Selic em alta: Especialista explica se é um bom momento para contratar um empréstimo

Selic sofreu uma elevação para 13,75% ao ano na última reunião do Copom, em agosto. Especialista comenta cenário de endividamento no Brasil.

Escrito por Rafaela Souza

Por que confiar no iDinheiro?

Responsabilidade editorial: Nosso editores são especialistas nas áreas e isentos nas avaliações e informações. Nosso objetivo é democratizar e simplificar o acesso a produtos e serviços financeiros sem viés. Conheça nosso código editorial.

Como ganhamos dinheiro?

Podemos ser comissionados pela divulgação e cliques nos parceiros. Isso também pode influenciar como alguns produtos aparecem na página, sempre com a devida identificação. Entenda como o site ganha dinheiro.

Política de Cookies: Nosso site utiliza cookies para estatísticas gerais do site e rastreamento de comissões de forma anônima. Nenhum dado pessoal é coletado sem seu consentimento. Conheça nossa política de privacidade.


O número de famílias endividadas atingiu, em agosto, 79% do total de lares no país. Os dados são de um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgado no último dia 6. Em agosto, o índice era de 78%.

Para chegar a esse número, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) considera os seguintes fatores:

  • dívidas a vencer no cheque pré-datado;
  • dívidas com cartão de crédito;
  • cheque especial;
  • carnê de loja;
  • crédito consignado;
  • empréstimo pessoal;
  • prestação de carro e de casa.

Diante desse cenário, em conjunto com a alta da taxa básica de juros, a Selic, que chegou a 13,75% na última reunião do Copom, em agosto, o iDinheiro reuniu dicas e apontamentos do especialista Ahmed El Khatib, coordenador do Instituto de Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), para entender se esse é um bom momento para contratar um empréstimo.

Vale a pena contratar um empréstimo nesse momento?

Segundo Ahmed, quem está pensando em pegar dinheiro emprestado deve seguir os seguintes passos:

  1. Reflita se, de fato, você precisa do dinheiro;
  2. Escolha uma taxa mais vantajosa do que em bancos comerciais grandes (microcrédito e consignado, por exemplo);
  3. Depois dessa avaliação, elabore um plano de pagamento da dívida nova.

O especialista aponta essas dicas principalmente pela alta da Selic, que é utilizada para o cálculo da taxa de juros dos empréstimos e outras operações. Dessa forma, é esperado um aumento das taxas que são cobradas aos clientes no momento de realizar qualquer operação de crédito, muito embora esse efeito não seja percebido de imediato.

“As taxas de juros das operações de crédito (empréstimos bancários, por exemplo) não mudam na mesma proporção que a taxa de referência e, neste momento de inflação alta e instabilidade política, fiscal e econômica, o microcrédito surge como uma opção mais barata para quem quer contrair um empréstimo”, diz o professor.

Além disso, o especialista também explica que é importante observar a finalidade do dinheiro, ou seja, se os recursos serão utilizados para custear algo essencial ou supérfluo. Segundo ele, caso não se tenha escolha, é sempre recomendado recorrer a empréstimos pessoais, microcrédito ou consignado, que têm taxas, historicamente, taxas menores.

Expectativas para 2023

De acordo com o professor, caso o consumidor esteja na dúvida sobre contratar um empréstimo agora ou esperar o próximo ano, o adiamento não fará grande diferença, principalmente pelo contexto de instabilidade na economia, que depende de outros fatores que ainda não foram decididos, como as eleições de 2022:

“O cenário em 2022 (a quatro meses do final do ano), está bastante adverso, porque tem componentes domésticos e externos bem fortes que causarão instabilidade na economia em 2023 conjugados com o processo eleitoral que está em curso. Por exemplo, o que importa para o mercado é quem será o novo Ministro da Economia, como será montada a equipe de governo e econômica etc. E isso, até o momento não foi definido. Portanto, qualquer previsão otimista em relação a taxa de juros de empréstimos ou de microfinanciamentos seria muito prematura”.

Além disso, segundo o especialista, existe uma grande chance de termos um quadro recessivo em 2023, em meio à derrocada fiscal e das instituições fiscais que estão levando o juro neutro para 4%, em termos reais.

“Se isso for verdade, pode ser que a Selic tenha que ficar mais alta por bem mais tempo, o que acarreta mais desaceleração econômica e um ambiente desfavorável para captação de novos empréstimos, ainda que com taxas de juros menores”, finaliza.

Quer continuar acompanhando notícias como esta, sobre como avaliar se vale a pena contratar um empréstimo nesse momento? Então, não deixe de assinar a newsletter do iDinheiro e ativar as notificações push. Se inscreva, também, no nosso canal do Telegram para receber todas as novidades.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Participe das comunidades do iDinheiro no Whatsapp