio Grande do Sul (9,1%) e Paraná (9,4%).

Em São Paulo, a taxa foi de 13,9%, também recorde para o estado, mas bem mais próxima da média nacional.

Nível de ocupação fica abaixo de 50% em 15 estados

O nível de ocupação ficou abaixo de 50% em 15 estados, incluindo todos da região Nordeste. Em Alagoas, apenas 35,9% das pessoas em idade para trabalhar estavam ocupadas em 2020. No Rio de Janeiro, somente 45,4% tinham um trabalho.

A redução da ocupação foi muito impactada pela queda do trabalho informal, que foi mais afetado pelas medidas de distanciamento social. A taxa média de informalidade ficou em 38,7% no ano passado, 2,4 pontos percentuais abaixo do que em 2019.

Cerca de 40 milhões de brasileiros estavam ocupados em trabalhos informais no ano. Esse grupo inclui trabalhadores sem carteira assinada, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, trabalhador por conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar.

“A queda da informalidade não está relacionada a mais trabalhadores formais no mercado. Está relacionada ao fato de trabalhadores informais terem perdido sua ocupação ao longo do ano”, disse a gerente da pesquisa do IBGE, Adriana Beringuy.

Taxa de desemprego recorde reforça desigualdade nos impactos da pandemia

Os dados do quarto trimestre reforçaram a desigualdade nos impactos da pandemia no mercado de trabalho. A taxa de desemprego entre os homens foi de 11,9%, enquanto entre as mulheres foi de 16,4%. 

Entre negros, a taxa foi de 17,2% e, entre pardos, de 15,8%, ambas acima da média nacional. Já a taxa dos brancos ficou em 11,5%.

Entre os grupos etários, os jovens foram os mais afetados. No grupo de 18 a 24 anos, por exemplo, o índice ficou em 29,8%.

Os trabalhadores com ensino médio incompleto também tiveram desemprego maior do que a média, com 23,7%. Já o daqueles com nível superior completo foi de apenas 6,9%.

Vale lembrar que o quarto trimestre foi o último em que houve liberação do auxílio emergencial. Contudo, a partir de setembro, o valor teve redução para R$ 300, ante os R$ 600 pagos nos meses anteriores. Com isso, a taxa de desemprego passou a sofrer maior pressão, com mais gente em busca de uma vaga.

Aproveite e leia também: “Saiba como organizar as finanças em caso de desemprego”.

Quer continuar acompanhando as notícias sobre a taxa de desemprego no país? Então, não deixe de assinar a newsletter do iDinheiro e ativar as notificações push.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Participe das comunidades do iDinheiro no Whatsapp