Vale a pena investir no exterior? Especialista avalia cenário após mudanças nas taxas de juros do Brasil e dos EUA

Enquanto a renda fixa brasileira ficou mais atrativa com o aumento dos juros, índice das ações americanas apresenta maior rentabilidade

Escrito por Maria Eduarda Almeida

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No último mês de setembro ocorreu a “Super Quarta” – dia em que as taxas de juros do Brasil e dos EUA são redefinidas -, o que chamou a atenção para os investimentos brasileiros e estrangeiros. O Federal Reserve (Fed) cortou os juros estadunidenses em 0,50 ponto percentual, o que resultou em uma taxa entre 4,75% e 5% ao ano. Por sua vez, o Comitê de Política Monetária (Copom) subiu a Selic em 0,25 ponto percentual, assim, os juros brasileiros alcançaram o patamar de 10,75% ao ano.


Melissa Nunes, especialista de investimentos no iDinheiro, aponta que as mudanças divergentes explicitam que os dois países estão em cenários economicamente opostos. “Enquanto os EUA vivem um momento de desaceleração econômica, com inflação controlada, o Brasil caminha para o aumento da mesma, com as projeções do IPCA subindo a cada publicação do relatório FOCUS”, explica Nunes. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) faz a medição da inflação de um grupo de produtos e serviços comercializados, referentes ao consumo familiar.


A seguir, confira a análise detalhada sobre os principais indicadores de investimentos no Brasil e nos Estados Unidos.


Com aumento da Selic, renda fixa brasileira se destaca


Sobre a renda fixa, Melissa observa que a alta da taxa Selic torna os investimentos brasileiros mais atraentes, uma vez que apresenta uma rentabilidade melhor com menos risco. Ainda, a especialista pontua que a queda de juros nos Estados Unidos e, consequentemente, a redução da rentabilidade dos Treasuries (títulos públicos americanos, correspondentes ao Tesouro Direto brasileiro) podem afugentar os investidores destes ativos, considerados os mais seguros do mundo.


Somado ao aumento da taxa Selic, o panorama atual gera boas oportunidades para o Brasil, pois estimula a busca dos investidores estrangeiros por maiores rendimentos, de acordo com Melissa. “Isso tem sido visto, ao longo de 2024, nas bolsas ao redor do mundo, apenas pela previsão de queda dos juros americanos”, comenta.


No setor de ações, S&P 500 tem melhor relação de risco e retorno


Em contrapartida, no âmbito das ações o cenário é o oposto do quadro apresentado anteriormente. Segundo Nunes, o aumento da taxa Selic “tende a prejudicar as empresas, que pagam mais caro pela captação de recursos financeiros, onerando suas contas e diminuindo os lucros”. Como resultado, as cotações destas ações caem.

No ano, a rentabilidade histórica do Ibovespa é de -3,12%, enquanto o S&P 500 (principal índice das ações cotadas nas bolsas estadunidenses) desempenha um retorno bruto de 21,91%. Na avaliação da relação entre risco e retorno, o S&P 500 também tem um resultado mais positivo. O índice norte-americano apresentou um risco assumido de 12,52% e um retorno de 33,69%. Por sua vez, o Ibovespa tem um risco de 12,57% e retorno de 12,30%.


Vale ressaltar que a comparação entre os dois índices pode ser um pouco injusta, pois, além de ações de empresas norte-americanas, alguns REITs (Real Estate Investment Trust, equivalente aos Fundos de Investimento Imobiliário do Brasil) também fazem parte do S&P 500.


Além dos bons resultados, outro ponto positivo nos investimentos estrangeiros é a grande variedade de ativos. Ainda, nos EUA é comum a distribuição de dividendos aos cotistas, algo que até este momento não é amplamente praticado no Brasil.


Por fim, Melissa enfatiza que, com a complexidade do mercado financeiro, os investidores precisam observar com atenção as opções disponíveis antes de fazer suas escolhas de ativos. “Embora tenhamos algumas tendências que costumam acontecer com o movimento das taxas de juros, é preciso analisar o cenário mais amplamente e não tomar decisões precipitadas, já que elas podem ocasionar prejuízos financeiros desnecessários”, conclui a especialista.

Para quem pretende começar a investir no exterior, Melissa Nunes dá algumas dicas:

  • Tenha uma reserva de emergência;
  • Dólar não é investimento;
  • Tenha estratégias e objetivos;
  • Não é necessário abrir conta no exterior;
  • Escolha uma boa corretora.


O iDinheiro realizou um ranking com as melhores corretoras para investir fora do Brasil. Segundo a avaliação imparcial do time de especialistas do portal, as três melhores corretoras para investimentos internacionais são Nomad, Inter e Avenue. A lista completa está disponível na página do ranking.


Sobre a especialista

Melissa Orlandin Nunes é supervisora de marketing no iDinheiro, analista CNPI-T e especialista em Investimentos pela ANBIMA (CEA). É também educadora de finanças por meio do perfil @melissanunescnpi no Instagram.
A especialista está disponível para fornecer comentários adicionais para a imprensa. O contato deve ser feito por meio de jornalismo@idinheiro.com.br.


Sobre o iDinheiro

O iDinheiro é uma startup brasileira criada em 2020, que tem como objetivo auxiliar o público no processo de contratação de serviços financeiros como bancos, contas digitais, cartões de crédito, empréstimos, financiamentos e corretoras de investimentos. Além da produção de conteúdo escrito, a plataforma oferece a tecnologia de calculadoras, recomendadores e simuladores. Atualmente, o site conta com mais de 5 milhões de acessos mensais

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