A taxa Selic ficará mantida em 2% ao ano, decidiu o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) na última reunião do ano, realizada nesta quarta-feira, 9. Trata-se do menor patamar da série histórica, mantido pela terceira vez consecutiva.
A manutenção da taxa se deu em meio à alta nos preços dos produtos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro chegou a 0,89%, o maior índice para o mês desde 2015 e a maior alta mensal desde dezembro do ano passado.
Com isso, o Copom sinaliza que as alterações anteriores nos juros básicos foram suficientes para chegar à meta da inflação. A projeção do Boletim Focus, também do BC, de fato, aponta que a inflação de 2020 fique dentro da meta.
A projeção do boletim é de inflação de 4,21% para o acumulado de 2020; apesar de o centro da meta ser 4%, há tolerância de 1,5% para mais ou para menos. Ou seja, pode ficar entre 2,5% e 5,5%. Essa definição é feita pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Ainda tendo novembro como parâmetro, a inflação acumulada dos últimos doze meses chegou a 4,31%, também acima do centro da meta. Esse cenário vem persistindo no Brasil desde o início do segundo semestre, principalmente pela alta nos preços dos alimentos.
Taxa Selic será mantida; veja as perspectivas para 2021
O Banco Central vem sinalizando que a taxa Selic deve ficar mantida em 2% pelo menos até julho. Se acaso houver alguma mudança, será uma oscilação para baixo – o que ocasiona uma diminuição dos custos do crédito e um incentivo à produção e ao consumo.
A meta central de inflação para o ano que vem é de 3,75% – ou seja, pode oscilar de 2,25% a 5,25%. Apesar de alta da inflação neste semestre, a perspectiva do mercado para o ano que vem é de desaceleração e que o índice feche em 3,34% no acumulado do ano.
O mercado, no entanto, acredita que essa alta inflacionária e a falta de clareza do governo acerca dos gastos públicos poderão levar a um aumento da taxa Selic principalmente a partir de agosto de 2021.
A reunião do Copom
A reunião durou dois dias, conforme o regulamento. No primeiro, foram feitas as apresentações técnicas sobre a situação e as expectativas da economia; não apenas brasileira, como também mundial. No segundo, os membros do comitê analisaram o cenário e definiram a Selic.
Fazem parte do comitê o presidente do Banco Central, cargo atualmente nas mãos de Roberto Campos Neto, e os diretores da instituição. As reuniões ocorrem a cada 45 dias e essa foi a última deste ano.
Após a definição da taxa, o Banco Central atua diretamente com o mercado, por meio de compra e venda de títulos públicos federais, para manter a Selic próxima ao valor definido na reunião.
A cada um mês e meio a reunião do Copom atrai olhares por praticamente definir os rumos econômicos de todo o país. Isso, principalmente, pelo fato de a taxa Selic influenciar diretamente nos juros cobrados em financiamentos, empréstimos, cartões, etc.
Quer saber mais sobre a taxa Selic? Leia o artigo: Taxa Selic: entenda o que é e todos os detalhes sobre como funciona a taxa básica de juros da economia brasileira.
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