Na última quarta-feira, 2, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou relatório sobre o Brasil e afirmou que, por conta do fim dos estímulos econômicos e a persistência da pandemia, o consumo das famílias será reduzido, afetando a recuperação econômica. Por isso, as autoridades nacionais devem estar preparadas para esticar auxílios e fornecer apoio adicional na área fiscal.
Esse tipo de alerta já havia sido feito pela instituição em documentos anteriores.
“Os efeitos persistentes da crise da saúde e a retirada esperada do apoio fiscal irão restringir o consumo, enquanto o investimento será prejudicado pela capacidade ociosa e alta incerteza”, declarou o Fundo ao comentar as projeções de crescimento para 2020 e 2021.
Com informações da Folha de S. Paulo.
Brasil deve se preparar para esticar auxílios
O FMI estima uma queda de 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 2020, seguida por uma “recuperação parcial” para 2,8% em 2021. Os números são mais pessimistas do que os do boletim Focus do Banco Central (BC), que aponta queda de 4,5% e crescimento de 3,45% nesses dois anos.
Para o Fundo, a inflação deve ficar abaixo da meta até, pelo menos, 2023 em razão da ociosidade significativa da economia. Por isso, o BC deveria considerar afrouxar ainda mais a política monetária, avaliando novos cortes na taxa básica de juros. No relatório, porém, é destacada a necessidade de “um acompanhamento cuidadoso das implicações para a estabilidade financeira e fluxos de capital”.
Diretores elogiaram a “forte resposta” das autoridades à crise
Os diretores da instituição elogiaram a “forte resposta” das autoridades à crise. “A resposta política evitou uma desaceleração econômica mais profunda, estabilizou os mercados financeiros e amorteceu a perda de renda dos mais pobres. A atividade varejista e industrial voltou aos níveis pré-Covid no terceiro trimestre, mas o setor de serviços continua deprimido, com um impacto negativo sobre o emprego”, analisou o Fundo.
O relatório é resultado da visita anual de uma equipe de técnicos do FMI. O documento é submetido ao seu Conselho de Administração da instituição e encaminhado às autoridades nacionais.
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