A quantidade de impostos arrecadados no Brasil, em 2021, já superou a marca do trilhão de reais antes do fim de maio —até a manhã desta quinta-feira, 27, o país já recolheu R$ 1,48 trilhão.
Os dados são do Impostômetro, projeto que acompanha a arrecadação nacional desde 2005. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).
E o que estaria por trás do número? A advogada e professora da Universidade Federal da Bahia (UFC), Daniela de Andrade Borges, explica que a arrecadação nacional é uma soma de tributos regionais. A marca do R$ 1 trilhão superada em maio, apesar de volumosa, estaria dentro do previsto, apesar da pandemia ter elevado o montante recolhido.
“Ano passado, essa meta foi atingida somente em 27 de junho de 2020. Este alcance de número expressivo é decorrente da inflação e da desvalorização do real frente ao dólar”, enumera Borges.
Já o economista da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, aponta outro motivo para a alta: a cobrança do ICMS no Estado de São Paulo. “[São Paulo] responde por quase 38% da arrecadação total [de tributação]”, indica. O cenário atual do mercado internacional também foi favorável para subir a quantidade arrecadada. “O aumento de atividades que geram muito imposto, como as exportações”, conta.
Como a quantidade de impostos no dia a dia é calculada
No Brasil, a arrecadação de impostos ocorre em três níveis: o municipal, onde o valor é recolhido pela gestão de cada cidade; o estadual, quando o Governo estadual é o responsável pela arrecadação, e o federal, quando o tributo é imposto pela União.
Você sabe quanto há de tributação em cada produto do dia a dia?
Os tributos são o que mantêm as atividades do governo. Para se ter uma ideia, em 2020, o montante recolhido equivale a 31,64% do Produto Interno Bruto (PIB). Isso significa dizer que, em cada R$ 100 guardado no Tesouro Nacional daquele ano, R$ 30 foram originados em impostos.
O valor é direcionado para serviços públicos, como educação, saúde e segurança pública. Já que cada estado possui políticas de arrecadação próprias, o total recolhido pode variar de região para região — e de setor para setor, também, explica Gamboa.
“Em geral, produtos industrializados e de exportação pagam mais tributos, mas também insumos como combustível e eletricidade”, conclui.
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