Nas últimas semanas, algumas instituições bancárias, como o Banco Itaú, começaram a investir em campanhas e ações de conscientização em seus canais de comunicação para alertar os clientes sobre um novo tipo de golpe financeiro. Nesse caso, os criminosos estão aplicando o chamado Golpe do Acesso Remoto, também conhecido como “Golpe da Mão Fantasma”.
Segundo um levantamento feito pela Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), em parceria com a Deloitte, sete em cada dez operações bancárias feitas no Brasil em 2021, de um total de 119,5 bilhões de transações, foram realizadas pela internet e pelo celular. A pesquisa também revela que as transações relacionadas a pagamentos cresceram 72% no mobile banking.
Diante desse cenário de aumento exponencial das operações digitais, é importante ficar atento e saber como se proteger nesse ambiente online. Por isso, o iDinheiro ouviu especialistas e traz as principais informações para ajudar na conscientização sobre a prevenção de golpes financeiros.
Entenda como funciona o Golpe do Acesso Remoto
Como explica Caio Lopes, co-fundador e CTO da Mobile2you, mobile-house especializada no desenvolvimento de aplicativos financeiros sob medida (tailor-made), o Golpe do Acesso Remoto acontece quando o criminoso entra em contato com a vítima, se passando por um funcionário de uma instituição bancária em que a vítima possui conta:
“Eles afirmam que existe um problema na conta da vítima e que é preciso acessar a conta de maneira assistida com um suposto técnico da instituição. A partir disso, ele pede que a vítima instale um aplicativo de acesso remoto e, assim, ele consegue ver tudo o que a vítima faz no celular”, explica.
Dessa forma, o criminoso consegue ter acesso a todos os dados da conta da vítima, senha e também informações pessoais. Caio também aponta que, após a exposição dos dados, o Golpe do Acesso Remoto pode ter outros desdobramentos:
“Uma vez que você tem o seu dispositivo comprometido para um acesso remoto, o fraudador pode fazer o que quiser no seu dispositivo, como alterar a senha de redes sociais e acessar outros aplicativos. Ou seja, a vítima fica vulnerável não só no banco que foi invadido, como também no Facebook, no WhatsApp, no cartão de crédito de outro banco… O criminoso realmente consegue fazer muita coisa no dispositivo da vítima”, acrescenta.
Como se proteger desse tipo de golpe
Como ressalta a FEBRABAN, os aplicativos dos bancos contam com o máximo de segurança em todas as suas etapas, desde o seu desenvolvimento até a sua utilização. Não há registro de violação da segurança desses aplicativos, os quais contam com o que existe de mais moderno no mundo para este assunto. Além disso, para que os aplicativos bancários sejam utilizados, há a obrigatoriedade do uso da senha pessoal do cliente.
Dessa forma, a prevenção para golpes bancários como esse está diretamente ligada à conscientização dos clientes, como explica o especialista Caio: “É importante nunca fornecer dados para ninguém e sempre entender como que o banco funciona. O banco nunca vai te pedir o número do cartão e nem pra instalar algum aplicativo“.
Adriano Volpini, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da FEBRABAN, também alerta que é importante sempre desconfiar desse tipo de ligação: “Se receber esse tipo de contato, desconfie na hora. Desligue e entre em contato com a instituição através dos canais oficiais e de um outro telefone para saber se algo aconteceu mesmo com sua conta”, diz.
Caí em um golpe, e agora?
Como aponta Caio, caso o cliente seja vítima desse tipo de golpe, é importante procurar as autoridades competentes e também entrar em contato com o banco: “De fato, procurar o banco e a central de atendimento do cartão para tentar suspender a transação é um caminho, mas esse é um tipo de golpe que vai acabar tendo que ser resolvido na esfera criminal”, explica.
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