O golpe do boleto falso tornou-se mais um dos comuns golpes financeiros no Brasil. Veja como se prevenir de perder dinheiro a partir da identificação da falsidade do documento.
É essencial ficar atento:
– Se o código de barras está funcionando;
– Se os dados de quem receberá o pagamento estão corretos.
Como saber se o boleto é falso?
Os boletos bancários possuem uma série de identificadores, padronizados pela FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos), que aumentam sua segurança.
Por isso, conhecer o que são e como funcionam cada um destes campos irá te ajudar a identificar um boleto falso com mais facilidade.
- Código do banco: é o código identificador do banco, o Compe (Código das Instituições Bancárias na Compensação). A partir dele é possível saber para qual instituição está sendo feito o pagamento.
- Linha digitável: é a representação numérica do código de barras. Ela possui uma estrutura padronizada para evitar fraudes. A principal característica dela são os últimos números, que indicam o valor do documento. Então, se os últimos números não forem iguais ao valor do documento, este boleto é falso.
- Agência/Código Cedente: geralmente é composto pelo número da agência do beneficiário. Mas isso pode variar de acordo com a instituição que está emitindo o boleto.
- Nosso número: código obrigatório e único que serve como identificador do boleto para a instituição que o emitiu.
- Valor do documento: valor a ser pago. Sempre confira se este valor está igual aos últimos números na linha digitável.
- Código de barras: é a representação gráfica da linha digitável, usada para a leitura de máquinas. Em boletos falsos os códigos de barras não costumam funcionar, forçando o pagador a digitar o código. Portanto, sempre desconfie quando um código de barras não consegue ser lido.
- Carteira: número que identifica se o boleto é ou não registrado pela emissora dele. Desde 2016, quase todos os boletos possuem este código.
- Pagador: dados de identificação do pagador, como nome completo, CPF e endereço.
- Data do documento: data em que este documento foi emitido.
- Beneficiário: dados de quem receberá o valor, como nome da empresa ou CNPJ. Caso ache o nome suspeito, você pode verificar dados mais detalhados através da plataforma de Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral do Banco Central.
Paguei um boleto falso, o que devo fazer?
Caso tenha pago um boleto falso, reúna as cópias do comprovante de pagamento e do boleto falso, junto a boletos originais anteriores, caso possua.
Após isso, procure um advogado para que possam ser iniciadas as ações cabíveis neste caso, como recomenda a Defensoria Pública do Estado do Ceará.
De quem é a responsabilidade?
A responsabilidade varia de acordo com as condições da emissão do boleto falso. Abaixo, existem duas situações frequentes que nos ajudam a entender melhor de quem é a responsabilidade pela emissão do boleto fraudulento.
- O boleto foi gerado pela loja, mas fora do sistema do banco: neste caso é dever da loja ressarcir o valor que você pagou, já que a loja não teve a responsabilidade de emitir o boleto em um local confiável e seguro e deu margem para que fraudes acontecessem;
- O boleto foi gerado pelo próprio banco: neste caso, é responsabilidade do banco devolver o seu valor, já que a instituição não conseguiu garantir um sistema confiável e seguro para que o boleto fosse gerado.
Outra situação corriqueira é quando você recebe um boleto falso via e-mail, contendo todos os seus dados, como nome completo, CPF e outros dados pessoais. Confiando neste e-mail, você realiza o pagamento do boleto.
A responsabilidade de ressarcimento do valor neste caso é da instituição financeira, já que permitiu que seus dados vazassem e fosse enviado este boleto falso para seu endereço eletrônico.
Quais os principais golpes com boletos falsos?
Existem diversos golpes envolvendo boletos bancários falsos, e é importante estar atento para não se tornar vítima dessas fraudes. Alguns dos principais golpes de boleto falso são:
Interceptação de boletos
Nesse golpe, o criminoso intercepta o boleto original que foi enviado pelo correio e troca os dados bancários, colocando os dados da conta do golpista.
Dessa forma, quando o destinatário realiza o pagamento, o dinheiro vai direto para a conta do golpista.
Para não cair neste golpe, uma boa dica é verificar o código de pagamento do boleto. No começo dele sempre existe contém o código do banco e no final o valor do pagamento.
Outra forma é: antes de fazer o pagamento, usando aplicativos de banco, será mostrado os dados do beneficiário, ou seja, quem receberá o valor. Sempre confirme se corresponde ao que está no boleto ou não.
E-mails falsos
O criminoso envia um e-mail falso, que parece ser do banco ou da empresa que emitiu o boleto.
Geralmente, estes e-mails possuem mensagens de pagamento atrasado ou erros de pagamento.
A tática para não cair aqui é ligar para a central de atendimento da instituição em questão. Dessa forma você consegue verificar se de fato existe alguma pendência em seu nome.
Sites falsos
Nesse golpe, é criado um site falso que imita o site do banco ou de uma loja, com o objetivo de capturar os dados bancários das pessoas que acessam o site.
Geralmente, apresentam ofertas fora do normal, que atraem a atenção das vítimas, e solicitam seus dados para fazer um cadastro ou até mesmo realizar a compra.
Aqui, dois problemas podem acontecer:
- captura dos seus dados para envio de boletos falsos posteriormente;
- capturar seus dados bancários, como os de cartão de crédito, para fazer compras não autorizadas.
Para não correr este risco, sempre verifique a URL da página que você está. Sites falsos nunca possuem a mesma URL do site original, sempre tem alguma letra diferente.
Mas, se mesmo assim ainda não sentir confiança, acesse a página oficial da loja ou instituição financeira nas redes sociais e entre em contato para verificar se aquelas ofertas realmente existem.
Os perfis das empresas nas redes sociais geralmente possuem um selo de verificação, o que facilita a identificação do perfil verdadeiro.
Veja também como não cair no golpe do Pix!