Vale a pena comprar um veículo seminovo no contexto atual? Avalie as possibilidades

Quem quer comprar um carro seminovo deve analisar a real necessidade no dia a dia e se atentar à qualidade do veículo, bem como número de donos.

Escrito por Ana Júlia Ramos

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O interesse para comprar carro seminovo aumentou para o brasileiro. Dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) apontam que, em fevereiro de 2021, houve um aumento de 13% nas vendas de automóveis seminovos ou usados quando comparamos com o mesmo período de 2020. 

Existem hipóteses em jogo, como o agravamento da pandemia, que fez com que a renda média recebida pelos trabalhadores brasileiros caísse em 11,3% no período de um ano, segundo dados da série FGV Social. 

Outra possibilidade, segundo o CEO da plataforma de compra e venda de carros Volanty, Maurício Feldman, seria o próprio medo de se aglomerar em momentos em que o vírus se espalha rapidamente.

“O medo de se expor ao vírus no transporte público, por exemplo, fez com que muitas pessoas sentissem a necessidade de migrar para o veículo particular. No momento de crise em que estamos, o mercado de carros usados cresce, sendo uma alternativa mais em conta para o bolso do consumidor”, aponta.

No entanto, é importante avaliar o cenário para entender em quais momentos vale a pena comprar um veículo seminovo, além de cuidados necessários para fazer o melhor negócio. O iDinheiro ouviu especialistas que ajudarão a chegar em uma conclusão. 

O que considerar antes da compra?

Aos olhos da educação financeira, é importante entender o momento ideal de comprometer o orçamento para comprar um carro neste momento. O professor de finanças da UFRJ Rodrigo Leite aponta que é necessário avaliar as condições de pagamento, lembrando também que existem gastos além do valor do carro. 

“O pagamento será feito à vista ou à prazo? Se for à prazo, é possível conseguir boas condições de juros? Muitas pessoas olham apenas o valor de compra do carro, mas se esquecem de gastos como o IPVA, combustível e manutenção como um todo”, afirma.

Este é um grande ponto de atenção que envolve a compra de seminovos. Feldman concorda com o especialista em educação financeira e ressalta a necessidade de fazer uma boa pesquisa, optando, preferencialmente, por empresas capazes de oferecer segurança para o cliente. 

“Sabemos que é necessário avaliar o estado do carro, a quantidade de donos que o veículo já teve e se existe algum tipo de suporte no pós-venda. Contratando uma empresa de confiança, é possível se resguardar em relação a esses pontos, recebendo, inclusive, garantia de 1 ano, revisões na fábrica, suporte e até mesmo a reforma do veículo”, diz.

O professor da UFRJ aponta que um dos principais transtornos em fazer um negócio ruim na compra de seminovos é o peso de um imprevisto no orçamento. A aquisição de um carro problemático vai fazer com que a soma de gastos seja equivalente à compra de um veículo novo, que aparentemente não cabia no orçamento, mas que seria, inclusive, mais barato do que o usado.

Quando vale a pena comprar um veículo seminovo

Ainda no contexto da pandemia, torna-se mais importante refletir sobre a verdadeira necessidade da compra do carro. Rodrigo aponta que, sempre que possível, o consumidor deve listar as vantagens práticas de fazer a aquisição. 

“Pais que precisam gastar com o deslocamento dos filhos até o colégio, seja por meio da van escolar, podem colocar o valor na ponta do lápis e entender que a compra do carro será interessante para as finanças. O mesmo ocorre com pessoas que tenham parentes debilitados e precisem de um meio de transporte para viabilizar a locomoção”, exemplifica. 

Caso o consumidor tenha entendido que é o melhor momento para fazer a compra, existem alternativas. E de acordo com os especialistas, o seminovo pode sim ser a mais interessante.

“Um carro novo sofre depreciação de 10% a 15% no momento em que sai da concessionária. No caso do seminovo, isso não acontece, a depreciação é percebida ao longo dos meses. Trata-se de uma melhor decisão financeira”, aponta Feldman. 

“Ao financiar um carro novo, pagamos uma série de juros em cima de um ativo que se deprecia automaticamente depois da compra. No caso do seminovo, o financiamento se torna uma opção mais atrativa, principalmente se houverem alternativas de curto prazo e com juros mais baixos”, avalia Leite.

Outro ponto importante é saber quanto você terá disponível para fazer a compra. O especialista da UFRJ aponta que não é interessante comprometer mais do que 5% do seu orçamento mensal na compra de um carro. 

Movimento de saída das montadoras do Brasil não seria um problema ao comprar o seminovo; entenda

O fechamento das fábricas da Ford no Brasil fez com que uma preocupação fosse criada: será que vale a pena comprar um carro da montadora ou de outras que eventualmente encerrem suas atividades a nível nacional?

Feldman aponta que consumidores em busca de um seminovo da marca não devem se preocupar. “A saída foi feita por uma decisão estratégica a nível global, mas os impactos no dia a dia do brasileiro não serão tão grandes. O pós-venda é garantido, com a possibilidade de comprar peças diretamente com as montadoras pelos próximos 10 anos”, aponta.

No entanto, vale ficar de olho no volume de oferta, o que pode encarecer as peças. O especialista em educação financeira aponta que é importante fazer uma pesquisa nesse sentido para que a questão das surpresas no orçamento não se tornem realidade.

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