Entenda como funciona cada um dos títulos do Tesouro Direto e em qual investir

O Tesouro Direto oferece possibilidades para vários perfis de investidor e diversos objetivos. Entenda!

Escrito por Melissa Nunes

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Você já deve ter ouvido falar ou já sabe o que é Tesouro Direto, certo? O programa fundado pelo Tesouro Nacional e pela principal Bolsa de Valores do Brasil, a B3, está ganhando cada vez mais popularidade entre os brasileiros.

Com o declínio da caderneta de poupança, surgiu a necessidade de buscar investimentos mais rentáveis. Este é o caso dos títulos públicos, que oferecem diversas vantagens, como: valores iniciais atrativos, praticidade, simplicidade, risco reduzido e, claro, boa rentabilidade.

Os pontos positivos são diversos e é justamente por isso que o programa tem conquistado a preferência dos investidores no Brasil. Por exemplo, a possibilidade de liquidez diária é um dos fatores que contam muito a favor do Tesouro Direto.

Se você se interessa em conhecer melhor os tipos de títulos disponibilizados ou está querendo saber como investir no Tesouro Direto, confira este conteúdo para entender todos os detalhes.

Os títulos do Tesouro Direto

Tesouro Direto é o nome que damos ao programa criado pelo Tesouro Nacional. No entanto, existem diversos tipos de títulos públicos disponíveis para o investidor, cada um com suas características.

É interessante conhecê-los individualmente, pois cada título vai servir a objetivos distintos. São eles:

Veja, a seguir, detalhes sobre os títulos do Tesouro Direto.

1. Títulos Prefixados

Essa categoria de título público permite que o investidor saiba precisamente qual será o valor a receber na data de vencimento. Sua rentabilidade é expressa em uma porcentagem ao ano, que não se altera até o fim do investimento.

Geralmente, recomenda-se esses títulos caso haja indícios de que um indexador da economia, normalmente a Selic, taxa básica de juros no Brasil, será menor do que a taxa prefixada no momento da compra. Portanto, muitas pessoas costumam investir nessa modalidade quando percebem que os juros vão começar a cair.

Ainda, os títulos prefixados do Tesouro Direto servem para atender objetivos de médio prazo, caso sua rentabilidade atenda à necessidade da meta estabelecida.


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Tesouro Prefixado (antigo LTN)

Sua principal característica é que o fluxo de pagamento é simples. Isso significa que o investidor recebe todo o valor investido, somado à rentabilidade, no dia do vencimento ou quando solicitar o resgate do título.

Para ficar mais claro: o pagamento é feito de uma só vez, quando a aplicação é encerrada.

Quem mantém o título até o vencimento contratado recebe R$ 1.000 para cada unidade de papel adquirida. Em outras palavras, se você adquirir um título a R$ 900, pode saber que, ao fim do investimento, terá R$ 1.000.

Essa previsibilidade é uma característica fundamental do Tesouro Prefixado. Porém, é importante saber que esse título é marcado a mercado, ou seja, seu preço varia diariamente. Assim, caso faça o resgate antes do vencimento, é possível que seu título esteja valendo menos do que quando você o adquiriu. Porém, levando até o prazo, não há possibilidade de perda financeira.

Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (antigo NTN-F)

Se você pretende complementar sua renda, essa pode ser uma boa opção.

O Tesouro Prefixado com Juros Semestrais oferece ao investidor os juros gerados a cada seis meses. Isto é, você vai receber uma antecipação da rentabilidade contratada.

Neste caso, a desvantagem é que o retorno do investimento sofre incidência de imposto de renda semestralmente. Além disso, o efeito dos juros compostos acaba ficando prejudicado, pois a rentabilidade vai incidir sempre sobre o principal após os resgates.

Assim como a categoria anterior, quem mantiver o investimento até o fim do contrato recebe, por cada título comprado, R$ 1.000 mais os juros do último semestre de aplicação.


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2. Títulos pós-fixados

Para os investidores mais conservadores, os ativos pós-fixados costumam ser uma boa indicação.

Em vez de confiar na tendência de uma taxa, os títulos pós-fixados se adaptam às condições do mercado durante toda a aplicação. Isso porque o valor tem vínculo com um indexador, nesse caso, a taxa básica de juros (Selic).

Dessa forma, se o índice subir, a rentabilidade do título também aumenta. Porém, se ocorrer uma queda na taxa, o rendimento também cai.

Tesouro Selic (antigo LFT)

Este título é o único totalmente pós-fixado oferecido pelo Tesouro Direto atualmente. Ele é bastante procurado por investidores interessados em ganhar com a taxa de juros (em momentos de alta) ou por quem está montando a reserva de emergência.

O Tesouro Selic é muito estimado por quem tem perfil mais conservador e também por aqueles investidores que não sabem, com certeza, qual será a data de resgate, uma vez que esse título não sofre marcação a mercado, como os outros.

Neste sentido, por causa da baixa volatilidade, quem investe no Tesouro Selic consegue evitar perdas em casos de resgate antecipado.

Sua rentabilidade é igual a 100% da taxa Selic over, que é a taxa de juros praticada no mercado. Além dela, também há uma pequena taxa de spread que remunera o título.

O Tesouro Selic é indicado para quando se acredita que a taxa básica de juros vai subir ou deve se manter em um nível elevado. É importante destacar, contudo, que a Selic pode oscilar, contrariando as expectativas. Por isso, muitos especialistas recomendam diversificar os investimentos.

3. Títulos híbridos

Além dos títulos totalmente prefixados ou pós-fixados, o Tesouro Direto também oferece os títulos híbridos, que nada mais são do que uma mistura dos anteriores.

Dessa forma, os títulos híbridos estão sempre atrelados a um indicador financeiro, nesse caso, o IPCA, além de também oferecerem uma taxa de rentabilidade fixa anual, expressa em porcentagem.

Tesouro IPCA+ (antigo NTN-B Principal)

Esse título é bastante procurado por quem está planejando a aposentadoria ou por quem quer investir na educação dos filhos, já que oferece vencimentos mais longos, podendo chegar a cerca de 30 anos.

A rentabilidade final será sempre acima da inflação, uma vez que parte dela é prefixada e outra parte é indexada ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e, portanto, varia de acordo com o movimento desse índice.

O fluxo de pagamento do Tesouro IPCA+ é simples, ou seja, na data de vencimento ou de resgate, o investidor vai receber todo o valor investido mais a rentabilidade conquistada no período.

É bom ficar atento: caso haja baixa da inflação, esse título deve perder atratividade. Isso porque ele é vinculado a um indexador da economia, portanto, se houver mudança no cenário econômico para a redução da inflação, a rentabilidade do título segue o movimento de queda.

Assim como o Tesouro Prefixado, o IPCA+ também sofre marcação a mercado, dessa forma, o resgate antes do vencimento pode acarretar em perdas. Por isso, é muito importante que os aportes nesse título do Tesouro Direto sejam bem planejados.


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Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (antigo NTN-B)

Esse título é muito semelhante ao anterior, contudo, o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais realiza pagamento dos juros ao investidor a cada seis meses.

Vale lembrar que, nesse produto, há o desconto do imposto de renda, cuja alíquota é definida de acordo com o prazo de aplicação contratado. Além disso, o efeito dos juros compostos também é prejudicado.

Porém, o Tesouro IPCA+ com juros semestrais pode ser uma alternativa para quem deseja criar uma renda passiva recorrente.

Tesouro RendA+

Lançado em 2023, o Tesouro RendA+ é um título público que busca unir o conceito do Tesouro IPCA+ a um plano previdenciário. Sua rentabilidade é a mesma, mas o fluxo de pagamento é diferenciado.

No RendA+, você investe por um tempo pré-determinado, de acordo com o vencimento escolhido. Esse é o chamado período de acumulação. Após esse prazo, você recebe um fluxo de pagamentos mensais por 20 anos (240 meses).

Assim, esse título do Tesouro Direto é uma alternativa para quem deseja receber renda passiva futuramente, acumulando patrimônio protegido da desvalorização causada pela inflação.

De qualquer forma, o resgate antecipado também é permitido, respeitando-se o período de carência de 60 dias. Porém, por causa da marcação a mercado, também é possível sofrer perda financeira nesses casos.

Tesouro Educa+

Também em 2023 foi lançado o Tesouro Educa +, o novo título do Tesouro Direto. O Tesouro Educa + tem os mesmos fundamentos do Tesouro RendA + porém com diferente foco de investimento. A principal função desse título é ajudar no planejamento dos gastos educacionais de seus filhos de uma forma segura, diferentemente do Tesouro RendA +, que é voltado para a aposentadoria. 

Dessa forma, você investe durante um período de tempo previamente estipulado e, quando o seu filho completa a idade para ingressar na faculdade, ele começa a receber o valor investido, juntamente com os acúmulos dos juros, durante o período de 5 anos, o prazo médio de uma graduação. Como também acontece no Tesouro RendA +, o Tesouro Educa + é uma Nota do Tesouro Nacional Série B e tem sua rentabilidade unida a uma taxa pré-fixada, e varia de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), então não é necessário se preocupar com a rentabilidade.

Em qual dos títulos do Tesouro Direto devo investir?

Com tantas opções, parece difícil decidir qual o melhor título para aplicar.

Pensando nisso, o próprio Tesouro Nacional disponibiliza um Simulador do Tesouro Direto que permite ao investidor simular quais os retornos que irá receber, de acordo com:

  • o indexador escolhido;
  • o prazo contratado;
  • e o valor que deseja investir.

É importante ter em mente que os seus objetivos e expectativas devem ser o ponto de partida para a tomada de decisão. No entanto, fazer uma simulação pode ser interessante para filtrar as possibilidades mais adequadas.

Como vimos, cada um dos títulos do Tesouro Direto tem suas peculiaridades. E, a partir disso, é possível traçar algumas referências para ajudar na hora da escolha. Veja algumas possibilidades:

  • Tesouro Prefixado: ideal para metas de médio prazo e que exijam alta previsibilidade;
  • Tesouro Selic: feito para objetivos de curto prazo, reserva de oportunidade e a reserva de emergência;
  • Tesouro IPCA+: voltado para objetivos de longo prazo, como a aposentadoria e acumulação de patrimônio;
  • Tesouro RendA+: criado como alternativa à previdência privada, para a aposentadoria;
  • Tesouro Educa+: direcionado para auxiliar no planejamento de gastos para a educação dos filhos.

Quanto custa investir nos títulos do Tesouro Direto?

Existem dois custos principais ao investir nos títulos do Tesouro Direto: a taxa de custódia da B3 e a tributação do imposto de renda.

A taxa de custódia da B3 é de 0,2% ao ano, cobrada proporcionalmente ao tempo de investimento. No entanto, investimentos no Tesouro Selic só são cobrados ao ultrapassar o valor de R$ 10.000 por CPF. Além disso, o Tesouro RendA+ é isento dessa taxa para quem não realizar o resgate antecipado.

Já o imposto de renda segue a tabela regressiva da renda fixa, de acordo com o tempo do investimento:

Alíquota de IRTempo de investimento
22,5%Até 180 dias
20%De 181 a 360 dias
17,5%De 361 a 720 dias
15%A partir de de 720 dias

Existe também a taxa de administração, que pode incidir dependendo da instituição onde o investidor faz a aplicação. No entanto, não é necessário arcar com esse custo, pois a maioria dos bancos e corretoras oferecem isenção.

Você pode conferir no site do Tesouro Direto todas as instituições habilitadas a oferecer os títulos do Tesouro Direto em suas plataformas, ou, ainda, optar por investir diretamente pelo portal do investidor.

Conclusão

O Tesouro Direto realmente oferece possibilidades para vários perfis de investidor. Contudo, muitos ainda podem se sentir receosos em relação aos riscos de fazer este tipo de investimento.

Apesar de não serem segurados pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), os títulos do programa são bastante seguros, pois o risco de calote por parte do emissor (que, no caso, é o Governo Federal brasileiro) é quase nulo.

De todo modo, uma boa maneira de evitar riscos desnecessários é diversificar suas aplicações. Vale diversificar até mesmo entre as possibilidades de títulos para proteger seu dinheiro.

Buscar investimentos melhores que a poupança é o primeiro passo para valorizar seu capital!

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Perguntas frequentes

  1. Quais são os títulos do Tesouro Direto?

    Os títulos do Tesouro Direto são: Tesouro Selic, Tesouro Prefixado (com ou sem juros semestrais), Tesouro IPCA+ (com ou sem juros semestrais), Tesouro RendA+ e Tesouro Educa+.

  2. Quanto vale 1 título do Tesouro Direto?

    O valor dos títulos do Tesouro Direto variam diariamente. O investimento mínimo é de cerca de R$ 30, podendo chegar a pouco mais de R$ 100.

  3. Qual é o melhor título do Tesouro Direto para investir?

    O melhor título depende do objetivo do investidor. Por exemplo, para a reserva de emergência, o mais indicado é o Tesouro Selic, enquanto que o Tesouro IPCA+ e o Tesouro RendA+ podem servir para a aposentadoria.

Referências do artigo
  • Tesouro Direto. Link.Renda fixa: o seu guia para começar a investir!

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