Inflação do aluguel acelera em março e alta é de 31,1% em um ano, calcula FGV

Por conta das correções no IGP-M, os inquilinos devem começar a sentir o preço da inflação do aluguel em março a partir de abril

Escrito por Cindy Damasceno

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As últimas variações econômicas no setor agropecuário e de combustível voltaram a pressionar o Índice Geral de Preços – Mercado, o IGP-M. A consequência da vez é o aumento no preço do aluguel: de acordo com a última atualização do Índice, divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça-feira, 30, a inflação do aluguel — como o índice ficou conhecido — subiu 2,94% em março. Quando se considera a alta dos últimos 12 meses, o crescimento é mais perceptível: em um ano o IGP-M aumentou 31,1%.

Por conta das correções no IGP-M, os inquilinos devem começar a sentir o preço do reajuste a partir de abril. Na calculadora, a diferença aperta: um aluguel que há um ano era de R$ 1.500 pode custar, a partir do próximo mês, R$ 1.966,50.

O crescimento do IGP-M é recorde. É o maior índice de alta registrado no Brasil desde 1994, ano em que o real foi implementado. A pressão foi de 45,71% no terceiro mês daquele ano.

Por trás do incremento em 2021 está a forma como o indicador é calculado. O índice considera o valor das matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e construção civil, impactados pelas movimentações no mercado internacional.

O que pressionou a inflação do aluguel em março?

O principal influenciador para a alta no IGP-M, de acordo com a FGV, foi o preço da gasolina. O coordenador dos índices dos preços da FGV, André Braz, explica que a aceleração ocorreu em todos os índices que compõem o IGP-M.

“Além disso, os aumentos dos combustíveis também contribuíram para o avanço da inflação ao produtor e ao consumidor. Na construção civil, os materiais para a construção seguem em aceleração impulsionados pela alta dos preços dos insumos básicos”, afirma.

Veja alguns dos aumentos que pressionaram o indicador

  • Óleo Diesel: 25,87%
  • Gasolina automotiva: 23,81%
  • Minério de ferro: 2,68%
  • Soja (em grão): 1,93%
  • Adubos ou fertilizantes: 14,32%
  • Gasolina: 11,33%
  • Etanol: 16,64%
  • Gás de bujão: 4,23%
  • Plano e seguro de saúde: 0,83%

Em São Paulo, o Tribunal de Justiça concedeu liminares para alterar o Índice Geral de Preços — Mercado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na correção do aluguel mensal em contratos de locação. Dois estabelecimentos comerciais conseguiram juridicamente o direito de alterar o indicador.

Dicas para negociar o aluguel em 2021

Enquanto o cenário é de crise financeira, a saída está na ponta da língua. Conversar com a imobiliária e encontrar um lugar comum para ambas as partes é o ideal. Especialistas ouvidos pelo iDinheiro deram dicas de como negociar o valor do aluguel.

1. Pesquise
Achou o valor de um aluguel muito alto? Procure por imóveis similares. É comum achar uma oportunidade mais em conta na mesma localização. Às vezes, até na mesma rua ou no mesmo condomínio. O ideal é utilizar a mediação de imobiliárias, pelo catálogo de opções.

2. Calcule os gastos extras
O aluguel não é a única despesa do dia a dia. Por isso, ao escolher um imóvel, sempre leve em consideração a região em que ele se encontra. Fica distante do trabalho ou da escola das crianças? Melhor procurar uma opção um pouco mais cara, mas melhor localizada.

3. Conheça a região para o aluguel
Procure saber como estão as taxas de vacância no bairro de seu interesse. A taxa de vacância é a quantidade de imóveis vazios disponíveis em uma locação.

A informação é um trunfo para propor um valor menor: quanto mais tempo um imóvel fica vago, maior são os custos pagos pelo proprietário. Saber como está a concorrência abre espaço para negociação.

4. Mostre suas intenções
Seja sincero sobre a sua situação financeira. Mostre que tem a segurança necessária para ficar no imóvel a longo prazo.

5. Fique atento ao contrato
Leia todo o contrato e tire dúvidas, principalmente, sobre a taxa de reajuste anual. Caso ela não esteja adequada ou não seja muito clara, apresente o problema ao proprietário antes de fechar o acordo. Sempre há espaço para futuras negociações, mas é importante estar precavido sobre possíveis novos valores.

No Brasil, o artigo 18 da Lei do Inquilinato abre espaço para que ambas as partes modifiquem “de comum acordo, novo valor para o aluguel, bem como inserir ou modificar cláusula de reajuste”. Caso nenhuma solução seja encontrada, locador e proprietário podem levar o reajuste para Justiça.

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