O que é dividendo? Saiba como receber mensalmente das empresas!

Se você quer saber o que é dividendo, é importante conhecer as empresas que garantem um pagamento mensal e contínuo. Neste post explicamos como o processo funciona para você se dar bem!

Escrito por Melissa Nunes

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Quem começa a investir em ações costuma ter muitas dúvidas. Uma delas é: o que é dividendo e como receber? Basicamente, essa palavra se refere à remuneração recebida a partir da aplicação do seu dinheiro em uma empresa negociada na bolsa de valores.

Afinal, esse é o objetivo de muitas pessoas que investem em renda variável. Mas será que é possível viver de renda? Como funciona o recebimento de dividendos e outros detalhes importantes dessa relação? Entenda, neste artigo:

  • o que é dividendo e juros sobre capital próprio;
  • quais empresas pagam dividendos;
  • se existem ações que pagam dividendos mensais;
  • se existe um calendário de dividendos;
  • como receber dividendos;
  • e se é possível viver de dividendos.

O que é dividendo?

Dividendo é o valor pago aos acionistas de uma empresa de capital aberto, referente aos seus lucros do período. Essas companhias são aquelas negociadas na bolsa de valores e são divididas em pequenos pedaços, chamados ações. Então, quando você compra os papéis dessa companhia, torna-se acionista. Por isso, tem direito a receber parte dos lucros distribuídos pela empresa, os dividendos.

Toda empresa de capital aberto tem o dever de remunerar os seus investidores. É determinado que o valor mínimo equivalha a 25% do lucro líquido. Essa é a porcentagem mínima, mas é possível pagar mais, se a empresa quiser.

Você, acionista, recebe de acordo com o número de ações que tiver. Nesse cenário, o que muda é a forma de pagamento, que é variável. Assim, o repasse pode ser feito de forma mensal, trimestral, semestral ou anual. Também vale usar ações (bonificação) ou dinheiro (dividendo).

Juros sobre capital próprio

Os juros sobre capital próprio (JCP) são outra forma de remuneração aos acionistas. Nesse caso, eles são o resultado do lucro que foi reinvestido na empresa (em vez de ser distribuído aos investidores) e que, eventualmente, gerou mais lucro.

A diferença é que os dividendos são isentos de imposto de renda para o investidor. Por sua vez, os juros sobre capital próprio são consideradas despesas. Por isso, há uma tributação de 15% para os investidores (recolhido na fonte). Já a empresa pode deduzir esse percentual do seu IR.

Em outras palavras, eles são uma espécie de artifício contábil. Por isso, a legislação exige que a empresa não distribua mais do que 50% do seu lucro líquido do período ou acumulado em forma de JCP. Além disso, esse tipo de distribuição precisa da aprovação do conselho administrativo ou assembleia geral.

Quais são as empresas que pagam dividendos?

Como você viu, os proventos distribuídos pelas empresas de capital aberto são resultado dos lucros do período, ou seja, se a companhia registrar prejuízo, não será feito nenhum repasse. Portanto, nem todas as organizações pagam dividendos.

Caso você queira saber mais, uma dica é conferir a Lei 6.404/1976, que dispões sobre as sociedades por ações. Elas traz mais detalhes, mas é basicamente o que já explicamos.

Além disso, vale a pena conhecer o dividend yield (DY). Esse é o indicador que sinaliza as companhias que pagam a maior mediana de dividendos, isto é, as que distribuem uma quantia mais alta. Para calculá-lo, é aplicada a seguinte fórmula:

Dividend yield = dividendos anuais por ação / cotação atual do ativo

Por exemplo, se as ações valem R$ 50 e o pagamento anual para cada uma delas é R$ 2,50, o dividend yield é 0,05. Para chegar a um percentual, multiplique por 100. Nesse caso, 5%.

Mas por que o DY é importante? Bem, em primeiro lugar, por indicar como estão as finanças da empresa. Se o indicador for muito baixo, mostra que a companhia está pouco rentável. Por isso, pode ser um mau negócio investir nela.

Por outro lado, o dividend yield é apenas um dos indicadores e nem sempre representa um investimento seguro. É preciso observar várias questões de saúde financeira da empresa. Tanto é, que o DY muito elevado costuma indicar pouca perspectiva de crescimento.

Então, como decidir o que é melhor? O que vai direcionar se você precisa investir mais em empresas de crescimento (que valorizam mais, mas pagam menos dividendos) ou empresas de dividendos, é a sua necessidade de crescimento patrimonial. Assim, você pode escolher ações que sejam mais compatíveis com a sua meta.


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Existem ações que pagam dividendos mensais?

Obrigatoriamente, não. Como explicamos antes, o pagamento pode até ser feito mensalmente, mas essa é uma decisão da companhia. Quem define essa questão, além das datas de pagamento e da agenda de dividendos, é o estatuto social da organização.

Caso você esteja procurando rendimentos mensais, existem dois segmentos que costumam pagar esses valores: instituições financeiras e fundos imobiliários. Entre as ações, estão Bradesco (BBDC3 e BBDC4) e Itaú (ITUB3 e ITUB4).

Mapa do dividendo inteligente

Além das dicas já repassadas, existe uma forma de saber se você vai receber os proventos todos os meses: pelo mapa do dividendo inteligente.

A estratégia foi criada pelo investidor Luiz Barsi Filho. Conhecido como “o rei da bolsa de valores”, com mais de 80 anos, é um dos maiores investidores individuais da B3. O motivo de seu sucesso foi o desenvolvimento do método próprio chamado carteira de ações previdenciária.

Uma das suas iniciativas foi focar seu capital nas melhores pagadoras de dividendos. Com o mapa do dividendo inteligente, você recebe informações mensais das companhias assim que elas anunciam o repasse de proventos.

Qualquer pessoa pode se cadastrar para receber as informações de forma gratuita, basta acessar o site e colocar seus dados pessoais.

Existe um calendário de dividendos?

Várias corretoras de valores trazem uma programação do pagamento de proventos. No entanto, o acompanhamento deve ser feito no site de Relação com Investidores (RI) de cada companhia. Esse é o lugar em que você pesquisará informações sobre as datas de pagamentos. Mais do que isso, verá quanto as ações que pagam dividendos gerarão para cada ativo.

Mas, caso você queira saber as datas de todas as empresas que pagam dividendos, uma dica é usar o portal Meus Dividendos. Ele consiste em uma comunidade de investidores que ajuda a analisar ativos e controlar as aplicações financeiras.

Assim, é voltado para a gestão de portfólio e traz uma agenda de dividendos. Em seus ativos, estão incluídos: empresas, fundos imobiliários, títulos de renda fixa, Tesouro Direto, ações, Real Estate Investment Trust (REITs) e criptomoedas.

Ao se cadastrar no site, você consegue acompanhar o seu portfólio de investimentos, obter a rentabilidade histórica, o dividend yield e, claro, monitorar a agenda de dividendos.

Como receber dividendos?

Ao contrário da imagem acima, dividendos não caem do céu. Então, o primeiro passo é investir em empresas que dão lucro. Caso contrário, você ficará a ver navios.

Assim que um empresa apura os lucros do período, todos os detalhes são divulgados no site de RI da companhia por meio de fato relevante. Esse comunicado indica o que serão os proventos, como serão distribuídos e quando isso acontecerá.

Nesse sentido, vale ficar atento a algumas informações:

  • tipo de provento: se é dividendo, JCP ou bonificação;
  • dia do pagamento: dia em que o provento será distribuído;
  • data com (ou data base): dia de referência para os acionistas que irão receber os proventos;
  • data ex: dia após a data com, quando o investidor que adquirir a ação não tem mais direito aos proventos.

Um pouco confuso? Para ficar mais claro, vamos a um exemplo: a empresa anuncia o pagamento de dividendos no dia 31 de maio de 2021.

A data com definida é 10 de maio de 2021. Isso significa que quem tiver as ações em custódia nesse dia receberá a quantia que tiver na carteira.

O dia seguinte, 11 de maio de 2021, é a data ex. Nessa data, você pode até comprar uma ação da companhia, mas não receberá o pagamento de dividendos. Então, terá que esperar a próxima data definida no calendário.

Caso você tivesse as ações no dia 10 e esteja apenas interessado em receber os proventos, você pode vender suas ações no dia 11 que, ainda assim, vai receber seu pagamento.

É possível viver de dividendos?

Se você pensa em viver da renda de dividendos, saiba que sim, é possível. Isso porque eles representam renda passiva, ou seja, uma remuneração que vem sem fazer esforço.

Portanto, você pode se programar para receber alguma quantia com frequência ou até mesmo todos os meses. Por outro lado, isso só acontece quando você monta uma boa carteira de investimentos, afinal, há muita inconsistência no pagamento de dividendos. É impossível ter certeza de que a empresa vai pagá-los, porque depende dela ter lucro.

Além disso, outras práticas ajudam a tomar as decisões certas. Entre elas estão:

  • analisar a empresa a partir do DY, da governança organizacional e do fluxo de caixa, entre outros fatores;
  • conhecer o histórico de pagamento dos dividendos nos últimos anos, para verificar qualquer falha ou inconstância de repasses;
  • descobrir quais são as datas de pagamento, a fim de escolher aquelas que estão de acordo com os seus objetivos financeiros e necessidades;
  • planejar a longo prazo, sempre considerando o dividend yield e o dividend payout (porcentagem de lucro a ser recebido pelos acionistas);
  • diversificar as aplicações para diminuir os riscos;
  • escolher empresas sólidas, especialmente aquelas com potencial elevado para gerar caixa.

Mais do que isso, vale a pena optar por fundos imobiliários e ações de instituições financeiras. Como já dissemos, esses dois segmentos costumam fazer distribuição de proventos mais recorrente, inclusive mensal.

BÔNUS: o governo vai cobrar imposto sobre dividendos?

Para terminar, é importante passar por esse assunto, já que é uma discussão que está em alta. O motivo é a Reforma Tributária. As propostas apresentadas determinam a possibilidade de taxar dividendos, como já era feito até 1996. A justificativa é a aplicação dessa prática em muitos países, o que demonstra uma tendência mundial.

Outro fator relevante é a pandemia do novo coronavírus. Com a pressão nas contas públicas e a dívida externa aumentando, o governo precisa encontrar novas fontes de receita. A defesa do ministro da Economia, Paulo Guedes, é aplicar uma taxa de 15% sobre dividendos. Como contrapartida, o IR para as empresas seria reduzido.

Hoje, as companhias sofrem uma taxação de lucros nominal equivalente a 34%. Desse total, 25% são para o IR e 9% de CSLL. Em outros países, o percentual atinge 20% a 22%. Isso significa, basicamente, que o Brasil é pouco atrativo para os investidores.

Ainda é preciso atentar a outras questões. Essa mudança na taxação pode desestimular as empresas a distribuírem parte dos seus lucros. Isso porque tende a ser mais interessante manter o dinheiro dentro da companhia para reinvestimento.

Assim, nos resta esperar e ver como o cenário vai se desenhar. Por enquanto, os dividendos são boas alternativas para manter uma renda passiva contínua.

Conclusão

Os dividendos, além de serem uma fonte de renda passiva, também podem ser reinvestidos. Essa é uma forma de simular o efeito dos juros compostos que trabalham a seu favor.

Como? Ao aplicar continuamente e comprar mais ações, você acumula um valor maior e mantém o seu dinheiro aplicado por mais tempo. A consequência é o crescimento do patrimônio, mesmo para quem não consegue viver de dividendos. 

É assim que você fortalece a sua carteira, amplia suas condições e segue a linha de grandes investidores, como o Luiz Barsi, já citado, e o Warren Buffet.

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