Magalu dobra o número de contratados em trainee de negros

O polêmico trainee de negros da Maganzine Luiza terá número de contratados dobrado. Entenda como está ocorrendo a seleção.

Escrito por Lilian Calmon

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O Magazine Luiza (Magalu) dobrou o número de contratados em trainee de negros. O habitual é a contratação de 10 pessoas, mas, por conta da repercussão do processo seletivo para negros, a empresa vai admitir 19.

Segundo a diretora-executiva de gestão de pessoas da empresa, Patricia Pugas, a quantidade de candidatos de nível excelente foi muito grande. Para se ter uma ideia, o programa com a temática racial teve 22,5 mil candidatos, enquanto o anterior teve menos de 18 mil inscritos. 

“Gente boa a gente quer, ainda mais para cumprir um propósito que, para nós, é relevante, de ajustar a diversidade racial na liderança. Nunca fechamos que só poderíamos contratar dez. Era só a referência. Sempre tivemos claro que, se tivesse mais candidatos excelentes, nós contrataríamos”, disse ela à Folha de S. Paulo.

Magalu dobra o número de contratados em trainee de negros: particularidades do programa exigiram mais esforços

As particularidades do programa de trainee de negros da Magalu foram pensadas há mais de um ano. Embora isso não tenha provocado um aumento significativo de custo do ponto de vista financeiro, exigiu mais esforços, explicou Patrícia.

O planejamento contou com a ajuda de profissionais especializados no tema e a participação de ex-trainees e outros funcionários negros que já trabalham no Magalu hoje.

O gerente de pesquisa e desenvolvimento, Robson Santos, foi convidado para discutir a campanha e, depois, participar de uma das peças publicitárias. Ele sugeriu, por exemplo, evitar a publicidade com uma linguagem assistencialista.

Empresa já previa repercussão com ofensas racistas

A empresa já previa uma repercussão com ofensas racistas. Por isso, no primeiro semestre do ano passado, contratou a consultoria Indique uma Preta.

“Nós entramos para fechar o tom de voz nas redes sociais, para fazer uma estratégia de contenção de crise e de reação, como os argumentos para responder a questões desde ‘isso é racismo reverso’ até sobre colorismo ou coisas como as pessoas acharem que a Magalu estaria levantando bandeira partidária. Pensamos o tom, treinamos pessoas de SAC e o que responder”, disse a cofundadora da consultoria, Daniele Mattos.

Internamente, as lideranças, majoritariamente brancas, passaram por um processo de letramento racial. “Infelizmente, não é todo o mundo que sabe o que é lugar de fala ou racismo estrutural”, lamentou Patricia.

Processo seletivo passou por adaptações

O processo seletivo do trainee de negros passou por adaptações, incluindo um jogo de enigma com questões sobre diversidade em uma das etapas. Além disso, a maior parte dos profissionais que atuaram no atendimento dos candidatos são negros e pardos, inclusive na 99jobs, empresa de recursos humanos contratada.

Os candidatos que não passaram nas fases de dinâmicas de grupo e entrevistas com diretores receberam um feedback individual por chamada de vídeo ou telefone.

No caso dos novos trainees negros, os reembolsos recebidos por colaboradores para a cobertura de despesas de viagens será antecipado.

“Não se pode dizer que todo preto é pobre. Mas sabemos que as questões sociais estão, sim, associadas às raciais. Não se pode desconsiderar isso quando se quer fazer ação inclusiva. Às vezes, eles precisam sair da casa onde são arrimo de família. Tem questão de conforto, de roupas, de apresentação pessoal para se sentirem melhor neste momento”, expôs a diretora-executiva.

Para ler a matéria da Folha de S. Paulo na íntegra, clique aqui

Aproveite e confira: “Programas de trainee para negros do Magalu e da Bayer são racistas? Entenda”.

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