Você já viu aquele número localizado após o hífen, presente em documentos como o RG, CPF e CNPJ, além de contas ou agências bancárias? Ele é chamado de dígito verificador e não existe por acaso.
Quando falamos sobre a autenticação de documentos, uma série de ações são realizadas para evitar fraudes e conflitos em transações, e é justamente por isso que ele existe e você precisa saber mais sobre o funcionamento do dígito verificador, como:
- O que é dígito verificador?;
- Como consultar dígito verificador?;
- Como ele é calculado?;
- e algumas exceções.
O que é dígito verificador?
O dígito verificador, também chamado de algarismo de controle ou simplesmente dv, serve para verificar a autenticidade de um valor numérico.
Assim, com ele, evitam-se as fraudes ou erros de digitação na hora de fazer transações.
Documentos como o RG, CPF e CNPJ, por exemplo, contam com seus dígitos verificadores, já que são de extrema importância e não podem ser confundidos: apenas um número errado já altera a identidade de uma pessoa ou empresa.
O dv foi criado para evitar alguns erros comuns cometidos pelos seres humanos, tais como:
- erros de dígito único (quando alguém faz o erro de uma casa para frente, como 1 → 2)
- de transposição, ou seja, a inversão de números, como 12 → 21
- erros gêmeos (números como o 11 → 22)
- erros fonéticos, como o três ou seis, que podem ser confundidos principalmente quando falamos os números em voz alta.
Nesse sentido, diferentemente do que muitos pensam, o dígito – que se posiciona geralmente após o símbolo de um traço – não é criado por acaso.
Como consultar o dígito verificador?
Conforme já adiantamos, o dígito verificador geralmente está posicionado após o traço de uma série numérica nos documentos. Veja alguns exemplos:
- se a conta bancária é 17643-8, então, 8 é o DV;
- se o CPF É 123.568.566-91, 91 são os dois DVs (vamos falar mais sobre cada um deles a seguir).
E assim suscetivamente.
Como encontrar o dígito verificador da conta bancária?
Você provavelmente não terá nenhuma dúvida na hora de encontrar o seu dígito verificador nos documentos e cartões de bancos, já que ele está posicionado em um local destacado e muito simples de ser encontrado. Mas, vejamos alguns exemplos.
Banco | Localização do DV |
---|---|
Caixa | Parte frontal do cartão; após o número da conta, localizado ao lado da agência e do tipo de conta |
Itaú | Parte de trás do cartão; após os 5 números da conta |
Bradesco | Parte frontal do cartão; após o hífen do número da conta |
Nubank | No aplicativo, na tela inicial; DV aparece após o hífen do número da conta |
Banco do Brasil | Parte frontal do cartão; após o hífen do número da conta (pode aparecer como “X”) |
Santander | Varia de acordo com o cartão; normalmente após o número da conta |
Como é o cálculo do DV nos principais documentos?
Vamos te mostrar, agora, algumas formas de calcular o dígito verificador nos principais documentos.
Dígito verificador no RG
No caso da carteira de identidade (o cálculo abaixo é realizado pelo SSP-SP) a seguinte rotina é utilizada:
- O DV corresponde ao resto da divisão por 11 da soma da multiplicação de cada algarismo da base.
- Os algarismos são, nessa ordem: 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2.
Achou confuso? Veja um exemplo!
Imagine que o RG em questão é: 23 674 985. Com isso, vamos fazer uma espécie de tabela:
2 3 6 7 4 9 8 5
x x x x x x x x
9 8 7 6 5 4 3 2
Primeiro, multiplicamos cada número de cima pelo número de baixo da tabela. Seria 2×9, 3×8, e assim por diante. Com isso, temos os seguintes resultados:
18 24 42 42 20 36 24 10
O total dessa soma é 216. Por fim, dividimos por 11, resultando no valor 19,63 e o resto é arrendondado para cima, ou seja, 7. Este é nosso dígito!
Dígito verificador no CNPJ
A configuração do CNPJ é a seguinte: XX.XXX.XXX/XXXX-XX. Neste caso:
- os oito primeiros dígitos são chamados de número-base;
- os quatro seguintes são o número de ordem das filiais da empresa;
- o penúltimo é o dígito verificador módulo 11 dos doze dígitos anteriores;
- o último é o dígito verificador módulo 11 dos treze dígitos anteriores.
Quando calculamos no CNPJ, devemos ter em mente a seguinte linha de raciocínio.
O DV módulo 11 é resultado do resto da divisão por 11 da soma da multiplicação de cada algarismo da base por 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 9,8, 7, 6 e 5, respectivamente.
Dígito verificador no CPF
No caso do CPF, a configuração é a seguinte: XXX.XXX.XXX-XX. Neste caso:
- os oito primeiro dígitos são o número base;
- o nono dígito define a região fiscal;
- o penúltimo dígito é o dígito verificador módulo 11 dos 9 dígitos anteriores;
- o último dígito é o dígito verificador módulo 11 dos dez dígitos anteriores.
O DV módulo 11 do CPF corresponde ao seguinte cálculo: o resto da divisão por 11 da soma da multiplicação de cada algarismo da base por 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1 e 0, a partir da unidade.
O exemplo é praticamente igual ao caso do RG, só que aqui a multiplicação é um pouquinho maior – já que o CPF tem mais números do que o RG.
Dígito verificador nos principais cartões de crédito
Se você quer descobrir o dígito verificador da Caixa, Banco do Brasil, Itaú ou outros dos principais bancos do país, saiba que existe um cálculo padrão usado pela maioria deles.
Sabemos que os principais cartões têm um número que varia entre 14 e 19 dígitos:
- os 4 primeiros definem o banco emissor;
- o primeiro número desses 4 dígitos define a bandeira (Visa ou MasterCard, por exemplo);
- o último dígito localizado na extrema direita é justamente o dígito verificador de todos os dígitos anteriores.
O DV corresponde ao número que falta para inteirar como múltiplo de 10 a soma da multiplicação de cada algarismo da base por 2, 1, 2, 1, 2, 1, 2, 1, 2, 1… a partir da unidade até o penúltimo.
Em cada multiplicação com valores acima de 9, faremos a “regra dos 9”. Veja um exemplo:
- o número do cartão é 2231 1234 1200 345X;
- fazendo a multiplicação de cada algarismo pelo número apontado acima, temos como resultado: 4 + 2 + 6 + 1 + 2 + 2 + 6 + 4 + 2 + 2 + 0 + 0 + 6 +4 +1 = 42;
- Para chegar até o múltiplo de 10 mais próximo, que seria 50, faltam 8.
Pronto! 8 é o dígito verificador.
Algumas exceções
Ao fazer o cálculo do dígito verificador, é possível encontrar algumas exceções, e vamos falar sobre as principais agora.
Primeiramente, quando o dígito verificador do RG for o número X, isso significa que o resultado daquela conta final foi 10, ou seja, 11 – o resto 1.
Neste caso, ao invés do número 10, o dígito é substituído por sua versão em algarismos romanos.
Por fim, nos casos em que o dígito verificador é 0, significa que o resultado do mesmo cálculo foi 11, ou seja, a operação não teve nenhum resto para ser subtraída.
Conclusão
Em suma, o dígito verificador é um elemento essencial para garantir a segurança e a precisão das transações bancárias, ajudando a evitar erros ao realizar pagamentos, transferências e consultas. Ao entender como ele funciona e sua importância, você pode conferir seus dados com mais atenção e reduzir o risco de problemas financeiros.
Assim, caso tenha dúvidas sobre um número de conta, agência ou boleto, sempre utilize fontes confiáveis, como o site oficial do seu banco, para verificar as informações corretas.
Sugestões de leituras do iDinheiro:
- Dígito da agência: veja o que é, como saber e onde fica!
- Confira o que é dígito da conta corrente ou poupança, como funciona e para que ele serve
- Dígito Verificador X: como informar a conta corrente?
Perguntas frequentes
- O que é o DV do RG e para que ele serve?
O DV do RG serve para validar que a combinação numérica anterior é de um Registro Geral (RG) válido. Ele tem uma lógica matemática para confirmar os dados anteriores.
- Existe digito verificador de bancos com letras?
Sim, alguns casos a letra X é usada como dígito verificador. No entanto, trata-se de uma representação romana do número 10.
- Contas de bancos podem ter dois dígitos verificadores?
Sim. Mas, no caso do preenchimento de dados para transferências bancárias ou de sistemas de serviços (ex: Declaração do Imposto de Renda) com apenas um campo para o DV, basta preencher com o primeiro número.
- O que fazer se o dígito verificador da conta for uma letra, como “X”?
Alguns bancos, como o Banco do Brasil, utilizam a letra “X” como dígito verificador em certos tipos de conta. Isso é totalmente normal e válido. Ao realizar transferências ou cadastros bancários, basta inserir o “X” exatamente como aparece no cartão ou comprovante.
- É possível realizar uma transferência bancária sem informar o dígito verificador?
Não. O dígito verificador é essencial para validar a conta de destino e evitar erros nas transações. Plataformas de transferência geralmente não aceitam dados incompletos. Sem o DV, a operação pode ser recusada ou direcionada incorretamente.
- O dígito verificador da agência é o mesmo que o da conta?
Não. A conta e a agência podem ter dígitos verificadores distintos. O DV da agência serve para validar o número da agência, enquanto o DV da conta confirma o número da conta. Cada um possui um cálculo diferente e funções específicas.
- O dígito verificador é necessário para realizar transações via Pix?
Sim, se você estiver utilizando os dados bancários (como número de conta e agência) para fazer o Pix. Porém, se a chave Pix for um CPF, e-mail, número de telefone ou chave aleatória, o DV não é necessário.
A caixa pede o digito verificador mais eles não aceitam o que eu faço
Olá, Marta! Tudo bem?
Você está tentando fazer uma transferência através de aplicativo?
A caixa está pedindo o dígito verificador eu coloco o número eles não permitem que continue. Tenho que só colocar ele ou a numeração toda que vem antes dele
Somente o dígito verificador mesmo, Valeria.