Onde investir a reserva de emergência? Veja prós e contras das opções do mercado

Ao investir a reserva de emergência, deve-se ter como foco segurança e liquidez, deixando de lado a rentabilidade. Veja indicações de especialistas.

Escrito por Heloísa Vasconcelos

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A reserva de emergência é o primeiro passo para qualquer pessoa que queira investir ou simplesmente ter mais segurança no dia a dia. 

Especialistas em finanças indicam que, antes de juntar dinheiro visando objetivos financeiros ou de se aventurar na renda variável, é importante juntar uma quantia equivalente ao valor gasto durante 3 a 12 meses.

Esse dinheiro objetiva apenas situações de emergência, como problemas de saúde, imprevistos domiciliares ou mesmo no caso de uma demissão. E, além disso, deve estar investido em um local com boa segurança e liquidez.

Mas, com a poupança tendo rendimento negativo, qual a melhor aplicação para se deixar a reserva de emergência? É possível ter rentabilidade mesmo com a Selic a 2%?

Confira os prós e contras das opções disponíveis no mercado atualmente.

Como montar uma reserva de emergência?

Parece óbvio, mas o primeiro a se ter em mente quando se quer montar uma reserva de emergência é que aquele recurso deve ser utilizado apenas para emergências.

“Reserva de emergência não é pra comprar carro, fazer viagem. É um dinheiro que só é para utilizar caso tenha alguma emergência”, elucida o economista e diretor da Warren Educação, Tiago Kaplan. 

Portanto, é importante tirar o dinheiro a ser guardado da conta corrente e colocá-lo separado do dinheiro do dia a dia. 

Para montar essa reserva é necessário guardar um valor mensal, que é analisado de acordo com as necessidades, gastos e rendimentos de cada pessoa. O valor a ser reservado depende também de em quanto tempo se pretende terminar a reserva.

Além disso, o valor da reserva deve levar em conta o estilo de vida de cada pessoa. Quem tem maior estabilidade e um emprego fixo, por exemplo, pode se dar ao luxo de ter uma reserva menor. 

Por outro lado, quem é mais independente e não pode contar com um dinheiro mensal deve investir para ter um bom saldo de segurança. 

Rentabilidade em segundo lugar

É importante investir a reserva de emergência em um ativo que tenha alguma rentabilidade para que o investidor não perca poder de compra ao longo do tempo. É por isso que a poupança atualmente não é a melhor aposta.

Isso porque o investimento mais conhecido dos brasileiros atualmente tem rendimento de 70% da Selic, ou seja, de 1,4% ao ano. Ao mesmo tempo, a inflação fechou 2020 com alta de 4,52%, o que significa que quem deixou dinheiro na poupança “perdeu” dinheiro.

Mas, mais que rentabilidade, deve-se buscar segurança e liquidez. Isso significa que o dinheiro guardado deve estar em uma opção de renda fixa, cujo valor não tenha volatilidade, e que tenha liquidez diária, ou seja, que o dinheiro possa ser retirado a qualquer momento sem nenhuma perda.

Também é recomendável apostar em uma opção que renda, mesmo que um pouco, todos os dias. Esse é mais um ponto que a poupança perde, já que o dinheiro investido só rende a cada mês.

“É importante mencionar que quem tem interesse em começar a investir, a reserva de emergência é o primeiro passo. A pessoa precisa montar essa reserva para ter tranquilidade”, salienta a responsável pela relação com investidores da 051 Capital, Laura Bartelle

Melhores opções do mercado para investir a reserva de emergência

Tesouro Selic

O Tesouro Selic é a opção mais segura possível para investir a reserva de emergência. Isso porque quem investe nesse fundo está, na verdade, emprestando dinheiro ao governo, que tem chances bem menores de falir e não pagar retornos que outras empresas privadas.

Essa opção é atrelada à taxa Selic, tendo rendimento bruto de 100% do CDI. Contudo, o rendimento líquido diminui devido à cobrança de imposto de renda. Atualmente, o retorno do Tesouro Selic está em 1,32% ao ano, considerando taxa de 0,25%.

Prós: opção mais segura para deixar a reserva de emergência.

Contras: menor praticidade para investir (é necessário ter conta em uma corretora), rendimento menor que outras opções do mercado.

CDBs

O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um investimento de renda fixa emitido pelos bancos tradicionais.

Como cada banco oferece opções de CDB, o rendimento pode variar entre 90% a 110% do CDI, rendendo na prática, respectivamente, 1,37% ao ano a 1,67% ao ano, descontando o IRPF.

Essa é uma opção mais prática, já que o investidor pode investir no CDB no banco que já é correntista. Contudo, deve-se observar o prazo para resgate: só deve-se investir a reserva de emergência em CDBs diários.

Também é importante prestar atenção em possíveis taxas de gestão, que podem comer parte da já pouca rentabilidade. Além disso, é importante salientar que caso a instituição financeira quebre, o investidor pode levar um tempo até ter o dinheiro ressarcido pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Prós: praticidade, sem necessidade de criar outra conta, resgate imediato e rentabilidade maior que o Tesouro Selic.

Contras: possíveis taxas e perde em segurança quando comparado ao Tesouro Selic.

Fundos de renda fixa simples

Fundos simples são fundos que investem pelo menos 95% do patrimônio em títulos públicos federais, títulos de renda fixa emitidos por instituições financeiras com classificação de risco baixa ou operações compromissadas lastreadas nesses papéis ou em títulos públicos.

Na média, eles rendem entre 85% e 120% do CDI. Porém, é preciso observar possíveis taxas de administração que podem diminuir a rentabilidade.

Uma boa vantagem dessa opção é que ela não sofre tantas oscilações do mercado, não ficando refém apenas da Selic, por exemplo.

Prós: estabilidade contra oscilações, resgate rápido do dinheiro

Contras: possíveis taxas, necessário ter conta em corretora para investir.

Contas digitais

Cada vez mais comuns, as contas digitais se mostram como uma opção fácil e, muitas vezes, mais rentável para guardar a reserva de emergência.

Bancos como Nubank e Inter e corretoras como a Warren possuem opções que rendem pelo menos 100% do CDI e não cobram taxa de gestão. Uma conta digital com rendimento automático e que rende 100% do CDI rende 1,52% ao ano, descontado IRPF.

Um problema, porém, é a segurança menor comparado a opções como o Tesouro Selic, com o mesmo problema dos CDBs.

Prós: praticidade, maior rentabilidade em relação ao Tesouro Selic, resgate imediato.

Contras: menor segurança.

Fundos de inflação

Com a alta da inflação e a Selic no menor patamar da história, essa é a opção de investimento para reserva de emergência que pode ter maior rentabilidade.

Isso porque os fundos de inflação acompanham o IPCA, garantindo sempre um ganho real nos rendimentos, ao passo que investimentos que se guiam pela Selic têm tido perda de valor aquisitivo.

É importante prestar atenção, contudo, na liquidez. A maior parte dos fundos de inflação têm opções de resgate de médio a longo prazo. Portanto, só se recomenda alocar a reserva de emergência em fundos que tenham resgate D+1 ou D+2, ou seja, que permitem o resgate em até 2 dias.

Também deve-se destacar que essa opção só é mais rentável no cenário atual, devido à inflação maior que a Selic. Em cenários de deflação, esses fundos podem ter perdas.

Prós: maior rentabilidade comparado a outras opções

Contras: menor liquidez e menor praticidade.

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