Golpe do robô do Pix: Especialistas explicam como se proteger

Criminosos prometem maiores chances de ganhar sorteios nas redes sociais e retorno alto em investimentos em criptomoedas. Saiba como se proteger.

Escrito por Rafaela Souza

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Uma nova modalidade de golpe envolvendo o PIX, sorteios em redes sociais e investimentos foi identificada por alguns usuários do Twitter nas últimas semanas. Chamado por muitos de “golpe do robô do Pix”, essa prática atua no mercado de investimentos em criptomoedas e em comentários automáticos nas redes sociais, principalmente no Instagram.

Diante do contexto econômico atual do país, muitos criminosos estão utilizando esse tipo de golpe para oferecer uma “renda extra” aos usuários, prometendo ganhos elevados para quem participa da prática. Por isso, o iDinheiro conversou com especialistas para entender o funcionamento desse tipo de fraude e como os usuários podem se proteger.

Entenda o golpe do robô do Pix

O robô do PIX atua em duas frentes:

  • Investimentos em criptomoedas: As pessoas pagam para ter acesso a um robô que fica responsável por administrar os investimentos do cliente em criptomoedas.
  • Comentários automáticos: Nesse caso, o usuário contrata o serviço para que um sistema faça comentários automáticos para aumentar as suas chances de ser premiado em um sorteio do Instagram, por exemplo.

Como explica Daniel Barbosa, especialista em segurança da informação e pesquisador da ESET Brasil, existem vários robôs que são comercializados atualmente: “Boa parte desses robôs são falsos, são exclusivamente golpes, mas alguns deles realmente se propõe a fazer o que as propagandas anunciam”.

Nos casos verificados pela equipe iDinheiro, os criminosos prometem valores de retorno muito altos para quem contrata o robô do Pix, chegando a até 10 vezes do valor investido, por exemplo.

Saiba como se proteger do golpe do robô do Pix

1. Pesquise sobre a empresa

Segundo o analista sênior de segurança da Kaspersky Fabio Assolini, antes de contratar o robô do Pix, o cliente deve pesquisar, em buscadores e em redes sociais, todas as informações sobre o serviço prestado por aquela empresa: “Se a oferta for uma fraude, existem boas chances de aparecer relatos de consumidores ou mesmo reportagens noticiando o golpe”.

O especialista Daniel também aponta que é importante ter bastante atenção, mesmo que se trate um serviço bastante divulgado em um site famoso, por exemplo:

“É interessante analisar quem tá embasando essa oferta, quem vai ser o responsável por prover esse serviço de operação automática ou de credenciamento em sorteios, se realmente é uma empresa que você vai poder entrar em contato em caso de necessidade de suporte”.

2. Desconfie de ofertas com retorno muito alto

Outro ponto levantado por Daniel é o tipo de mensagem que geralmente está vinculada aos golpes do robô do Pix: “Desconfie de qualquer procedimento ou de qualquer possibilidade muito boa, muito mirabolante. Quando o retorno é grande demais, normalmente se trata de golpe”.

Fabio também compartilha da mesma opinião: “Uma das táticas mais utilizadas pelos golpistas é a criação de senso de urgência para que as vítimas tomem decisões sem pensar muito. Por isso, é importante desconfiar de ofertas com muitos gatilhos de escassez. Também é recomendado não acreditar totalmente em tudo que influenciadores digitais anunciam, pois eles podem desconhecer o golpe e também serem vítimas”.

3. Utilize programas para proteção dos dispositivos

Além da perca de dinheiro, esse tipo de golpe também pode oferecer riscos aos dados das vítimas. Segundo Daniel, algumas fraudes são mais “elaboradas” e podem carregar softwares maliciosos, os malwares, que podem trazer outros problemas no futuro:

“É interessante que todos os dispositivos possuam proteção adequada atualizada e configurada para bloquear essa eventual ameaça. Caso algum desses procedimentos contenha algum tipo de código malicioso, ele será impedido de ser executado por essa solução de proteção”, explica.

Caí em um golpe, e agora?

Se, mesmo seguindo todas as recomendações de segurança, você ou alguém próximo for vítima do golpe do robô do Pix, o primeiro passo a ser tomado é entrar em contato com a instituição bancária e explicar o ocorrido:

“Pagamentos feitos via boleto e Pix são mais difíceis de serem estornados, porque o valor sai diretamente da conta, e a transferência é feita em pouco tempo. Além disso, os dados dos golpistas que constam do documento ou da chave Pix geralmente são falsos ou pertencem a laranjas”, aponta Fabio.

No caso de pagamentos feitos através de um cartão de crédito, pode ser mais fácil solicitar o estorno do valor: “Em muitos casos, basta uma ligação para a operadora do cartão. Se mesmo assim não for possível obter o estorno, a vítima pode acionar a justiça para resolver a situação com a empresa que processou o pagamento“, diz.

Especialista alerta sobre outros golpes envolvendo o Pix

Segundo Fabio, os usuários devem ficar atentos a outros golpes que também utilizam o Pix, como o golpe do QR Code, com supostas promoções online para o pagamento de faturas falsas.

“Para se proteger, confirme os dados do destinatário antes de concluir o pagamento via PIX. Como em todos os esquemas fraudulentos, os criminosos usam nomes de laranjas para receber o dinheiro dos golpes”, alerta.

Além disso, é importante não repassar informações pessoais sem saber a procedência do contato, para evitar cair em outros tipos de fraude. “Recentemente, também vimos a tática para roubar números de cartões de crédito e tokens de autenticação para operações financeiras, com centrais falsas de bancos 0800 para conferir credibilidade para a conversa, em que o golpe é iniciado com mensagens maliciosas via SMS, enviados por um número curto”.

O especialista ressalta, ainda, que o conhecimento é a melhor prevenção nesse tipo de caso, já que não é possível bloquear esse tipo de artimanha, porque os números 0800 e short-codes são ferramentas legítimas de comunicação.

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