Golpes no PIX e cartão de crédito: conheça as medidas de proteção implantadas pelo Banco Central

Com o aumento das fraudes no PIX e cartão de crédito, o Banco Central precisou reforçar medidas de proteção. Descubra quais são!

Escrito por Heloisa Moraes

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A pandemia contribuiu para o crescimento do e-commerce e dos métodos de pagamento por aplicativo. Graças ao cartão de crédito virtual e a transferência PIX, muitos consumidores reduziram consideravelmente sua ida aos caixas eletrônicos para saques de dinheiro.

Infelizmente, com a modernização da maneira de utilizar o dinheiro, os golpistas também não perderam tempo em aprimorar suas práticas para extorquir. Seus métodos envolvem clonagem de cartões de crédito e de telefones celulares para acessar os aplicativos do banco da vítima, entre outros.

Pensando nesse problema, o iDinheiro conversou com especialistas que te ajudarão a entender quais medidas estão sendo adotadas para te proteger desses golpes, ajudando também no esclarecimento sobre quais ações tomar caso sofra um.  

Uso do cartão de crédito virtual e PIX aumentaram no segundo trimestre de 2021

Uma das razões pelo índice desses golpes ter aumentado é o fato de que o uso do cartão de crédito e do PIX em compras virtuais também aumentou. Segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC) em agosto deste ano, o uso do cartão virtual teve uma crescente de 27,3% em relação ao semestre passado.

O cartão virtual é disponibilizado no aplicativo do banco, este conta com uma numeração diferente do cartão em espécie. E foi criado especialmente para proteger o consumidor de ter seus dados roubados

Outro método de pagamento que está cada vez mais em alta é o PIX, que proporciona o pagamento por transferência instantânea pelo aplicativo do banco correspondente. De acordo com o estudo PIX Gmattos, esse tipo de transação dobrou no segundo trimestre de 2021, em relação ao anterior. Por fim, isso se deve à grande aceitação por parte dos varejistas do e-commerce.  

O PIX garantiu sua posição de destaque pela facilidade de uso e velocidade de transação em tempo real. Segundo o head de Produtos da Topaz, Flavio Gaspar, essa modalidade já atingiu mais de 640 milhões de transações num único mês, levando o DOC e TED a se tornarem cada vez mais obsoletos. O dinheiro em espécie também teve seu uso significativamente reduzido, por receio de parte da população em tempos de pandemia.

Ataques e golpes direcionados ao consumidor cresceram

No último mês, um usuário da rede social LinkedIn relatou um golpe sofrido no cartão de crédito. Nesse caso, o fato aconteceu de maneira presencial, quando o mesmo realizou uma compra em um ambulante.

“O golpista trocou o meu cartão pelo de outra pessoa sem eu perceber e realizou diversas compras com valores que somaram quase R$10.000.” relatou Arthur Cobat. O consumidor obteve certa resistência da financeira em ter seu dinheiro ressarcido, porém, após seu caso tomar grandes proporções na mídia, ele conseguiu o reembolso do valor.

A grande resistência por parte das financeiras em resolver esses problemas é por afirmarem que seus sistemas são completamente seguros. O especialista Flavio Gaspar afirmou que as fraudes estão acontecendo não por problemas de invasões aos sistemas bancários, mas por ataques e golpes direcionados ao consumidor. Por isso, é necessário que os bancos invistam em sistemas que compreendam o comportamento digital do usuário, além das campanhas e conscientização ao consumidor.

Banco Central reforça medidas de proteção ao consumidor

Devido aos problemas apresentados pelas transações online, o Banco Central (BC) propôs medidas restritivas na tentativa de diminuir a aplicação de fraudes. Em um normativo publicado no dia 27 de agosto, foram limitados o valor das transferências em período noturno pelos métodos PIX, DOC, TED e até cartão de débito. Outra ação adotada, foi bloquear o valor transferido em até 72 horas, caso ocorra em horário e dia incomum, dependendo do perfil do consumidor.

O advogado e especialista em Open Banking Marcelo Godke afirmou que o Banco Central emitiu uma ordem às instituições financeiras para criação de uma central de informações que possibilite constatar e localizar rapidamente uma fraude.

Com isso, será possível impedir que o valor transferido chegue em tal conta para a qual foi destinado. O Procon-SP propõe uma lista geral de usuários PIX que estiveram envolvidos em crimes e os impeça de realizar transações em quaisquer outros bancos.

Mesmo assim, a instituição alega que tais medidas ainda não resolvem questões como latrocínio ou sequestro relâmpago. Para reforçar a proteção do usuário, é necessário que a instituição permita a realização de transferências apenas após 30 dias de conta ativa. Além de limitar o valor das transações em até mil reais por mês e, no caso de solicitação de aumento, será necessário aguardar pelo menos 24 horas.

Usuário poderá recorrer ao Banco Central após sofrer fraude

Existem muitas dificuldades por parte das financeiras em solucionar problemas de fraudes dos usuários. Isso porque o banco apenas consegue constatar tal problema se o ataque veio internamente, no próprio sistema de cybersecurity. Por isso, na hora em que o consumidor relatar que sofreu tal golpe, será preciso provar que o mesmo não teve um papel ativo como facilitador da ação criminosa.

Godke afirma: “Existe uma jurisprudência que diz que se o banco não teve medidas adequadas para prevenir o crime, o mesmo terá que se responsabilizar. Porém, isso é analisado, caso a caso. Em tese, a pessoa pode ter seu dinheiro de volta, mas não é tão simples.”. Além disso, ele comenta que também é possível recorrer ao Banco Central e fazer uma reclamação formal.

Em última instância, o que resta é entrar com uma ação judicial para tentar resolver o problema. Entretanto, geralmente é um processo que leva vários anos para acontecer. Lembrando que a jurisprudência tende a ser favorável ao cliente, principalmente se foi constatado falha por parte do sistema do banco.  

Bônus: Conheça as principais técnicas utilizadas pelos golpistas e saiba como se proteger!

Para se proteger dos golpes no PIX e cartão de crédito, é necessário conhecê-los. Pensando nisso, o iDinheiro listou as principais técnicas utilizadas de engenharia social para conscientizar e educar o leitor.

Confira!

NomeAçãoCanalComo se proteger
PHISHINGUso do medo, senso de urgência para obter dados pessoais e informações bancárias.E-mail, telefone, SMS, sites suspeitos, pop-ups.Não fornecer informações confidenciais sem verificar autenticidade.
BAITINGOferece algo atrativo ao usuário em troca de informações sigilosas. E-mail, telefone, SMS, sites suspeitos, pop-ups, mídias físicas (pen-drives, HD externo, etc).Não clicar em links desconhecidos, não fornecer informações a estranhos e não introduzir mídias físicas da qual não confia em seus aparelhos.
PRETEXTINGBusca informações pessoais da vítima em redes sociais e age com papéis falsos de “confiança” para obter acesso a dados pessoais.E-mail e telefone.Feito geralmente via e-mail e telefone, não forneça informações pessoais por esses canais sem comprovar autenticidade.
QUID PRO QUOOferece algum serviço de assistência técnica e com isso exige informações da vítima. E-mail, telefone, SMS.Se você não solicitou pelo serviço, desconfie! Não aceite e não compartilhe seus dados pessoais.

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