Quer morar sozinho? Veja que fatores considerar para não ficar no vermelho

O momento de sair da casa dos pais e morar sozinho deve ser planejado com cautela, levando em consideração novas contas que entrarão no orçamento.

Escrito por Heloísa Vasconcelos

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Sair da casa dos pais e morar sozinho é um momento de virada na vida de qualquer pessoa. Apesar de a independência e a liberdade serem pontos positivos, deve-se fazer um planejamento financeiro que contemple as várias outras contas que entrarão no orçamento.

Fatores como onde morar, renda mensal, divisão de aluguel e compras de mobiliário devem ser revisados, de preferência, antes de sair do conforto da casa dos pais. 

O primeiro e mais importante passo é ter consciência de todas as contas que envolvem cuidar de uma casa, como aluguel, condomínio, água, energia, gás, internet e IPTU. 

Quem quer sair de casa deve fazer esses cálculos previamente e ter certeza que os rendimentos mensais conseguem comportar esses gastos com algum conforto. Também deve-se ter em mente que esses valores podem ser reajustados a qualquer momento — o IGP-M, principal índice de reajuste do aluguel, já acumula alta superior a 30% em 12 meses. A energia também subiu este mês, com o acionamento da bandeira vermelha patamar II, e o gás de cozinha teve reajuste recente. [veja como economizar gás]

O iDinheiro conversou com especialistas, que dão dicas de como planejar esse momento tão importante mantendo as finanças equilibradas. 

Antes de se mudar

Algumas pessoas querem sair da casa dos pais o quanto antes e outras acabam forçadas à situação devido a estudos ou trabalho. Não existe um momento certo para essa decisão, mas ela deve ser feita considerando os pontos positivos e negativos.

“Tem que estar muito claro as vantagens ao morar sozinho e os desafios. Quando a gente pensa nas vantagens é mais fácil: privacidade, autonomia, um espaço só para mim. É importante as pessoas estarem precisando dessas vantagens, já que o desafio é grande”, destaca a especialista em investimentos e sócia da 051 Capital, Laura Bartelle.

Antes de morar sozinho é importante fazer um cálculo de quanto ficará mensalmente o montante de todas as despesas fixas para manter uma casa. O ideal é que o somatório seja equivalente a no máximo 50% dos ganhos mensais para que haja uma maior flexibilidade para gastos, diz Laura.

Ela recomenda que o jovem adulto comece a arcar com algumas contas ainda na casa dos pais para avaliar o peso dessas despesas no orçamento pessoal. “De repente ter uma participação desses gastos para ter ideia do que significa abrir mão de ir para o cinema, jantar, para arcar com algo que antes era trivial. A pessoa vai morar sozinha, mas o lazer segue sendo importante, tem que ter uma organização para que ele aconteça”, acrescenta.

O coordenador do MBA de gestão financeira da FGV, Ricardo Teixeira, afirma que é importante que se guarde pelo menos o equivalente a 3 meses dos gastos mensais antes de sair de casa. Ele indica que quem pretende morar sozinho observe as contas nas casas dos pais no período de um ano, para observar os picos e vales no orçamento familiar.

Quanto vou gastar para morar sozinho?

Aluguel, alimentação, energia e água são apenas algumas das contas que quem passa a morar sozinho deve arcar. O planejamento de custos deve ser feito com alguma margem, considerando, também, gastos imprevistos.

“No momento que você sai da casa dos pais você vai ter despesas duplicadas em relação ao que tinha quando morava com os pais. A comida que é preparada para 4 ou 5 pessoas, você não compra um quinto quando mora sozinho. O valor que você vai colocar em alimentação de maneira geral será maior do que seria quando você estava com os pais”, exemplifica Ricardo.

Para além das contas mensais recorrentes, é preciso levar em consideração a compra de diversos itens essenciais para uma casa, como móveis, eletrodomésticos e utensílios domésticos. Caso o indivíduo já tenha alguma quantia guardada, pode valer a pena pagar à vista caso haja descontos. Se não, é importante contratar um parcelamento que caiba no bolso sem prejudicar o orçamento mensal.

Ricardo aponta que há locações já mobiliadas, que podem ser estudadas por quem está querendo se mudar. Apesar de mais caras, o custo a mais pode compensar em contraponto com os gastos para comprar tudo do zero, principalmente se a pessoa tiver planos de se mudar para outra localidade em breve.

Laura recomenda que esse momento pode ser mais leve e econômico com algumas dicas. “A gente vai buscar reaproveitar e fazer desse movimento um movimento prazeroso de mudança. Eu mesmo vou pintar a casa, fazer open house para algumas pessoas levarem itens. Comprar itens que são usados, coisas baratas que podem dar um visual no apartamento”, diz.

Onde morar

A escolha de onde morar deve ser feita com cuidado e muita pesquisa — afinal, esse é provavelmente o maior custo e pode impactar na economia em outras áreas.

O presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, alerta que quem quer se mudar não deve levar em consideração apenas o valor na hora de escolher o aluguel. Alugar um apartamento ou casa antigo, mal conservado ou longe do seu âmbito social pode ser um barato que sai caro.

É importante se certificar que haja farmácias, supermercados e pontos de ônibus ao redor da nova moradia para que haja uma maior praticidade e conveniência. Uma dica também é conversar com vizinhos no momento da visita da possível moradia.

“A medida que ele vai para um lugar melhor, tem que ver o entorno do lugar, como farmácia, posto de gasolina, supermercado. Todos os custos do entorno também aumentam em uma área mais valorizada”, chama atenção o educador financeiro.

Deve-se certificar também de que índice regula o reajuste do aluguel. Apesar de a alta do IGP-M assustar, nem todas as imobiliárias utilizam o indicador. [Clique aqui para entender melhor como conseguir aluguel mais barato]. Buscar alugar o imóvel direto com o proprietário é uma forma de fugir de reajustes altos.

Uma opção importante para pagar menos é dividir esse momento da saída da casa dos pais com um amigo. O aluguel de um apartamento de dois quartos é mais barato que dois aluguéis de apartamentos somente quarto e sala, por exemplo. 

“Morar sozinho é uma grande oportunidade de aprendizado. Você aprende a dar valor a coisas que você não dava na sua casa, é responsável por você mesmo. É muito positivo ter essa experiência”, incentiva Reinaldo.

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