O Banco Central optou por avançar com a moeda digital brasileira e o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, disse que logo trará novidades sobre o lançamento do dinheiro digital oficial, que vem sendo planejado pela autoridade monetária do país já há algum tempo.
Logo após o governo chinês iniciar a fase de testes de sua moeda virtual (e-yuan), o Banco Central do Brasil anunciou progressos sobre essa questão.
De acordo com o BC, os estudos na área estão bem avançados. Em agosto de 2020, foi criada a primeira etapa do cronograma para a apresentação da moeda digital brasileira e um grupo de trabalho para debater os benefícios, impactos e custos do novo modelo monetário.
A partir desse momento, o Banco Central iniciou a elaboração de um relatório aprofundado, com opções para o dinheiro virtual ser implementado até o fim do ano que vem. A Diretoria Colegiada ficará responsável por levar o projeto adiante ou não, após analisar o relatório.
Presidente do Banco Central defende modelo de moeda digital brasileira
O presidente do Banco Central defende amplamente o novo modelo. O objetivo do BC com a efetivação do sistema de pagamentos instantâneos, como PIX e o Open Banking, é que ambos levem à criação de uma moeda digital.
O sistema financeiro aberto, ou Open Banking, abre portas para que o consumidor compartilhe dados pessoais com outras instituições à procura de condições melhores de produtos financeiros e crédito em uma plataforma única.
Além da pandemia da Covid-19, que acelerou o movimento de digitalização de pagamentos, para especialistas, o avanço da China no tema deve induzir outros países a se apressarem na implementação de suas moedas virtuais, inclusive o Brasil.
“Tenho certeza que [a moeda digital chinesa] vai dar impulso. Com a China saindo na frente, todos foram provocados a pensar sobre o assunto. Existe um problema de oferta e demanda, já que é um projeto que exige investimento. Então, a discussão é se teria aceitação por parte da população”, disse o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pesquisador da área de tecnologia, Eduardo Diniz, à Folha de S. Paulo.
Dinheiro virtual oficial
No mundo, nenhum país possui dinheiro virtual oficial. A emissão da moeda digital pelo governo, chamada de Central Bank Digital Currency (CBDC), está em fase final de implementação na China.
No início de 2021, Pequim concedeu recursos virtuais para a população chinesa, por meio de downloads via celular, para que as pessoas testem e avaliem o novo recurso.
Se o Brasil avançar rapidamente no projeto, pode ser um dos precursores. A CBDC funcionaria como uma espécie de complemento ao PIX e seria distribuída pelo sistema financeiro da mesma forma como é feito com o dinheiro físico, só que na esfera digital.
A diferença entre o dinheiro virtual e as criptomoedas que já existem no mercado, como os bitcoins, é que a moeda emitida pelo Banco Central seria parecida com o papel-moeda, administrada e assegurada pelo Estado, enquanto as outras não oferecem garantias.
A distribuição das moedas e das cédulas será feita por meio da rede bancária, porém, o consumidor não necessita ter uma conta em banco nas transações com papel-moeda. Uma vez que para utilizar a moeda virtual, ele precisaria ter uma conta bancária. O objetivo maior do BC é minimizar a demanda por papel-moeda para diminuir custos.
De acordo com levantamento feito por servidores da própria autarquia, em 2019, foram R$ 90 bilhões gastos com armazenamento, transporte e segurança de numerário, o que compreende todos os custos com carro-forte e procedimentos obrigatórios de segurança.
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Não entendi os comentários de que o Brasil está atrasado, só o fato de estar pesquisando já o torna um dos primeiros precursores. Se fosse em outras áreas eu concordaria, mas em moeda digital não, o pix já é muito bom, quando melhorarem as segurança ficará excelente senão perfeito e com as moedas digitais então…
Show moeda digital assegurada pelo banco central muito bom….
Agora já que o governo vai economizar 90 bilhões, que tal passar um rendimento melhor pro correntista assim como as consultorias de criptomoedas??????,
Interessante o modelo que o estado vai adotar para o total controle monetário dos cidadãos. Daqui pra frente vou valorizar ainda mais o dinheiro em espécie.
Não vejo uma mudança satisfatória. O público que utilizará a moeda digital será o mesmo que utiliza o PIX e cartões no dia a dia…
A principal diferença está no uso da tecnologia blockchain. A criação de uma stablecoin permitiria, no futuro, uma evolução para uma série de funcionalidades que ainda nem existem. Sendo simplório na explicação, seria mais ou menos alguém sugerir, nos inicio dos tempos da www, usar a internet para acessar o seu saldo da conta bancária em detrimento do telefone. Sem conhecer todas as possibilidades da internet e com a velocidade de um modem discado, você poderia dizer que agregaria pouco valor, pois era mais rápido resolver por telefone.
A diferença. Que o país foi descoberto para ser explorado, para extraí matéria do Brasil e investir em outro país. Diferente de muitos países, foi explorado mais para seu próprio desenvolvimento
Brasil está atrasado em tudo , foi descoberto em 1.500 .
Os espanhóis chegaram ao continente americano em 1492, e, no território dos atuais EUA, foram os primeiros europeus a estabelecerem-se.
São apenas 8 anos de diferença , porém em outros quesitos são décadas de diferença.