A pandemia não modificou somente os hábitos sanitários do brasileiro: além de ser o ano das máscaras, isolamento social e totens de álcool em gel, a dinâmica de 2020 também afetou o perfil do investidor do país. Se até 2019 a caderneta de poupança era a principal forma de reservar dinheiro, desde o ano passado, produtos como fundo de investimento e títulos privados vêm ganhando espaço nas carteiras.
O novo perfil é apontado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), no relatório Raio X do Investidor. Além da diversidade de produtos financeiros, o investidor na pandemia também tem um contexto social mais diferenciado.
Segundo a Anbima, mais integrantes da classe A e da classe B começaram a investir, enquanto o número de investidores da classe C se manteve estável.
O destaque vai para títulos privados: a modalidade ganhou três pontos em relação ao ano anterior e agora é utilizada por 5% dos investidores. Os fundos também conquistaram mais adeptos e estão presentes em 5% dos investimentos — no ano passado, o índice era de apenas 3%.
Compare o perfil dos investidores!
Perfil do investidor: como será o mercado pós-pandemia
A educadora financeira da Ativa Investimentos Bia Moraes avalia que a delicadeza do cenário econômico pressionou o brasileiro a reservar dinheiro. ”Antes da pandemia, ninguém dava muita atenção aos investimentos porque não sentia na pele a importância de se pensar a longo prazo”, considera.
O movimento, apesar de a passos pequenos (mesmo com a diminuição, a caderneta de poupança ainda é o investimento preferido de 26% dos brasileiros), é de que no futuro novas opções se desenhem. Por enquanto, o investidor nacional se mantém conservador.
“O movimento atual são os brasileiros saindo da poupança e começando a investir de forma mais sofisticada, mas ainda sim de uma forma conservadora, optando pelo tesouro direto, CDBs. A tendência é que no longo prazo as pessoas comecem a arriscar mais os investimentos”, projeta Bia.
Por outro lado, diferente do ano passado em que as taxas de juros estavam baixas, o cenário econômico pode abalar a confiança dos novos investidores. É o que atenta o professor de mercado financeiro e de capitais da Trevisan, Rodrigo Silveri.
“Os investidores compraram ativos “não tão bons” e não perceberam isso porque o mercado todo está subindo”, considera.
Quem deseja entrar no mundo das finanças, atraído pelo mercado, deve pensar melhor sobre os investimentos. “É importante analisar minuciosamente os investimentos em renda variável. Com o mercado em alta, todo investidor é arrojado, mas basta a primeira queda mais forte pra ele descobrir que talvez não seja tão arrojado assim”, recomenda o docente.
Antes de investir, entenda qual a modalidade ideal
Nem todos chegam ao mercado financeiro com a mesma necessidade. É preciso considerar qual o investimento está mais alinhado aos seus objetivos antes de seguir com a aplicação.
De acordo com a Anbima, existem três perfis de investimento. Eles são diferentes entre si porque variam segundo a capacidade de investimento e conhecimento e propensão ao risco da variação de valores.
Veja em qual das configurações você se encaixa:
- Conservador: prefere não correr riscos na valorização do dinheiro que decidiu aplicar. Tem como objetivo comprar imóveis, ter remuneração confortável, mas sem grandes riscos.
- Moderado: aplica parte dos recursos em investimentos com menor liquidez, ou seja, ativos que demoram um certo prazo para ser convertido em dinheiro.
- Arrojado: o investidor que aceita os riscos de variação em seus rendimentos. Acredita que, a longo prazo, todas as movimentações trarão resultados positivos.
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