Saiba como organizar as finanças em caso de desemprego

Segundo dados do IBGE, 2020 terminou o ano com 13,4 milhões de desempregados. É importante parar para organizar as finanças no desemprego.

Escrito por Heloísa Vasconcelos

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A pandemia fez com que o número de pessoas perdendo o emprego batesse recorde em 2020. Independente do período de crise no país, o desemprego requer que o trabalhador se dedique em organizar as finanças.

Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última sexta-feira, 26, a taxa média de desemprego para o ano de 2020 foi a maior desde 2012, chegando a 13,5%. Ao todo, são 13,4 milhões de desempregados no Brasil.

A situação é um pouco menos desconfortável para quem já tinha uma reserva de emergência. Mas, de qualquer forma, esse é um momento para revisar todos os gastos e realizar o máximo de cortes possível, diminuindo o padrão de vida até que ocorra uma recolocação no mercado de trabalho.

Outra opção é buscar opções de renda extra para fortalecer o orçamento familiar.

Corte de gastos para organizar as finanças no desemprego

O economista e diretor da Warren Educação, Tiago Kaplan, alerta que o desemprego pode ser menos desesperador para quem já tinha uma reserva de emergência.

Recomenda-se que o trabalhador guarde o equivalente a algo entre seis e doze meses do que gasta mensalmente. Com esse montante, o desempregado pode ter uma volta ao mercado de trabalho mais tranquila.

Mas, mesmo com a reserva, o desemprego deve levar a um corte de todos os gastos que não sejam essenciais.

“O primeiro passo para quem perdeu o emprego é reavaliar os gastos mensais e esporádicos. A gente costuma falar na educação financeira que cortar gastos é que nem band-aid, melhor tirar tudo de uma vez. Tentar cortar tudo o que dá para cortar”, compara.

O PhD em educação financeira e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos avalia que deve haver uma verdadeira “operação de guerra” quando ocorre o desemprego.

“Devo declarar guerra contra todos os gastos, rever todos os gastos. O meu custo de vida tem que vir a patamares de um seguro desemprego”, recomenda.

Segundo ele, a indenização ou rescisão recebida pelo trabalhador deve ser guardada e racionada ao máximo, principalmente se não havia uma reserva de emergência. 

Ele recomenda tentar diminuir gastos com energia elétrica, água, telefone e supermercado e cortar despesas como roupas e outras compras. 

Quem tem carro pode optar pela venda, tanto para obter recurso como para diminuir as despesas inerentes ao mantimento do bem.

Outro ponto importante é que toda a família deve ser envolvida no processo de organizar as finanças no desemprego, já que não apenas a pessoa que perdeu o emprego será impactada pelo corte de gastos. 

O que fazer no caso de dívidas

Quem estava em dívidas antes do desemprego deve tentar negociar para obter maior carência no pagamento. Em alguns casos, caso não haja nenhum tipo de reserva, pode ser o caso de aumentar a dívida existente e buscar uma renegociação quando a vida financeira estiver melhor reestabelecida. 

“Só vale a pena pedir empréstimo se não tiver nenhum tipo de reserva e todas as alternativas estiverem esgotadas. É importante pesquisar bem taxas de juros para que caiba no orçamento e priorizar dívidas de longo prazo”, indica Thiago.

Ele ressalta que, caso o desempregado de fato precisa adquirir empréstimo, deve-se evitar opções como crédito especial e juros rotativo do cartão de crédito, por essas serem opções com taxas de juros muito altas.

O recomendado é priorizar dívidas que possam ser quitadas a longo prazo e que tenham um período de carência.

Reinaldo alerta que é mais recomendável se desfazer de bens e vender desapegos que contrair novas dívidas, já que existe o risco de o trabalhador se encontrar em uma bola de neve.

“Pedir dinheiro novo quando não se tem condições de honrar a prestação é mais um problema que você tá adquirindo. Tem que guardar a indenização, fazer desapego e vender coisas”, considera.

Caso não haja bens que possam ser tomados no caso de inadimplência, uma opção é esperar para obter desconto em feirões de renegociação.

Investir na recolocação e buscar renda extra

Ainda que esse seja um momento de corte de gastos, os especialistas recomendam que o desempregado busque investir em educação para conseguir se destacar dentro do segmento profissional em que atua, facilitando as chances de recolocação.

Contudo, para Reinaldo, não existe “período sabático” antes da busca por emprego: ela deve ser imediata.

“O momento atual não requer momento sabático. Procure a recolocação ou o restabelecimento da renda por meio talvez até de empreendedorismo próprio. Mas não dá para tirar o pé do acelerador”, afirma.

Enquanto a recolocação profissional não ocorre, uma opção é buscar opções alternativas de renda, mesmo que fora da área de atuação. A dica é vender produtos e serviços, desde fazer doces para vender a trabalhar como Uber, por exemplo.

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