Material escolar deve sair mais caro em 2022; saiba dicas para economizar

Com a alta da inflação, materiais escolares devem ficar mais caros em 2022. Confira dicas de como economizar e saiba o que pode e o que não pode ser exigido pelas escolas.

Escrito por Júlia Ennes

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O material escolar é um gasto relevante nesse início de ano para quem tem filhos. Com a alta da inflação, diversos produtos ficaram mais caros ao longo do último ano. De acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), os custos repassados da indústria para o varejo estão de 15% a 30% maiores em 2022.

Patrícia Ramos é mãe de Lis e Filipe, ambos de 7 anos, e diz que já sentiu o aumento dos preços dos materiais escolares. “Comprei apenas uma mochila, que foi mais cara do que esperava. Quanto ao restante do material, espero encontrar preços mais justos, mas acho que será difícil”, conta. 

Nesse momento, é importante economizar sem abrir mão de comprar os itens que as crianças precisam. Pensando nisso, o iDinheiro conversou com uma especialista em planejamento financeiro para saber como economizar na compra do material escolar. 

Material escolar mais caro: dicas para economizar na hora da compra

Segundo a professora da FGV e planejadora financeira Myrian Lund, o ideal é começar a se planejar para as compras de volta às aulas em dezembro. Mas nem tudo está perdido: para aqueles que deixaram para última hora, a dica é fazer uma boa pesquisa de preço e tentar compras em conjunto.

Para isso, a planejadora financeira aconselha procurar a escola, para que a instituição sirva de intermediário entre os pais dos alunos, facilitando o contato para compras em conjunto. De acordo com ela, essa estratégia vem sendo muito utilizada por aqueles que buscam economizar.

“Isso tem duas vantagens: além do desconto, evita que as crianças comecem a levar coisas muito diferentes. Quando se compra junto, geralmente, se compra um padrão e isso leva a um gasto menor. O custo do material já é alto e se você for olhar para detalhes [da moda], o gasto será maior, principalmente, para quem tiver filha mulher, porque os materiais femininos costumam ser mais caros”, explica Lund.

Amanda Romero, mãe de Maria, de 7 anos, também relata que já fez uma pesquisa em papelarias e sites de grandes redes e percebeu o aumento nos preços. “Como já esperava, o preço do material escolar acompanhou a inflação e o aumento dos produtos de bens de consumo”, afirma. Ela conta que tem o costume de fazer uma pesquisa de preços e deixar para comprar na semana anterior ao início das aulas em busca de promoções de queima de estoque. 

“Além disso, priorizo a autonomia da minha filha em escolher o material, porém, sempre conversamos e temos as nossas condições que determinamos previamente. Assim ela fica satisfeita e nós conseguimos adequar a demanda ao nosso orçamento”, relata Amanda.

De acordo com Lund esse é um bom momento para chamar a criança para participar das compras e incentivar a educação financeira. “Uma das formas [para economizar] é fazer uma pesquisa de preços via internet. Eu gosto muito que essa pesquisa seja feita junto com as crianças. A gente senta com elas e mostra, por exemplo, “olha, tem esse e esse material e, se a gente comprar esse aqui sai muito mais barato e, juntando dinheiro, podemos viajar no meio do ano”, aconselha.

A professora aconselha ainda a guardar tudo que economizar em uma poupança, por exemplo, para ver de forma mais concreta a economia que fez. “Assim, você está reduzindo custos e, ao mesmo tempo, está ensinando a criança. O interessante é que criança entende e aceita com mais facilidade – às vezes é a gente que quer dar o melhor. Se você explicar que tem que ser o preço mais baixo para a gente poder fazer outras coisas ela diz “vamos nesse que é mais barato!” e te ajuda pesquisar na internet”, conclui Myriam.

Além disso, a professora diz que uma prática que está sendo bem comum nas escolas é a de passar o livro para outra série. Com isso, é possível comprar livros usados, mas que estejam em bom estado, por um preço mais baixo. Uma outra possibilidade é checar todo o material usado no ano anterior, e conferir se há algo ainda está em bom estado e pode ser reutilizado em 2022, como mochilas, estojos, uniformes, lápis de cor, entre outros.

O que pode e o que não pode ser exigido pelas escolas

É comum as escolas disponibilizarem listas de materiais necessários para orientar as compras dos pais e responsáveis. No entanto, é preciso se atentar ao que pode e ao que não pode ser exigido. A legislação brasileira proíbe que as escolas incluam nas listas itens de uso coletivo como material de limpeza, copos, pratos e talheres descartáveis, canetas ou giz para lousa, entre outros.

Pensando nisso, o Governo Federal, por meio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), através da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), publicou orientações aos pais ou responsáveis na compra de material escolar para a volta às aulas.

Confira todas as dicas do Ministério da Justiça e Segurança Pública para garantir uma compra de materiais escolares sem ter seus direitos violados:

– A escola não pode solicitar na lista de material escolar produtos de uso coletivo, como os de higiene e limpeza;

– A instituição de ensino não pode exigir marcas ou locais de compra específicos para o material. Também não pode exigir que os produtos sejam comprados no próprio estabelecimento de ensino, exceto para artigos que não são vendidos no comércio, como é o caso de apostilas pedagógicas próprias. Exceto essa situação, a exigência de compra na escola configura venda casada proibida pelo artigo 39, I, do Código de Defesa do Consumidor (CDC);

– A escola somente pode recomendar que a criança não reutilize um livro usado por um irmão mais velho, por exemplo, se a obra estiver desatualizada. Caso o conteúdo esteja adequado, não há problema algum em reaproveitar o material;

– Tente desconto se for pagar à vista ou certifique-se de que a compra parcelada não inclui juros ou outros custos.

Se o consumidor tiver algum direito violado, é recomendável procurar o Procon mais próximo. O órgão poderá atuar como ponte entre consumidor e fornecedor na resolução de conflitos.

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