Como organizar as contas para começar 2022 com o pé direito?

IPTU, IPVA, materiais escolares podem pesar nas contas do início do ano. Confira dicas de especialistas em planejamento financeiro para organizar as despesas.

Escrito por Júlia Ennes

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O início do ano é uma época que traz muitas despesas, como IPVA, IPTU, matrículas e materiais escolares, entre outras. Como organizar as finanças em um momento como esse?

Nessas horas, um bom planejamento financeiro é a palavra-chave para se ter as contas em ordem durante o início do ano. “Não adianta resolver o mês [de janeiro], porque são três meses complicados de dispensas extras, então, o melhor é programar o trimestre. Porque aí, se você não se programou e não tem dinheiro, ainda tem tempo de negociar um empréstimo“, afirma a planejadora de finanças e professora da FGV Myrian Lund.

Pensando nisso, o iDinheiro conversou com especialistas em planejamento financeiro a fim de reunir dicas de como organizar melhor as contas neste início do ano de 2022. Confira a seguir.

Organizar as contas do início do ano: pagar IPTU e IPVA

O Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) são tributos cobrados anualmente. Logo, quem possui um veículo ou imóvel sabe da obrigatoriedade de pagamento e já pode ir se planejando. 

A dica é já se preparar nos meses anteriores para realização deste pagamento, guardando um pouco de dinheiro a cada mês e contar com a possibilidade de pagar à vista utilizando o desconto que normalmente é concedido. O décimo terceiro pode ser um grande aliado na hora de quitar essas dívidas.

“O ideal é que seja feito um planejamento financeiro com antecedência para evitar atrasos e multas referentes aos débitos”, afirma a educadora financeira da Mobills Larissa Brioso. Utilizar um aplicativo de controle financeiro ou uma planilha de gastos é de grande ajuda nesse momento.

Porém, caso você não tenha feito um planejamento, os especialistas afirmam que nem tudo está perdido. Brioso diz que, nesses casos, é preciso rever as contas essenciais do mês e definir um orçamento, colocando um teto de gastos para cada tipo de despesa a fim de reservar uma quantia para pagar essas contas de início de ano. 

Brioso destaca ainda que contas como IPTU e IPVA, caso não sejam pagas devidamente, podem colocar seu CPF na dívida ativa. “É muito importante não negligenciá-las. Mas, se esse já é o seu caso, os órgãos responsáveis oferecem em algumas épocas do ano condições especiais para negociar as dívidas. Então, fique atento para limpar o seu nome assim que possível”, ressalta.

Aqui no iDinheiro, você pode simular quanto irá pagar na nossa calculadora de IPVA!

Pagamento à vista ou parcelado?

Uma dúvida muito comum em relação a IPVA e IPTU é sobre a condição de pagamento: é melhor à vista ou à prazo?

A planejadora financeira e professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Myrian Lund explica que neste momento existem três opções, dependendo da realidade do pagador.

1. Pagar à vista

O IPVA pode ser pago à vista ou parcelado. Caso seja pago em uma única parcela até a data estabelecida, é possível ganhar um desconto. O desconto varia de estado para estado, mas gira em torno de 3% do IPVA. Para Lund, pagar a vista é a melhor opção, pois, além do desconto, não compromete o orçamento futuro.

“Mesmo o desconto parecendo baixo, não é. O desconto do IPVA equivale a um juros de 3,12% ao mês, ou 45% ao ano. Isso você não ganha isso em lugar nenhum. Então, não adianta você querer deixar o dinheiro aplicado para pagar parcelado. Hoje, você não ganha nem 1% em uma aplicação. Se você tem dinheiro, pague de uma vez“, explica Lund.

A professora ressalta que pagar à vista é a melhor opção para todas as contas a serem feitas, não apenas para o pagamento dos impostos.

2. Parcelar IPVA e IPTU

Se estiver endividado, é provável que dificilmente conseguirá pagar à vista. Nesse caso, parcelar pode ser a solução. Porém, a planejadora financeira aconselha que o parcelamento seja feito no menor número possível de vezes.

3. Não vai dar. Vou precisar pegar um empréstimo

É aconselhável sempre evitar empréstimos, cheque especial ou qualquer outro tipo de crédito extra, já que isso pode se tornar uma bola de neve de dívidas. No entanto, para muitos o empréstimo pode ser a única saída. Nesses casos, Lund afirma que é preciso ter cuidados.

“Nem sempre o parcelamento do IPVA e do IPTU é suficiente para cumprir as suas contas. Então, para não entrar no cheque especial, o melhor é pegar um empréstimo. Mas nunca empréstimo na boca do caixa, no terminal automático, o que o gerente oferecer na hora ou aquele pré-aprovado no aplicativo”, explica. Segundo Myrian, o melhor é ir até a instituição financeira e negociar com seu gerente um empréstimo com taxas menores.

O primeiro passo é calcular quanto irá receber e quanto será preciso para quitar as despesas de cada mês do trimestre. “Quanto eu vou receber e o que tenho para pagar? Quais as minhas despesas mensais e a despesa extra? Quanto vai faltar no final de janeiro, fevereiro e março?  Então, vamos imaginar que em janeiro falte 3 mil, em fevereiro 5 mil, em março 2 mil. Ou seja, vão faltar 10 mil. Então você já pode começar a negociar 10mil com a instituição financeira”, aconselha.

Matrícula e material escolar podem pesar as contas do início do ano

O material escolar é outro gasto relevante para quem tem filhos. Para esse momento, é importante economizar sem abrir mão de comprar os itens que as crianças precisam.

Com alta da inflação, diversos produtos ficaram mais caros ao longo do último ano. Logo, o esperado é também um aumento no preço de alguns materiais escolares, além do reajuste das mensalidades que é bastante comum anualmente.

De acordo com o educador financeiro do Sicoob Eduardo Trigueiro, essa é a hora de dar início ao planejamento financeiro. “Existem despesas que podem ser adiantadas no fim do ano. Algumas escolas, por exemplo, disponibilizam a lista de materiais do ano seguinte. Então, se puder antecipar a compra é melhor”, diz.

Além disso, para conseguir boas compras, os especialistas consultados recomendam fazer pesquisas de preços, pois o valor pode variar muito entre cada loja. “Ter consciência do que será comprado com ajuda de listas, limitação de gastos definidos em um orçamento e escolha de produtos similares mais baratos, são ótimas formas de economizar dinheiro com materiais escolares”, aconselha Brioso.

Segundo Lund, uma prática que está sendo bem comum nas escolas é a de passar o livro para outra série. Com isso, é possível comprar os livros usados, mas que estejam em bom estado, por um preço mais baixo. A professora sugere ainda conversar com outros pais e tentar fazer a compra em conjunto, para conseguir descontos maiores. De acordo com ela, essa estratégia vem sendo muito utilizada por aqueles que buscam economizar. 

“Isso tem duas vantagens: além do desconto, evita que as crianças comecem a levar coisas muito diferentes. Quando se compra junto, geralmente, se compra um padrão e isso leva a um gasto menor. O custo do material já é alto e se você for olhar para detalhes [da moda], o gasto será maior, principalmente, para quem tiver filha mulher, porque os materiais femininos são mais caros”, explica Lund.

Uma outra alternativa é checar todo o material do ano anterior, e conferir se há algo ainda está em bom estado e pode ser reutilizado em 2022, como mochilas, estojos, uniformes, lápis de cor, entre outros.

[BÔNUS] Dicas para reduzir gastos e organizar as contas no início do ano (ou em qualquer época)

  • Evite compras por impulso. Antes de fechar uma compra, se pergunte: eu realmente preciso deste item? Tenho ou terei dinheiro? Isso vai dificultar meu orçamento dos próximos meses?
  • Peça descontos. Não tenha vergonha de pechinchar!
  • Pesquise preços e compre à vista. Se for possível, é claro. Se precisar parcelar, não faça dívidas longas. Parcele no menor número de parcelas possível.
  • Tente guardar dinheiro. Pode ser difícil, mas qualquer pequeno valor reservado já é algo. É muito importante ter uma reserva de emergência.
  • Sempre se atente às dívidas. Fique de olho em prazos, em como evitar algumas delas e, se preciso, busque como renegociar. 

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