O que eu faria se ganhasse o bolão da mega-sena?

Veja a opinião de um consultor financeiro sobre como lidar com uma bolada de dinheiro!

Escrito por Victor Barreto

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O prêmio mais amado do Brasil e mais cobiçado pelas pessoas. Imagina ser o felizardo a acertar os números e ganhar milhões de reais. Para muitos, a vida pode mudar drasticamente. Entretanto, você precisa pensar em como manter a nova vida que você terá! Entenda o que um consultor financeiro independente faria com o prêmio da mega-sena.

mão jogando dados para cima, representando jogos de azar como a mega-sena

Precisamos ser verdadeiros sobre a mega-sena

Não é de hoje que a palavra mega-sena está em nosso dicionário. Seja por um familiar que crê cegamente em jogar durante vários anos, ou até mesmo aquele colega de trabalho que te chama para entrar no bolão da empresa no fim de ano. O ponto de partida da nossa conversa aqui é: mega-sena é um jogo de azar. Brasileiro gosta? Sim! Mas, entenda que é um jogo de azar.

As chances de vitória não estão ao seu favor, uma vez que são mínimas em relação à enorme combinação possível de resultados. Contudo, vamos imaginar que você ganhou o prêmio, para responder à pergunta do título desse texto. Supomos que a mega-sena esteja acumulada em R$ 50 milhões de reais.

Você é esse felizardo que ganhou o prêmio e agora tem um “excelente problema” para resolver. O que você deveria fazer no primeiro momento: NADA. É isso mesmo, nada. Existem casos em que fortunas da mega-sena foram perdidas por impulsividade e falta de conhecimento sobre o tema de investimentos.

Quem nunca teve uma ideia, opinião ou sentimento e de um dia para o outro, mudou pelo menos 50% do que havia pensado inicialmente? É muito comum acontecer isso. Uma das formas mais simples e eficazes de tomar decisões é aguardar o dia passar, uma vez que sua cabeça fica mais leve e mais tranquila para poder pensar em outros cenários que não foram mapeados quando estava em um momento mais crítico.

Primeiros passos

Você já é uma pessoa agraciada por ganhar um prêmio como esse, assim, tenha calma e paciência para tomar as decisões. Procure sobre os conceitos de Juros Compostos e Inflação. Sem saber tais conceitos, nada funciona. É como se fosse andar numa Ferrari sem gasolina. Por que é necessário entender? Seu dinheiro desvaloriza com o tempo! Se você não focar em investir o recurso, seu poder de compra vai diminuir, mesmo tendo R$ 50 milhões na conta. Acredite!

Isso acontece pois o seu padrão de vida obviamente muda. Você irá comprar uma casa melhor, comerá produtos melhores, seu filho estudará em escolas particulares de excelência, você viajará mais, etc. Portanto, você precisa focar em fazer o seu dinheiro render ACIMA da inflação no longo prazo.

Entendido tais pontos, partimos para a pergunta que mais nos intriga: o que fazer com tanto dinheiro? Bom, já entendi que preciso investir e principalmente em estratégias que no longo prazo vençam a inflação.


Calculadora de Juros Compostos: cálculo de juros sobre juros


Como as pessoas pensam?

A resposta é: depende. Essa resposta deixa muitas pessoas irritadas, pois parece que nós, profissionais do mercado, estamos “fugindo da raia”, entretanto, você entenderá o motivo disso. Imagine que o ganhador do prêmio tenha 25 anos: certamente ele pode investir em estratégias mais arrojadas já que possui um horizonte de tempo maior. E se esse ganhador tiver 65 anos? Qual deverá ser a preocupação dele? Investir em estratégias que não oscilem muito, em algo mais perene.

A idade, aqui, entra como um fator responsável por mudar muito a decisão de cada indivíduo. Podemos citar aqui várias outras situações que irão impactar positivamente ou negativamente, como exemplo: composição da família, objetivos de vida, perfil de risco e conhecimento sobre produtos financeiros. Vão existir pessoas que irão colocar os R$ 50 milhões em produtos ligeiramente melhores que a poupança e só.

Da mesma forma, vão existir pessoas que irão comprar participação em empresas, adquirir terrenos, investir na bolsa, etc. Não existe a receita ideal, e sim aquilo que é mais confortável e que está dentro da sua zona de competência.

Uma ideia que pode fazer sentido

Uma forma de pensar que cabe para todos é a seguinte: qual é o meu custo de vida? Imagine que seja de R$ 250 mil reais no ano. Você precisa alocar esse recurso em uma estratégia que te renda anualmente esse valor para manter o seu padrão ao longo do tempo. Algumas estratégias indicadas: títulos atrelados à inflação, imóveis, terrenos e fundos imobiliários são pontos interessantes, pois são reajustados pela inflação e geram renda mensal. A própria renda fixa pode te ajudar nesse quesito também.

O restante, dividiria de acordo com objetivos temporais. Exemplo: uma parcela do recurso irei investir com o prazo de 2 anos, outra com o prazo de 5 anos e outra com o prazo superior a 10 anos. Nesse caso, definir a estratégia por meio de objetivos de vida é algo menos palpável pois o indivíduo consegue realizar praticamente todos os objetivos com esse dinheiro e não precisa se planejar financeiramente para atingi-los.

Pensar em “blocos de tempo” ajudaria a montar estratégias mais diversificadas e fazer uma gestão do risco do seu dinheiro de forma mais criteriosa. A parcela de até 2 anos seriam ativos mais conservadores, a de 5 anos ativos intermediários e acima de 10 anos, ativos de maior risco. O que irá mudar aqui é o percentual que você irá atribuir para cada um dos blocos temporais (ex.: 30% para o primeiro bloco, 50% para o segundo e 20% para o terceiro).

Conclusão

Esse jogo de pensar o que faria com o dinheiro é muito interessante. Quem nunca se pegou pensando nas propostas que faria com o prêmio, quem ajudaria, o que compraria, etc.? Todavia, o papel aqui é entender que, independentemente do tamanho do capital que você irá investir, o seu processo de investimento deve ser de dentro para fora. Conheça seus objetivos, seu momento de vida e principalmente seu perfil de risco para que tome melhores decisões. Seu bolso agradece!

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