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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu pela décima alta seguida na Selic nesta quarta-feira (04).
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A taxa básica de juros da economia subiu 1 p.p., chegando a 12,75% ao ano — o maior patamar desde janeiro de 2017.
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O mercado financeiro já esperava a alta, que havia sido informada pelo BC no último encontro, em março.
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Diante desse cenário, o iDinheiro reuniu a visão de especialistas para entender melhor os efeitos práticos do aumento da taxa Selic e as expectativas para as próximas reuniões do Copom. Confira a seguir.
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Como aponta Fernando Valente Pimentel, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o Brasil saiu na frente de outros países na elevação dos juros.
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Com isso, o país tem uma das taxas reais mais elevadas do mundo. Fernando também destaca que o aumento da Selic tem efeito muito limitado para reduzir preços de produtos do dia a dia do consumidor.
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Na verdade, o aumento da Selic tem outros efeitos práticos na vida dos brasileiros, já que a taxa serve como base para a definição de outras taxas, como as usadas para empréstimos, financiamentos e até os rendimentos de alguns investimentos.
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Além disso, com o aumento da Selic, o consumidor tende a gastar menos, em especial com mercadorias e serviços, gerando um desaquecimento da economia.
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A alta pode deixar o crédito mais caro, já que as instituições financeiras acompanham a variação da Selic para definir as taxas de juros de empréstimos e do cartão de crédito.
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O professor e coordenador da pós-graduação em Mercado Financeiro e Capitais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília César Bergo também destaca outro efeito indireto na vida dos consumidores pela alta nas taxas de empréstimos:
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“A alta da Selic pode encarecer os produtos, tendo em vista que, muitas vezes, os estabelecimentos precisam financiar o estoque, então existe um aumento no custo desse financiamento e acaba sendo repassado para o preço final dos produtos, encarecendo assim o consumo”.
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Outra taxa que também acompanha a Selic é a relativa aos financiamentos. No caso específico do setor imobiliário, de acordo com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), apesar do aumento, ainda existem boas perspectivas para o setor:
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“A taxa dos financiamentos imobiliários é atrelada à remuneração da poupança e a mesma não irá subir na mesma proporção que a Selic”.
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O aumento da taxa Selic também impacta as aplicações de renda fixa.
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Como destaca Ricardo Jorge, sócio e analista de renda fixa da Quantzed, empresa de tecnologia e educação para investidores, com taxas mais altas, os investimentos em renda fixa se tornam ainda mais atrativos, principalmente o Tesouro Selic.
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Apesar dessa expectativa, o professor César aponta que nesse momento a taxa Selic está empatada com a inflação, então não há um ganho real nos investimentos:
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“Mas a medida em que a inflação venha a cair e a taxa de juros seja mantida, o investidor vai passar a ter um ganho real nos investimentos”, acrescenta.
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Esse cenário de escalada da Selic preocupa os economistas e associações como a Abit:
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“A economia já está sofrendo, o consumo andando de lado e as famílias, endividadas. Por isso, não há mais motivo para esse torniquete monetário, que aumenta o custo de carregamento da dívida do governo e o do financiamento das atividades produtivas”.
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No entanto, segundo previsões do Grupo Consultivo Macroeconômico da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), a Selic deve continuar em alta, chegando a 13,25% na próxima reunião, prevista para junho.
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O economista César Bergo compartilha a mesma expectativa do Grupo. Para ele, o ponto principal para entender o impacto e as perspectivas futuras é a inflação.
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Neste cenário, segundo o economista, há uma expectativa de queda da inflação porque a taxa de juros tenta, indiretamente, frear o consumo. Assim, diminui-se também a liquidez da economia, o que, teoricamente, também contribui para a queda da inflação.
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“De maneira geral, a Selic deve continuar subindo. Provavelmente, o BC deve subir mais 0,5% dessa taxa na próxima reunião do Copom. Já no segundo semestre a tendência é que a queda da inflação leve também à queda da taxa Selic. Então, a Selic deve fechar o ano com uma taxa próxima a 12 ou 11%”, diz.
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Saiba mais sobre o último aumento da Selic.
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