Reserva de emergência: o que é, como montar a sua e onde guardar o dinheiro!

Situações inesperadas acontecem a todo momento. Aprenda a contornar os imprevistos com maior tranquilidade montando sua reserva de emergência, que deve ser o primeiro investimento de qualquer pessoa.

Escrito por Camille Guilardi

Por que confiar no iDinheiro?

Responsabilidade editorial: Nosso editores são especialistas nas áreas e isentos nas avaliações e informações. Nosso objetivo é democratizar e simplificar o acesso a produtos e serviços financeiros sem viés. Conheça nosso código editorial.

Como ganhamos dinheiro?

Podemos ser comissionados pela divulgação e cliques nos parceiros. Isso também pode influenciar como alguns produtos aparecem na página, sempre com a devida identificação. Entenda como o site ganha dinheiro.

Política de Cookies: Nosso site utiliza cookies para estatísticas gerais do site e rastreamento de comissões de forma anônima. Nenhum dado pessoal é coletado sem seu consentimento. Conheça nossa política de privacidade.


Como calcular a reserva de emergência?Onde investir a reserva de emergência?
Custo de vida x número de meses de segurança1. Tesouro Selic
Servidores públicos – 3 a 6 meses do custo de vida2. CDB liquidez diária
Funcionários CLT – 6 meses do custo de vida3. Contas que rendem
Empreendedores – 12 meses do custo de vida4. Fundos DI

Reserva de emergência: aprenda como montar a sua e onde guardar o dinheiro!

Você já passou por dificuldades financeiras e precisou se endividar para dar conta de todos os gastos? Se sim, você não está só.

Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), de fevereiro de 2021, mais de 66% das famílias pesquisadas estão endividadas. E sabe qual dívida representa 80% de todas elas? O cartão de crédito, ou seja, uma das mais caras!

Mas, para não precisar contrair uma dívida, o melhor que podemos fazer é nos prevenir contra gastos inesperados. Por isso, continue lendo para saber como fazer a sua reserva de emergência e ficar protegido nos momentos de crise. Você vai aprender:

  • o que é reserva de emergência;
  • o passo a passo para montar a sua reserva;
  • onde guardar o dinheiro para emergências;
  • quando usar ou não usar esse capital.

O que é reserva de emergência?

A reserva de emergência, também chamada de fundo de emergência ou colchão financeiro, é um dinheiro que se guarda para usar com gastos imprevistos ou em situação de desemprego, por exemplo.

Situações não planejadas, causadas por aspectos pessoais ou profissionais, podem acontecer a qualquer momento e impactar diretamente o orçamento do mês. Pense em uma cirurgia que o plano de saúde não cobre, um vazamento em casa, os honorários daquele advogado ou a perda do emprego.

Para ajudar nesses casos, é essencial ter uma reserva financeira para emergências. Ela será seu porto seguro caso ocorra qualquer acontecimento que não estava nos planos.

Mais do que isso, é esse fundo que vai te proteger de fazer dívidas e acabar gastando mais ainda por conta dos juros. Por isso, dizemos que a reserva de emergências deve ser o primeiro investimento de qualquer pessoa.

Isso porque não adianta investir em ações ou pensar na aposentadoria sem antes guardar uma reserva para as necessidades imediatas – senão, o patrimônio formado para outros fins pode ser ameaçado.

Como fazer reserva de emergência: passo a passo para montar a sua

Agora que você já sabe o que é a reserva de emergência, chegou a hora de aprender como montar a sua. Para isso, montamos um passo a passo com as seguintes etapas:

  • como calcular o montante ideal;
  • como juntar dinheiro para a reserva;
  • onde guardar a reserva; e
  • quando utilizar esse dinheiro. 

1. Como calcular o montante ideal da reserva de emergência?

Para saber quanto dinheiro guardar para uma emergência, precisamos considerar, primeiramente, alguns aspectos importantes:

  • custo de vida: é a média dos seus gastos mensais ou quanto você precisa para viver o seu estilo de vida atual;
  • nível de empregabilidade: o quão seguro é o seu emprego é o que vai dizer qual o tamanho ideal para o seu colchão financeiro;
  • fontes de renda: quanto mais fontes de pagamento você tem, menor o risco de ficar totalmente sem renda.

Assim, fica mais fácil prever quantos meses é necessário segurar na reserva, sem que você precise juntar demais (e deixe de conquistar outros objetivos) nem de menos (e fique exposto ao risco desnecessário).

Só você pode definir a situação mais adequada, mas, via de regra, utilizamos os números abaixo, de acordo com a empregabilidade:

  • servidor público: baixa chance de perder o cargo, reserva de 3 a 6 meses do custo de vida;
  • funcionário da iniciativa privada: risco moderado de perder o emprego, reserva de, pelo menos, 6 meses do custo de vida;
  • autônomos e empreendedores: alto risco de ficar sem renda, reserva de, pelo menos, 12 meses do custo de vida.

É claro que esses valores são flexíveis, especialmente se você tiver mais de uma fonte de renda (e melhor ainda se ela for passiva). Mas assim você ter uma ideia de quanto precisa juntar para ficar mais seguro e com menos chances de se endividar.

2. Como juntar dinheiro para a reserva emergencial?

Depois de calcular o valor da sua reserva de emergência ideal, pode ser que você tenha se assustado um pouco. Afinal, quando multiplicamos o custo de vida, fica claro que precisamos de bastante dinheiro.

Mas não se desespere: seu fundo de emergência será formado aos poucos. Quanto antes, melhor, mas tudo vai depender da sua capacidade de poupança. Então, pense nos seguintes pontos para ajudar nesse processo:

  • orçamento mensal: se você ainda nem sabe o quanto gasta por mês, esse é o primeiro passo. Você pode calcular uma média ou utilizar um app de controle financeiro ou uma planilha para te ajudar a organizar as informações;
  • controle de gastos: caso descubra que está gastando mais do que ganha, é hora de rever as despesas e fazer sobrar. Diminua ou corte aquilo que não faz sentido e destine esse dinheiro para a formação da reserva;
  • defina um valor: se você já tem um bom controle e dinheiro sobrando, defina uma porcentagem da sua renda para esse propósito, sem que comprometa gastos essenciais e com lazer.

Você pode começar com um valor bem baixo, mesmo que seja 5% da sua renda ou menos, mas não deixe de poupar esse pouquinho. São grandes as chances de que você se empolgue em ver o dinheiro sobrar e melhore essa economia com o tempo!

Assim, com os aportes definidos, é mais fácil ter uma previsão de quando você conseguirá juntar tudo o que precisa, isto é, quando conquistará a sua meta financeira.

Ah! Se tiver que usar o dinheiro no meio do caminho, não desanime: ele serve para isso mesmo. Imprevistos acontecem sem aviso, por isso, use sua reserva se necessário.

3. Onde guardar a reserva de emergência?

Pense comigo: onde você colocaria o dinheiro que se guarda para alguma emergência?

Se você pensou em “poupança”, está considerando os aspectos certos, mas talvez não o melhor investimento.

Quando falamos em onde aplicar a reserva de emergência, precisamos levar em conta características muito importantes e específicas para a finalidade de usá-la em caso de necessidade. São eles:

  • segurança: você precisa de um investimento bastante seguro e com garantia;
  • previsibilidade: sua aplicação tem que te dar uma boa ideia de quanto vai render;
  • liquidez: é a capacidade de resgatar o dinheiro no menor tempo possível;
  • rentabilidade: reserva não é para aumentar patrimônio, mas existe um mínimo aceitável para não perder dinheiro à toa.

Entende a lógica? Assim, seu dinheiro fica guardado, protegido, rendendo constantemente e você pode reavê-lo quando precisar. Veja, abaixo, as melhores opções para investir a reserva de emergência.

Tesouro Selic

Esse título do Tesouro Direto é o mais seguro atualmente (sim, mais que a poupança), pois é garantido pelo Tesouro Nacional. A sua liquidez é em D+1, ou seja, você pede o resgate em um dia e recebe o dinheiro no dia útil seguinte. Seus rendimentos acompanham a Taxa Selic, que é a taxa básica de juros do país.

Para saber mais, leia este artigo sobre o Tesouro Selic.

CDB liquidez diária

O CDB é um título de crédito privado, isto é, ao comprar esse produto, estamos emprestando dinheiro à instituição financeira que emite o título. No fim do prazo, recebemos o dinheiro de volta, com juros.

Esse investimento tem a garantia do Fundo Garantidor de Crédito no limite de R$ 250 mil reais, por instituição e por CPF. Quer dizer, dificilmente sua reserva será tão grande, então, não há com o que se preocupar.

Existem CDBs com prazos bastante variados, mas é importante que você escolha um que possa resgatar a qualquer momento. Por isso, para a reserva, procure por CDBs de liquidez diária.

A rentabilidade mínima aceitável, nesse caso, é de 100% do CDI, algo muito parecido com a Taxa Selic. Aqui vão alguns exemplos:

InstituiçãoRentabilidadeComo investir
Sofisa Direto110% CDI Abra sua conta
BTG Pactual103% CDI Abra sua conta
Banco Inter100% CDI Abra sua conta

Para aprender mais sobre esse investimento e ver outros exemplos, leia nosso artigo sobre CDB liquidez diária.

Contas que rendem

Essas talvez você já conheça, são contas como a Nubank e o Picpay. Nelas, você deposita o dinheiro e ele fica rendendo sem você precisar aplicar em lugar nenhum.

Basicamente, essas contas funcionam como um CDB, com rentabilidade ligada ao CDI. A diferença é que elas não têm a mesma garantia do FGC. Por isso, para que seja seguro, a instituição precisa fazer um depósito no Tesouro Direto em nome do cliente, assim, o nível de segurança fica bem parecido com o do Tesouro Selic.

Portanto, as contas que rendem são, também, uma opção para a reserva de emergência. Mas, como esse dinheiro fica bastante acessível, tenha cuidado para não gastá-lo sem necessidade. Nesse caso, vale fazer um depósito em uma aplicação separada, como a função “guardar dinheiro” da Nubank.

Fundos DI

Os fundos de investimento que acompanham a taxa DI e têm liquidez diária também podem ser utilizados como fundo de emergência, desde que rendam 100% dessa taxa ou mais. Além disso, fique atento à tarifas e taxas de administração abusivas que podem prejudicar a sua rentabilidade a ponto de não valer o investimento.

Na dúvida, escolha uma das opções anteriores para não ter erro!

4. Quando usar a reserva de emergência?

Como o próprio nome já diz, ela é para ser usada em emergências. Coloque nessa lista imprevistos, acidentes, crises e outros momentos como esses. Para exemplificar, aqui vão algumas situações:

  • perda de emprego;
  • urgências de saúde;
  • consertos que não podem esperar;
  • falecimento do provedor da família;
  • viagens de última hora que não sejam para lazer;
  • pagamento de contas em atraso.

Então, como você pode perceber, esses são casos de extrema necessidade, bem diferentes de gastos para satisfazer desejos, certo? Portanto, seja bastante rigoroso ao decidir se precisa usar seu colchão financeiro ou não e passe longe de tentações que possam te fazer gastar com supérfluos ou coisas que podem esperar.

Erros ao fazer a reserva de emergência

Não é incomum que algumas pessoas cometam alguns equívocos no caminho para a formação do fundo de emergência. Podemos citar algumas situações:

  1. comprar um imóvel pensando em usá-lo como reserva de emergência: imóveis têm baixa liquidez, ou seja, pode ser bastante difícil vendê-los em um momento de crise. Além do mais, caso não estejam alugados, podem gerar despesas desnecessárias;
  2. usar a reserva para bancar uma festa ou viagem de férias: isso não só não é uma urgência, como pode ser planejado para que você economize e pague tudo sem fazer dívidas;
  3. investir o dinheiro da reserva na renda variável: uma das características da renda variável é a volatilidade, isto é, a variação de valores diariamente. Apesar das boas oportunidades de ganho, emergências requerem previsibilidade, algo incompatível com o investimento em ações ou fundos imobiliários, por exemplo.

Diante disso, procure seguir o passo a passo descrito nesse texto que tudo deve sair como planejado.

Conclusão

Se você leu o artigo até aqui, deve ter percebido a importância da reserva de emergência em um planejamento financeiro pessoal. Como já mencionamos, esta reserva financeira deve ser o primeiro investimento de qualquer pessoa e ajuda bastante no momento em que ocorrem situações imprevistas.

Se hoje temos tantos brasileiros endividados, uma das causas é a falta de preocupação em montar e manter uma reserva. Isso, aliado ao fato de que recebemos pouca ou nenhuma educação financeira durante a vida, é a razão pela qual temos problemas em lidar com o dinheiro e, assim, acabamos com a corda no pescoço.

Se você ainda não tem dívidas, mas já vive com um orçamento apertado, ainda dá tempo de seguir as dicas desse artigo e começar o seu colchão financeiro – que também vai te ajudar a dormir mais tranquilo.

Caso você já esteja endividado, busque sair dessa situação incômoda o mais rápido possível e trabalhe para criar sua reserva de emergência o quanto antes, para evitar novos futuros problemas.

Gostou deste artigo? Que tal receber conteúdos assim toda semana, no seu e-mail? Para isso, basta assinar a nossa newsletter! É de graça!

  1. Ivanilde de

    Uma orientação fundamental, principalmente nesse momento crítico.
    Vou estudar mais sobre o tesouro selic, e começar minha reserva por menor que seja, não importa pra tudo tem um Começo.
    Obrigada

  2. Marcos Vinicius

    Bom dia,

    Eu já estava a quatro meses fazendo uma pequena reserva de 10% do meu ganha, mas pintou uma emergência e gastei o dinheiro, agora vou voltar a fazer, mas eu acho que vou ser mais moderado com a penas 5%. Estas sugestões de economia tem me ajudado bastante no meu dia a dia obrigado pelas dicas tem me feito economizar e ter mais consciência do gosto do meu dinheiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Participe das comunidades do iDinheiro no Whatsapp